30 dezembro 2006

Jacob e seus Chorões - Na Roda do Chôro (1960)

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+ 8 faixas bônus (todos os compactos da Continental) / + 8 bonus tracks (all the seven-inches for Continental)

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Jacob do BandolimMaior referência brasileira no instrumento que virou parte de seu nome, Jacob alçou o bandolim a um lugar de honra na música brasileira. Esse trabalho vinha sendo desenvolvido antes por outros instrumentistas, como Luperce Miranda, mas foi Jacob quem colocou definitivamente o bandolim como instrumento solista por excelência.

Nascido no Rio de Janeiro, ganhou o primeiro bandolim, de modelo napolitano (ou "de cuia") na adolescência. Apesar de se apresentar tocando em conjuntos instrumentais desde cedo, nunca se profissionalizou totalmente, tendo sempre outros empregos não relacionados à música. Foi vendedor, prático de farmácia, corretor de seguros, comerciante e escrivão de polícia, cargo que ocupou até morrer. Por não depender financeiramente da música, Jacob pôde tocar e compor com mais liberdade, sem sofrer pressões de gravadoras ou editoras. Figura rígida e disciplinada, tanto na personalidade quanto na música, pesquisou e resgatou parte do repertório tradicional do choro, repertório este que passou a incluir várias de suas composições, como "Noites Cariocas", "Receita de Samba", "A Ginga do Mané", "Doce de Coco", "Assanhado", "Treme-treme", "Vibrações" e "O Vôo da Mosca".

Depois de montar o grupo Jacob e Sua Gente, integrar o Conjunto da Rádio Ipanema e o regional de César Faria e participar de gravações históricas como a de Ataulfo Alves para "Ai, que Saudade da Amélia" (Ataulfo/Mário Lago) e a de Nelson Gonçalves para "Marina" (Dorival Caymmi), gravou em 1947 o primeiro disco solo, seguido por outros dois nos anos seguintes, pela Continental.

Na década de 50 transferiu-se para a Victor, onde gravou seus LPs. Montou o conjunto Época de Ouro em 1966, com grandes nomes do choro, como Dino 7 Cordas, César Faria, Jonas, Carlinhos, Gilberto e Jorginho. Alcançando expressiva popularidade, Jacob e o Época de Ouro ajudaram a divulgar o choro tradicional, por meio de shows e LPs, como o consagrado "Vibrações" (1967).

O conjunto permanece em atividade até hoje. Uma das últimas apresentações de Jacob, um show com Elizeth Cardoso e o Zimbo Trio em 1968, foi gravado e lançado em LP duplo, mas não foi relançado em CD no Brasil. Outras antologias foram produzidas, da mesma forma, exclusivamente para o mercado externo, onde a arte de Jacob é muito apreciada. Seu filho, o compositor Sérgio Bittencourt, homenageou-o no samba "Naquela Mesa" ("tá faltando ele/ e a saudade dele/ tá doendo em mim"), sucesso de Elizeth Cardoso, cantora que ele descobriu. Em 1997 a professora Ermelinda Paz lançou o livro "Jacob do Bandolim", pela editora Funarte.

Extraído do site CliqueMusic
Para mais informação, visite o site do Instituto Jacob do Bandolim

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Em pé: Luiz Bittencourt, Paulo Tapajós e Meira. Sentados: Dino, Canhoto e Jacob - Standing: Luiz Bittencourt, Paulo Tapajós, and Meira. Sitting: Dino, Canhoto, and JacobJacob do Bandolim is one of the first names in the history of the choro genre. A serious and dedicated musician, he instilled a high degree of professionalism in the traditionally relaxed music — even if he was never a professional himself (he made a living as a notary). He struggled to preserve Brazilian roots, and fought to impose his artistic sincerity on the music industry. He left important compositions that were incorporated in the repertory of chorões.

The son of a middle-class family, do Bandolim followed formal studies until his completion of the accounting course of study. In 1930, when he was 12, he became strongly motivated by the music of a blind violinist who was his neighbor. Asking his mother to give him a violin, he left the bow of the instrument aside, picking the strings with hairpins. After many broken strings, his mother gave him a mandolin at the suggestion of another neighbor.

His first performance as an amateur was three years later, at the Grêmio dos Estudantes Israelitas. In December of that year, he performed for the first time on Rádio Guanabara. In those times, he was already a brilliant mandolinist, and also a good violonista (acoustic guitarist) and cavaquinho player. In the next year, he won his first important contest at Rádio Guanabara, invited by Benedito Lacerda. Accompanied by Carlos Lentine, Luís Bittencourt, Canhoto, and Russo do Pandeiro, his group was named Jacob e Sua Gente by the show director, and was awarded the maximum grade given by the professional jury in a contest disputed by other 27 participants. Jacob e Sua Gente became a regular on Rádio Guanabara, alternating with the Regional de Benedito Lacerda and the Gente do Morro group in the accompaniment of professional singers and musicians like Noel Rosa, Herivelto Martins, Dunga, Joel e Gaúcho, Elizeth Cardoso, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Araci de Almeida, and Carlos Galhardo. But do Bandolim never became a professional musician because he knew he would have lost his musical personality — which was a very purist one. Instead, he held several jobs as a salesman or hawker, becoming a notary in 1940 and keeping that job until his death.

In 1935, he joined the Conjunto da Rádio Ipanema, one of the three important groups of his life, initially directed by Mário Silva and later directed by himself. The group featured César Faria (after 1939) and Claudionor Cruz (violões, or acoustic guitars), Léo Cardoso (afoxê), and Candinho (drums). In 1943, by insistence of his future father-in-law, he abandoned his radio work, returning at the explicit desire of his wife, Adylia, in 1945 at Rádio Mauá.

His first album was recorded in October 1947 with Continental (a company for whom he worked until 1949), having the hit "Remeleixo." In July 1949, do Bandolim moved to RCA Victor, recording eight albums until October 1950. From March 1951 on, for the next ten years, he was accompanied by the Regional do Canhoto. In July 1961, the recording of Chorinhos e Chorões marked the opening of the group Época de Ouro, the third important group of his life, and one of the most prominent of all time in the genre. The group used other names until the LP Vibrações, which was released in October 1967 and is considered one of the best of all time. Do Bandolim's imposed weekly rehearsals on Fridays and sometimes on Saturdays were rigorous. During those rehearsals the musicians sweated profusely, because the slightest mistake was accompanied by terrible admonishing in do Bandolim's resounding voice.

In 1968, with Elizeth Cardoso (whom he introduced to the artistic scene), the Época de Ouro, and the Zimbo Trio, do Bandolim gave a concert at the Teatro João Caetano that was released on two albums by the Image and Sound Museum of Rio de Janeiro, and is considered one of the best shows of all time in Brazilian popular music. The American mandolinist Dexter Johnson organized a compilation of do Bandolim's solo work on two CDs with 43 tracks, Mandolin master of Brazil.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Instituto Jacob do Bandolim

18 dezembro 2006

Vários Artistas - Música Instrumental Brasileira - Primeiras Gravações (2006)

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Patápio SilvaNeste post, procurei reunir algumas gravações históricas da música instrumental produzida no Brasil. As primeiras gravações foram feitas no ano de 1902 (algumas de Patápio Silva, Banda da Casa Edison), ano de fundação da primeira gravadora brasileira, a Casa Edison, por Frederico Figner.

As músicas dessa coleção abrangem o período de 1902 à 1940 ("Cinco Companheiros", de Pixinguinha). Como não consegui precisar o ano de gravação de todas as faixas, decidi omitir essa informação.

Mais informações podem ser encontradas em Linha do Tempo da Invenção Musical e também no maravilhoso acervo do Instituto Moreira Sales.

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PixinguinhaOn this post, I've tried to gather some historical recordings of the instrumental music produced in Brazil. The first recordings were made in 1902 (by Patápio Silva, Banda da Casa Edison), the year the first recording company was founded in Brazil, Casa Edison, by Frederico Figner.

The tunes in this collection comprise the period between 1902 and 1940 ("Cinco Companheiros", by Pixinguinha). Since I couldn't determine the recording year of all tracks, I've decided to omit this information.

More info (only in Portuguese) can be found at Linha do Tempo da Invenção Musical and also on the marvellous collection of Instituto Moreira Sales.

13 dezembro 2006

David Ganc - Baladas Brasileiras (1996)

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David GancIniciou sua carreira profissional aos 16 anos de idade, como integrante do grupo A Barca do Sol, com o qual gravou dois discos e apresentou-se por todo o país, realizando shows de abertura para espetáculos de artistas como Egberto Gismonti e Milton Nascimento.

Em 1984, atuou, nos Estados Unidos, na gravação do disco do vibrafonista Victor Mendonza.

No ano seguinte, participou, como professor, do I Festival de Música Instrumental de Ouro Preto (MG), organizado por Toninho Horta.

De 1987 a 1991, trabalhou como músico contratado da Rede Globo de Televisão.

Ainda na década de 1980, atuou, como saxofonista, em concertos realizados pela Orquestra Sinfônica Brasileira e pela Orquestra Sinfônica de Brasília, destacando-se o "Concerto da Abolição" (1988), de Paulo Moura, uma homenagem aos 100 anos da Lei Áurea.

Em 1993 participou, com Nando Carneiro, da coletânea "Contemporary instrumental music from Brazil", lançada no mercado fonográfico norte-americano.

Dois anos depois, atuou nas quatro apresentações de Stevie Wonder no X Free Jazz Festival.

David GancParticipou do CD "Sopro contemporâneo brasileiro", lançado pela Visom Digital, que incluiu os mais conceituados instrumentistas de sopro do Brasil.

Atuou em várias produções teatrais como "Pixinguinha", de Amir Haddad, "Noel Rosa", de Tim Rescala, e "O corsário do rei", de Augusto Boal e Chico Buarque, entre outras.

Participou das trilhas sonoras dos filmes "O homem da capa preta", de David Tygel, e "Dança dos bonecos", de Nivaldo Ornelas.

Em 1996, gravou seu primeiro CD solo, "Baladas brasileiras", lançado no Brasil pela Leblon Records e no exterior pela Buda Musique.

Três anos depois, participou, ao lado de Elba Ramalho, do Festival de Jazz de Montreux.

Privilegiando a flauta, lançou, em 2000, o CD "Caldo de cana", contendo composições próprias, como "Caldo de cana" e "Na tradição do frevo" (c/ Vittor Santos), e de outros autores, como Geraldo Vandré ("Fica mal com Deus") Leandro Braga ("Impressão de choro"), Tom Jobim e Aloysio de Oliveira ("Inútil paisagem"), Nivaldo Ornelas ("Noturno"), César Machado e Fernando Merlino ("Pro Marçal") e Nando Carneiro ("Memento/Catavento" e "Vó Argemira"). O disco contou com a participação dos instrumentistas Zeca Assumpção (baixo acústico), Leandro Braga (piano), Mingo Araújo (percussão), Cláudio Dauelsberg (piano), Quarteto Guerra Peixe (cordas) e Vittor Santos (trombone), entre outros.

Ao longo de sua carreira, atuou, em shows e gravações, com diversos artistas, como Caetano Veloso, Gal Costa, Luiz Melodia, Elba Ramalho, Olivia Byington, Simone, Moraes Moreira, Beto Guedes, Emílio Santiago, João Bosco, Nelson Gonçalves, Tim Maia e Alcione, entre outros.

David GancTrabalhou também no mercado fonográfico, tendo co-produzido os seguintes discos: "Corra o risco" (1978), de Olívia Byington; "Pirata" (1979), do grupo A Barca do Sol; "Monique Aragão" (1991), contemplado com o Prêmio Sharp, na categoria Revelação Instrumental, "Canoas" (1993) e "Ventos do Brasil" (1995), de Monique Aragão. Assinou, ainda, a produção musical de seus discos "Baladas brasileiras" (1996) e "Caldo de cana" (1999).

Desde 1985, participa dos trabalhos do compositor Tim Rescala.

Em 2004, formou, com Nando Carneiro (violão), Zeca Assumpção (contrabaixo), e Mingo Araújo (percussão), o Luxo Artesanal Quarteto. Nesse mesmo ano, lançou o CD "David Ganc & Quarteto de Cordas Guerra Peixe interpretam Tom Jobim", contendo arranjos próprios para obras do compositor.

Em 2005, gravou, com o saxofonista Mário Séve, o CD "Pixinguinha + Benedito", registrando a parceria de Benedito Lacerda e Pixinguinha.

Extraído do site Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Para mais informação, visite o site do David Ganc

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David GancOne of the best flutists/saxophonists in Brazil, David Ganc has recorded over 80 albums of both vocal and instrumental music, having performed and recorded for artists like Stevie Wonder, Luiz Melodia, Elba Ramalho, Victor Mendonza, Olívia Byington, Gal Costa, Moraes Moreira, Simone, Alcione, Caetano Veloso, Emílio Santiago, João Bosco, Nelson Gonçalves, Tim Maia, and other artists. An ex-member of the extinct but influential A Barca do Sol, he toured Europe with his Quarteto Samambaia in 1984. He also accompanied Luís Melodia in his tour through Europe in 1987 and Elba Ramalho through Mexico and the U.S. He was included in the collection Contemporary Instrumental Music From Brazil (Windham Hill Records, 1993), in duo with Nando Carneiro. Ganc was a sideman for Stevie Wonder in his four performances in 1995 at the Tenth Free Jazz Festival. As a saxophonist, he has performed with the Orquestra Sinfônica Brasileira and the Orquestra Sinfônica de Brasília. He also was included in the compilation Sopro Contemporâneo Brasileiro (Visom Digital, 1994), a selection of some of the best wind instrumentalists in Brazil. He has performed and recorded for theater musicals (Pixinguinha by Amir Haddad, Noel Rosa by Tim Rescala, and O Corsário do Rei by Augusto Boal/Chico Buarque, among others), cinema soundtracks (O Homem da Capa Preta by David Tygel and Dança dos Bonecos by Nivaldo Ornelas), TV, and dance shows. He launched his first solo CD, Baladas Brasileiras, in 1996 through Leblon Records. The same album was released in Europe by the French company Buda Musique, who distributes it worldwide.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit David Ganc's site

11 dezembro 2006

Duofel - Duofel (1993)

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Post anterior do Duofel / Past post on Duofel:
Kids of Brazil (1996)
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DuofelNo carnaval de 93, entramos no estúdio Camerati para gravarmos o nosso segundo CD.

No primeiro dia de gravação tivemos a presença do grande amigo Oswaldinho do Acordeon para juntos tocarmos "Lamento Noturno", nossa primeira composição; a simplicidade e maestria do grande músico nos brindou com notas longas e melodiosas dando um toque brejeiro à música. Edu Helou trouxe seus teclados para participar de três músicas, "Visitando Villa", uma homenagem a Villa-Lobos, "Diálogo", nossa segunda composição e "Do Outro Lado do Oceano". Essas duas últimas concorreram ao "Prêmio Sharp de Música", em 94 na categoria "Melhor Música Instrumental", tendo como vencedora "Do Outro Lado do Oceano". O CD recebeu 5 indicações concorrendo também como "Melhor CD Instrumental". O baterista Duda Neves, amigo de estrada participou com a programação de bateria eletrônica em "Visitando Villa" e "Em Cima da Hora", do mestre Hermeto Pascoal, que foi composta especialmente para o duo e recebeu este nome, pois, foi composta quando já terminávamos as gravações e sem dúvida deu um trabalho danado para aprender e para gravar. Pela primeira vez nos colocamos como intérpretes e criamos arranjos personalizados para "Palhaço", de Egberto Gismonti, "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, "Tropicália", de Caetano Veloso e "Urubu Malandro", de Lourival Carvalho.

Extraído do site do Duofel

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DuofelThe Duofel was formed in 1977 by the instrumentalists/composers Fernando Melo and Luiz Bueno. Self-taught musicians, they became acquainted with each other in the city of São Paulo in that year, when they were playing in the prog rock band Boissucanga. Having formed the duo, they departed immediately for a trip through Pernambuco, Paraíba, and Alagoas, playing in fairs and on streets, and absorbing the folkloric and rhythmic material of Northeastern Brazil. Returning to São Paulo in 1978, they began to backup singers like Chico de Abreu and Tato Fischer, who introduced them to the singer Tetê Espíndola, with whom the Duofel really started as a professional act. In 1985, the duo participated in the Festival dos Festivais, writing the arrangement and backing Espíndola on the song "Escrito Nas Estrelas," which won the festival. Their partnership with Espíndola lasted for seven years.

In 1987, the duo launched their first album, the independently released Duofel Disco Mix, in the same year in which they won the Festival of Instrumental Music of Avaré, São Paulo. In 1989, a series of shows with Espíndola and Arrigo Barnabé in Belgium (Brussels Jazz Festival) and France yielded an invitation by the producer Rainer Skibb for the recording of the album, As Cores do Brasil, released in Europe in the next year. In 1993, touring Europe again, they met Sebastião Tapajós, with whom they performed in the Brazilian Guitar Night in Germany, Austria, Belgium, and Liechtenstein. Upon their return to Brazil, the duo recorded their third album, Duofel, that received five nominations for the Sharp Prize and actually won the Sharp Prize for the best instrumental song, "Do Outro lado do Oceano." Also in 1993, they opened for Hermeto Pascoal. Pascoal liked their sound so much that he invited the duo to play with him until the end of the tour. In 1994, the live album Espelho das Águas/Ao Vivo marked their collaboration with the Indian percussionist Badal Roy (who had worked with Miles Davis and Ornette Coleman), who became genuinely interested in the compositions by the duo. The CD Kids of Brazil (1996) had Hermeto Pascoal as arranger, who won the Prêmio Sharp as best arranger with that work. The complex arrangements by Pascoal forced the duo to research new and unusual tunings, for Pascoal wrote notes that didn't exist in standard tunings. The duo followed by performing in Brazil and abroad (at the Summerstage, in New York, NY, and at the Jazz à Vienne in Lyon, France).

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Duofel's site

05 dezembro 2006

Uakti - Uakti 2 (1982)

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O disco Oficina Instrumental (1981) pode ser encontrado no Abracadabra-LPs do Brasil.

The album Oficina Instrumental (1981) can be found at Abracadabra-LPs do Brasil.
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Uakti - por Paulo LacerdaTubos de PVC, vidros, metais, pedras, borracha e cabaças: tudo serve como material para o músico Marco Antônio Guimarães criar instrumentos e produzir os sons do grupo Uakti. Responsável pela direção musical e pela fabricação dos instrumentos, Marco Antônio concedeu entrevista exclusiva ao site no dia 8 de junho, durante ensaio do grupo no grande teatro.

O músico Artur Andrés Ribeiro também conversou com o site. "somos um grupo de música instrumental, e já passamos desse umbral entre o popular e o erudito: transitamos bem entre esses dois universos", explica Artur. O show Uakti e Wagner Tiso será nos dias 9 e 10 de junho (2006), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Confira a entrevista.

Palácio das Artes - Quantos instrumentos você já criou, Marco?
Marco Antônio Guimarães - Comecei a criar antes até do grupo, em 1971, e muitos instrumentos já nem existem mais. Mas acredito que existam em torno de 50 e todos foram feitos com todo o tipo de material que pude experimentar.

PA - Como é o processo de criação dos instrumentos? Que tipo de pesquisas faz?
MAG - Há várias fases de minha criação. Quando comecei, após estudar composição na área de música contemporânea instrumental, fazia instrumentos que não tinha importância se não tivessem escala, efeito sonoro. Depois comecei a construir instrumentos de corda, e, aos poucos, comecei a pesquisar materiais diferentes. Houve um período em que o trabalho foi determinado pelo material: fiquei muitos anos experimentando possibilidades do PVC. Os instrumentos atuais vieram desse período: instrumentos de percussão, de corda, de sopro. Essa fase puramente experimental foi antes de surgir o grupo. Quando, em 1978, começa o Uakti, eu passo a construir os instrumentos já pensando no grupo. Aos poucos, fui vendo as possibilidades que tinha cada um deles e os ia desenvolvendo em função da técnica que o grupo desenvolvia.

PA - De onde surgem as idéias para usar materiais? De onde vem a inspiração?
MAG - Esta é uma pergunta difícil de responder. Eu sempre tive uma criatividade muito desenvolvida, um dom. Quando criança, eu inventava meus próprios brinquedos. Com isso, eu aprendi a trabalhar com ferramentas e materiais diferentes.

É muito de experimentação também o que eu faço. Experimentei todo tipo de PVC, por exemplo: as medidas, os encaixes, as conexões. Muitas vezes, ao acaso, descobria uma sonoridade que eu achava interessante, a partir daí via até onde podia ir para o grave ou para o agudo. Depois, se fosse um instrumento com muitos tubos, eu precisava criar uma estrutura para ele. Uma coisa ia puxando a outra.

UaktiOs instrumentos vão surgindo... No processo de criação de um instrumento é comum surgir a idéia de um outro, pelo material que eu estava usando, pelas soluções que eu estava encontrando. Uma coisa muito importante é ter domínio de todo tipo de ferramenta e material. Para fazer alguns instrumentos, por exemplo, tive que aprender a cortar vidro, a aprender marcenaria. É preciso saber também onde encontrar o material: já saí pela Avenida Paraná, entrei em tudo quanto é loja para ver se encontrava uma peça que eu estava imaginando e precisava para um instrumento. Ás vezes, encontrava em lojas de peças de carro, ou de material de construção, e até mesmo de material cirúrgico.

PA - Você já tentou tirar som de algo que não conseguiu?
MAG - Várias vezes eu tentava um material, achava que podia dar uma coisa, não dava e acabava desistindo. Ás vezes, porque não tive a sorte de experimentar de uma certa maneira... Os instrumentos de PVC, por exemplo, surgiram por que, uma vez, eu estava cortando um tubo de PVC, aí bati a mão por acaso, deu um som que eu gostei muito, e, então, comecei a pesquisar a partir daí.

PA - Qual material foi mais trabalhoso tirar o som e qual deu melhor resultado sonoro?
MAG - Há instrumentos que é difícil a criação, é preciso criar dezenas de pecinhas. Teve uma época que fiquei experimentando instrumentos mecânicos, que funcionassem com motor. Tentava instrumentos que tocassem sozinho. Acabei chegando a um resultado muito bom, a um instrumento chamado Nastaré. Ele cria a própria música.

A cabaça é um material usado no mundo inteiro para fazer instrumentos e que dá um bom resultado, tem uma certa resistência para suportar a tensão das cordas. É leve, vibra muito bem. Mas o PVC é muito produtivo também: encontra-se em muitas medidas diferentes, há conexões de todo tipo, encontra-se em qualquer esquina, é barato e é fácil de trabalhar.

UaktiPA - Com qual material você conseguiu um som mais inesperado?
MAG - Há uma quantidade grande de instrumentos que tem um som inusitado. Na verdade, existem aqueles que atraem mais atenção, não só pelo material usado, mas pelo mecanismo de funcionamento dele. Um exemplo é um instrumento de PVC com cordas, que toca girando, e se chama Torre. Ele tem um efeito bem mágico. É um instrumento hipnótico. Qualquer lugar do mundo que a gente toca, a platéia fica fascinada. Quando tem um solo dele, as pessoas ficam imóveis. Iremos apresentá-lo no espetáculo no Palácio das Artes e todos poderão conferir.

Palácio das Artes - A impressão que passa é que o improviso é fundamental para a experimentação do grupo. É isso mesmo? Qual a importância do improviso para vocês?
Artur Andrés Ribeiro - A improvisação te traz para o momento. Ela tem esse poder e sempre interfere de forma positiva. Você não pode estar dormindo, repetindo aquela melodia que você toca 500 vezes em casa, e vem ao palco e toca 501. No entanto, o improviso pode ser uma coisa automática também. Mas, quando improvisamos, sempre buscamos relação com o momento, com o que estamos fazendo na hora.

PA - O nome do grupo é Uakti - Oficina Instrumental. O desejo de vocês é passar essa idéia de oficina, um grupo em constante processo de transformação?
AAR - Sim, por que é um trabalho sempre constante. Os instrumentos que foram construídos há 20 anos, por exemplo, demandam manutenção, e há instrumentos novos que estão sendo feitos, há projetos novos. Então é um trabalho de oficina, mesmo... não funciona assim: "fechou e agora é só tocar". É um processo vivo, contínuo.

PA - Das primeiras apresentações desde o começo do grupo, em 1978, o que mudou?
AAR - Mudou muito. Éramos músicos de sinfônica, tocávamos muita música erudita, com partitura, não havia essa liberdade que temos hoje. Estamos mais maduros, mais fluentes e, entre nós, há uma relação muito mais harmônica, o que é difícil em um grupo.

Louraidan Larsen - 08/06/2006 - extraído do site do Palácio das Artes
Para mais informação, visite o site do Uakti

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Uakti - by Paulo LacerdaThe Uakti are a quartet formed in 1978 by Marco Antônio Guimarães (musical director and main composer), Paulo Sérgio dos Santos, Artur Andrés Ribeiro, and Décio de Souza Ramos; the musicians have classical backgrounds and play with the Minas Gerais Symphonic Orchestra. The Uakti is devoted to extracting an extremely musical result from instruments made from PVC tubes, wood, glass, tin cans, and the like. Their name was taken from an ancient legend from the Tukano Indians of the Alto Rio Negro region in the Amazon. The legend recounts that Uakti was a musician who had holes throughout his body through which the wind would produce sounds that seduced women. Jealous, the men killed Uakti and buried him. In that place appeared three palm trees with which flutes are made, evoking the sound originally produced by Uakti's body. These instruments must be played only by men, so that the women don't feel tempted.

Being from Minas Gerais, the group itself was noticed and sponsored by Milton Nascimento, whose albums they participated in. Nascimento also produced their first album, Uakti/Oficina Instrumental, in 1981. The marimba made from the Angelim wood that would be central to their sound appeared on the group's second LP, Uakti II (1982). Having performed internationally, the Uakti also has had its albums released abroad. Their 1989 LP Mapa included an instrumental version of "Dança dos Meninos," a song written by Guimarães and Milton Nascimento.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Uakti's site
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