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No último dia 26 de agosto, Marcelo Fróes e Elias Nogueira entrevistaram os principais músicos da lendária banda The Pop's - o guitarrista J. César e o baterista José Henrique Parada, que estão planejando a volta da banda em sua formação original. A entrevista foi realizada no restaurante Entre Amigos, localizado no Méier, zona norte do Rio, onde os dois vêm tocando com outros músicos e resgatando a sonoridade que voltará aos palcos para matar a saudade de The Pop's e também de Os Populares e Parada 5, bandas que Cesar e Parada lideraram depois, respectivamente.
Conte-nos o que vocês estão planejando, tocando juntos após tantos anos.
P - A nossa idéia é realmente voltar com The Pop's. Isso aqui é uma brincadeira nossa com outros músicos, que a gente vem fazendo todo final de semana. Eu já tinha pendurado as chuteiras, mas aí o César passou aqui e eu o chamei pra dar uma canja. Já estamos nessa brincadeira há uns dois meses, então eu já entrei em contato com o Sílvio - que é quem tem o nome The Pop's. Ele achou viável, se nós tivermos alguma programação que possa surtir algum efeito. Ele concordou de vir tocar, afinal seu filho é um dos músicos que está tocando com a gente. O Manoel Jorge está temporariamente conosco, porque ele é quem tem o grupo Hit Parade - que nós estamos integrando. Mas o objetivo é voltar com The Pop's, só fazendo shows... pois a gente faz praticamente 4 horas direto, tocando de tudo - MPB, samba, bolero, bossa nova, rock, The Pop's e até Beatles. Mas estamos naquela de fazer baile, com The Pop's originais tocando por 90 minutos ou 2 horas só na parte solada, como a gente fazia na década de 60.
Isso está perto de acontecer?
P - Já está rolando, inclusive está prevista uma apresentação nossa em Niterói em outubro - com The Fevers e Lafayette. Será uma noitada no Caneco 90, que é uma das melhores casas de lá. Já está firmado e está tudo certo, será no dia 11 de outubro.
Mas ainda falta um mês e meio, e a gente precisa se juntar pra ver quem é que a gente vai levar - porque o Pipo, que era o nosso ritmista, eu não sei se ainda está tocando. Ele entrou para uma igreja e eu não sei se, com esse negócio de religião, ele vai poder tocar profissionalmente. Se for o caso, a gente vai arranjar outro ou mesmo aproveitar o Manoel. A gente tem que estudar. De repente, o Silvio toca com a gente... mas não sei se vai poder tocar sempre com a gente, se bem que a gente já tem o filho dele - que é a mesma cara! (rindo)
J - Se vamos voltar com The Pop's ou com Os Populares, o que importa é que vamos fazer um trabalho instrumental.
P - Embora a gente tenha que fazer um pouco de vocal em show hoje em dia, há uma norma de apresentação...
J - É que o Manoel gosta mais de vocal e, pra seguir a nossa linha, o lance é instrumental mesmo.
P - Teríamos que fazer uma apresentação dupla, com um conjuntinho fazendo uma abertura vocalizada. O nosso objetivo é fazer o que The Pop's fazia na época e que ninguém mais fez. Pra gente voltar cantando igual a todo mundo, não vai fazer diferença nenhuma...
Quando foi que The Pop's parou?
J - Eu saí no final de 1967 e o Parada saiu em meados de 1968, quando então fundou o Parada 5. Mas The Pop's continuou com Euclides, Pipo, Zezinho etc.
P - Silvio saiu comigo e nós fizemos o Parada 5 com Valdir.
Como é que o nome The Pop's voltou pro Silvio depois?
P - A banda continuou até os anos 70, quando o Pipo mandava apagar as luzes do palco e anunciava a banda. Mas eram os Deltas que tocavam. Quando terminava o show e acendia a luz, "todo mundo perguntava: "Cadê The Pop's? Cadê o Parada?" (rindo) Ele ainda trabalhou com The Pop's por alguns anos, fez aqueles discos de "aniversário" etc, mas somente ele era um componente original da banda. Até que ele desistiu, parou e o nome The Pop's, como ninguém pagava a renovação do registro do nome, acabou ficando abandonado. O Silvio fez uma busca, viu que estava parado e registrou. Nós chegamos a tocar novamente com Euclides nos anos 90, só pra manter o nome. Todo ano ele paga, renovando o registro etc.
Como é que surgiu o grupo e o nome The Pop's?
P - A gente começou no Jacaré, quando nós estudávamos na Escola Técnica Nacional. Eu fazia eletrotécnica, o Pipo fazia mecânica e o Silvio fazia edificações. Na época, o irmão do Pipo era da Marinha e viajava muito. Em função disso, ele tinha muito equipamento - guitarras, amplificadores etc. E eu tinha uma bateria, então a gente começou a conversar e resolveu fazer uma brincadeira. A gente começou a ensaiar lá em casa, um vizinho veio ser o solista e a gente resolveu montar um conjunto. Na época, um professor da Escola Técnica chamado Duclair nos sugeriu o nome The Pop's - mas mais no sentido de pipoca, porque a gente era muito elétrico e ficava pulando. Mas aí ficou mais parecendo que era mais pro lado "populares", tanto que depois o Cesar aproveitou esse lado quando formou Os Populares. Nós começamos a ensaiar e fomos tocar na Rádio Mauá, numa época em que nos apresentávamos muito em circos. A mãe dele o mimava muito e não gostava que ele se tocasse em circo, pois naquela época nós tocávamos muito em São João de Meriti, Caxias e Nova Iguaçu. Não era tão perigoso, mas ela não queria. Nós conhecemos o César na Rádio Mauá, pois naquela época ele tocava na banda do show de calouros. Ele era o homem dos sete instrumentos, pois tocava cavaquinho, violão, contrabaixo etc.
J - Eu trabalhava desde 1957, fazendo contrabaixo para Cauby Peixoto e tocando nas rádios. Em 1965 eu tocava no programa da Rogéria Guimarães, esposa do patrocinador, de Segunda a Sexta; e aos sábados eu tocava no programa da Célia Mara. Esse programa era de dez ao meio-dia, depois entravam The Pop's de meio dia às duas - com Hélio Ricardi. Num sábado lá, como o solista deles não apareceu, o Silvio pediu pra eu ficar. Eu fiz um programa com eles e depois veio um convite pra eu ficar na banda.
P - Teve um dia em que o cara não quis fazer o circo, porque a mãe dele não quis deixar. Nós conversamos com o César e ele cancelou seus compromissos pra ficar com a gente, e a partir daí nós começamos a tocar juntos.
J - Quando terminou aquele programa, nós saímos dali direto para o Irajá - pra casa de uma colega deles, a cantora Adriana. Fomos ensaiar lá e depois nós a levamos pra cantar na rádio. Nesse meio, preparamos "As Sete Maravilhas" e fomos no Flávio Cavalcanti. Ele havia falado que os conjuntos de juventude nem sabiam afinar instrumentos, quebrando discos etc, então a gente correu lá e falou que a gente sabia sim e que ele nos desse uma oportunidade. Foi nessa apresentação que apareceram nove gravadoras querendo contratar-nos. Eu perguntei: "Qual a primeira que ligou?" Como tinha sido a etiqueta Equipe, apesar de outras como Mocambo, RCA, CBS e Caravelle terem ligado, a gente fechou com a primeira. Oswaldo Cardaxo marcou um almoço na Segunda e já chegou com um contrato pra gente assinar, marcando estúdio pra gente gravar já na terça-feira. Quando nós chegamos na porta do estúdio da CBS às 8 e meia da manhã, parecia carnaval... porque já tinha sido anunciado que o conjunto que abafara no Flavio Cavalcanti ia gravar. Gravamos, eles pegaram uma fita-cartucho e mandaram pro rádio... e fomos logo pro terceiro lugar, chegando ao primeiro lugar no dia seguinte. Oswaldo era muito inteligente, lançou logo um compacto... e ainda naquele ano nós fizemos um compacto de Natal.
P - Aí vendia muito, era fila pra comprar. Show pra todo lado, a gente tinha programação de Segunda a Segunda. Ao ponto de, aos domingos, a gente ter que fazer dois bailes - de 16 às 19hs pras crianças e de 20hs à 0h, um ano e meio direto.
Por que você saiu do The Pop's naquele auge, J. Cesar?
J - Olha, acho que foi falta de cabeça da garotada... Não é verdade, Parada?
P - É... eu acho que sim... até hoje ninguém entendeu por que, mas...
J - Nessa época eu já trabalhava como profissional há muito tempo, e de repente eu já cobrava deles uma coisa que ainda não estava ao alcance. Além disso, o irmão do Pipo registrou o nome do conjunto - mesmo não tendo nada a ver com isso, pois não era músico. Não bateu certo, entende? Além disso, houve um outro lance também. Eu soube por um amigo que o Euclides já estava ensaiando na casa do Pipo. Nós tínhamos uma nova apresentação no Flávio Cavalcanti e aí, quando o Pipo chegou atrasado, alguém perguntou: "Atrasou por que? O Euclides demorou pra tirar Trovoada?" Eu nem fiz o programa, fui embora... Aquele terno azul de gola amarela, que todos aparecem vestindo no disco seguinte, era pra eu ter usado também... Foi feito sob medida e por sorte serviu no Euclides! (rindo)
Mas você diz que saiu no final de 1967, mas o primeiro LP dos Populares foi gravado na primavera de 1967 - ou seja, pode Ter sido já a partir de 21 de setembro... (risos)
J - Olha, eu vou contar uma coisa. Não há necessidade de mentir, primeiramente porque sou evangélico e não posso. Eu saí da Excelsior e fui esperá-los em casa, para pegar meu amplificador e minha guitarra. Quando saí dali, Márcio Antônio - que viria a tornar-se empresário dos Populares - levou-me pra sua casa. Eu falei que eu ia montar um grupo chamado Os Populares, então liguei pro Paulo (dos Aranhas) e ele me chamou pra casa dele na rua Pereira Nunes. Quando cheguei lá, por volta das 23hs, o João Carlos (dos Bárbaros e do Luizinho e seus Dinamites), que era noivo da irmã dele, também estava lá e falou: "Arranja uma vaga pra eu tocar contrabaixo!" Ele entrou e só faltava achar um baterista, mas aí o João Carlos ligou pro Canecão e o Pedrinho estava ensaiando com The Youngsters. "Vocês estão onde? Posso pegar um táxi e ir praí?" Largou a banda lá, pegou um táxi com bateria e tudo e nós fomos ensaiar na casa de um outro amigo, em Engenho de Dentro. Começamos a ensaiar às duas horas da manhã e fomos até 8 horas da manhã. No repórter da Rádio Globo do meio dia deu que eu havia saído, e ficou todo mundo chorando... Bateu aquela vontade de voltar, mas já estava todo mundo ensaiando... Eu liguei pra rádio, falei pro Luiz de Carvalho que estávamos ensaiando Os Populares e ele falou com Getúlio Côrtes, que também estava lá na rádio também. Dois dias depois o Getúlio foi lá no ensaio e disse pra gente ir tocar no Rio Hit Parade da TV Rio no dia seguinte. O presidente do Clube Praça Seca e nos contratou para fazer nossa estréia lá no clube, então nós começamos a engrenar.
E os Pop's continuaram?
P - Sim, a gente continuou... e também tocava no Rio Hit Parade, que era o Jovem Guarda carioca. A gente tocava no programa do Ronnie Von na TV Bandeirantes, no Haroldo de Andrade da TV Excelsior, no Maurício Rabello da TV Continental, no programa do José Soares. O próprio Euclides, que vinha dos Santos, também tocara lá.
Foi assim que vocês conheceram o Euclides?
J - Os Santos já acompanhavam o Brotos no 13, época em que eu trabalhava com Robert Livi, o rei do twist argentino, entre 1962 e 1963. Os Santos já acompanhavam os artistas lá no programa do Carlos Imperial, muito antes pra eu mesmo entrar pro The Pop's.
Parada, por que você saiu do The Pop's?
P - Eu não saí, eu fui convidado a me retirar. Problemas de dinheiro com Pipo e seus irmãos. Eu até poderia ter continuado, mas depois de um baile o Pipo me disse reservadamente: "Você pode até continuar, mas o Silvio e o Valdir estão fora!" Se era pro meu irmão sair, então eu saía também. E aí saí, montando o Parada 5 com Valdir, Silvio e aquele primeiro solista do The Pop's. O Parada 5 ficou com mais membros dos Pop's que os próprios The Pop's!
O Parada 5 chegou a ter disco lançado na Argentina, ao contrário do The Pop's.
P - Sim, mas isso por causa da Caravelle, nossa gravadora, que já lançava lá discos em espanhol de Paulo Sérgio e Elizabeth e aproveitou a brecha. Mas não deu em nada, a gente nem foi lá. Depois o Paulo Sérgio, que era padrinho do conjunto na Caravelle, acabou morrendo e a própria Elizabeth brigou e saiu, então a gravadora fechou as portas. Nossos discos nem foram divulgados direito, então a gente só ficou fazendo show - sem divulgação em rádio ou em televisão. O Parada 5 fez dois LPs, um solado e outro cantado. Depois dissoa, como a onda era o chorinho, eu fiz o Grupo Chapéu de Palha com o Valdir e com Zé da Velha. Gravamos dois LPs pela Copacabana, um solado e outro cantado. Fizemos o projeto Seis e Meia, viajamos o país inteiro etc. Depois disso eu ainda toquei com Luiz Vieira, com Roberto Ribeiro etc. Eu me aposentei em 1996, mas voltei porque meu sobrinho cismou de tocar com Manoel Jorge.
J - A verdade é a seguinte. Se na época do The Pop's a gente tivesse um bom empresário e um executivo de gravadora mais esperto, a gente estava junto até hoje - como os Fevers, por exemplo, que também eram instrumentais no começo, como nós.
P - Todo mundo garotão novo, sem experiência e sem assessoria... Nós continuamos com o Parada 5 só pra não parar totalmente, mas não aconteceu nada. Fazíamos shows em bailes, porque nosso empresário conhecia as praças de Petrópolis, Campo Grande etc - mas não era a mesma coisa, pois não tínhamos o César e nem o nome The Pop's. Veio então a época da discoteca, com aquela coisa mecânica etc. Pipo ainda levou o Pop's até meados dos anos 70, quando não tinha mais nem quem solasse. Ficou sem característica, pois César, Valdir e Euclides são os únicos capazes de fazer o nosso som.
Os Populares ficaram juntos até 1978.
J - Sim, e na época da RCA Victor eu cheguei a gravar três LPs por ano. Na verdade, Os Populares fizeram 4 LPs e alguns compactos - mas eu gravei um total de 26 LPs com Os Populares lá, vários lançados sob pseudônimos que eu nem lembro (Espósito etc). Nós próprios discos dos Populares eu não podia aparecer na capa, porque ainda tinha um contrato com a Equipe. Entre 1967 e 1970, quando saí da RCA, eu gravei um total de 26 LPs lá - fosse como Os Populares, fosse sob pseudônimo. Teve um disco só com músicos de sopro etc.
Por que, se vocês fizeram disco em 1970, já em 1971 o disco de estréia na Polydor foi intitulado "A Volta dos Populares"?
J - Quem arranjou esse título foi o Mazola, porque já tem vocal... É o disco que tem "Capim Gordura", um de nossos maiores sucessos. Sou eu canto a porcaria dessa música. Foi um arranjo de Mazola e de Jairo Pires. Na verdade, a formação mudou toda... e só fiquei eu. Depois fiz mais um e o último acabei fazendo pela Top Tape em 1976, quando o Gomes me chamou pra fazer um último disco - numa época em que eu já estava querendo parar com o grupo, pra trabalhar sozinho. O nosso trabalho é instrumental, se colocar vocal não vende.
O que você fez de 1978 pra cá?
J - Passei a trabalhar sozinho, com playbacks. Toco cavaquinho, violão, faço muita bossa nova. Faço muito show, também. Inclusive no dia 20 de setembro vou fazer o casamento de uma juíza.
Você produziu o disco solo do Carlinhos, ex-Blue Caps.
J - É, eu dei uma colher de chá pra ele... Como é que você sabe disso? Putz... (...) Eu tinha um estúdio lá na Álvaro Alvim, agora estou montando outro aqui no Méier. Vou abrir uma gravadora também.
Vocês dois só estão voltando a tocar juntos agora, desde 1967?
J - Não, na verdade em 1988 nós voltamos o The Pop's - pois um amigo meu da Ilha reuniu todo mundo e nós ficamos três meses juntos, mas separou de novo.
Mas e quanto aos anos 90, quando vocês chegaram a fazer shows e até um CD com uma versão de "Free as a Bird", dos Beatles?
P - Aí já foi com o Euclides, entre 1994 e 1996... Mas também não deu certo. Chegamos a fazer aquele CD "Novamente", gravando sucessos dos Pop's e também "Índia" e "O Milionário", sucessos dos Populares e dos Incríveis, que muita gente pensa que é sucesso do The Pop's mas que a gente nunca gravara na verdade. Nesse disco estamos Silvio, Beto, Manoel Jorge, Max, eu e um tecladista. Fizemos em 1995 ou 1996 e só saiu em CD. (...) Agora vamos ver, temos que conversar com o Pipo e com o Silvio, pra voltar com The Pop's... com uma estrutura legal. Seria legal ter uma gravadora, não adianta fazer independente. Mesmo que não seja uma das graúdas, basta ter um mínimo de penetração. Não basta gravar num bom estúdio, se não houver estrutura comercial para divulgar e vender. Mesmo que a gente grave de graça no estúdio do César, de que vai adiantar? Precisamos de um empresário que se interesse pelo conjunto, assumindo o pacote dos shows e dos discos. Não podemos sair de porta em porta. The Pop's toca muito no nordeste... até hoje!
Como você vê a música instrumental?
P - Eu acho que ainda tem espaço, porque é um campo que não foi explorado desde que paramos - pelo menos quanto a grupos de guitarra fazendo instrumental popular. Na época nós transportávamos para a guitarra os sucessos populares, da mesma forma que o Lafayette fazia no órgão, né? Eu acredito que hoje, se nós fizéssemos uma boa seleção das melhores músicas das paradas, seria uma opção que eu acredito que daria certo de novo. A música instrumental permanece mais que a cantada, porque a cantada satura e logo sai da parada. A instrumental raramente vai pra parada, mas permanece. Ela trafega longe da parada e não é tão cansativa.
Você foram imitados?
J - Tentaram, uns três ou quatro... The Jones, The Five Lovers, Os Carbonos... e outros que nem gravaram disco.
P - No nosso estilo, somente nós: The Pop's e Os Populares.
Quais foram as influências?
J - Engraçado, nesse lance de instrumental.... eu já era um solista, e The Pop's era um grupo vocal. Eles não eram instrumentistas, fui eu quem os levou pro instrumental. Quando fomos estrear, seria aniversário de alguém e aí todo mundo começou a elogiar as versões que fazíamos de sucessos da época. Acompanhamos muita gente em show também, mas nunca em gravações - pois os artistas da CBS, da Odeon, da RCA, da Continental e da Copacabana já tinham os músicos dos estúdios.
P - Não tivemos influência porque ninguém fazia isso aqui, mas naturalmente a nível internacional foram The Ventures e The Shadows. O irmão do Pipo viajava muito e trazia muitos discos, então de alguma forma copiamos The Shadows sim. Acompanhamos muita gente em show e na TV: Erasmo, Roberto, Wanderléa, Golden Boys, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Osvaldo Nunes, Trio Esperança, Trio Ternura, Toni Tornado, Maritza Fabiane, Martinha, Elizabeth, Eduardo Araújo, Noriel Vilela etc. Ronnie Von começou cantando com a gente, né? Mas em gravação, não. Em disco, só acompanhamos Osvaldo Nunes... na própria Equipe. Gracindo Júnior tem um compacto conosco, para a trilha de uma peça de teatro, mas na verdade foi efeito de estúdio: pegaram nossa gravação e adicionaram a voz dele.
Pelo fato do nome The Pop's pertencer ao Silvio, a volta da banda depende dele topar. Do contrário, o nome Os Populares é do J. Cesar e pode ser usado, certo?
J - Sim, inclusive a princípio a idéia era voltar com Os Populares. Manoel chegou a
anunciar Os Populares, mas pra mim é a mesma coisa.
Você comentou sobre o Mazola. Ele foi produtor daqueles discos na Polydor em 71 e 72, mas está lançando um CD duplo comemorativo dos 30 anos de carreira... quando, na verdade, ele já tem 35 anos pelo menos. Ele deletou esses trabalhos com vocês do curriculum.
J - Ele e seu irmão trabalhavam numa fábrica de guitarras e eu sempre ia lá para fazer testá-las, e foi quando conheci o Mazola e levei para ajudar com as aparelhagens do The Pop's. Quando quebrava um reverb, por exemplo, ele soldava. Era nosso eletricista. Consertava tomadas etc.
P - Ele não era nem técnico de som, era técnico de chão! (risos) Ficava consertando as tomadas, os cabos... Quando os Pop's gravavam, ele ficava mexendo na mesa de som como curioso.. Cansou de almoçar lá em casa... e também dormiu muito lá também.
J - Ele era realmente nosso técnico e depois arrumou pra trabalhar de assistente de estúdio lá no Haway. Sem querer, de tanto mexer, ele colou um eco na música "Estela" do Fábio. Deu sorte, ainda não entendia nada. Outro dia peguei uma revista que está nas bancas e ele não fala nada disso, só fala do que fez depois. Igual ao Elymar Santos, que trabalhava comigo num restaurante na Ilha do Governador. Eu conhecia o Bira que, junto comigo, inaugurou o selo Golden. Fizemos o compacto "Cachaça" pro Elymar Santos, a pedido do Dr. Paulo - um amigo dele que era da Aeronáutica. Quando ele arrumou o show do Canecão, distribuiu mais de dois mil convites e encheu a casa. E aí, quando deu entrevista pra Marilia Gabriela, falou que o primeiro compacto que fez vendeu mais de duas mil cópias num só mês. Na verdade nós mandamos prensar 500 compactos na fábrica da Tapecar em Bonsucesso, e não tivemos dinheiro nem pra pagar todos os compactos. Acabou ficando um monte lá, que acabamos não apanhando. Quem fez os arranjos e a produção fui eu, junto com o Bira, mas ele pula tudo isso...
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The Pop's, a group from Rio de Janeiro (Brazil), was one of the most important groups of instrumental rock in the 60's, alongside The Jordans, Os Carbonos, The Clevers, and The Rebels, among others. The group was formed by the former-Luizinho e Seus Dinamites's, Euclides (solo guitar), Pipo (rhythm guitar), Silvio (bass) and Parada (drums). They released two records of great success, especially The Pop's (known as "the blue cover one" - the one presented here), that brings, besides "Caravan", an excellent cover for the classic "Mr. Motto", versions for classical and popular tunes and interpretations of some hits by The Ventures.
27 comentários:
Fala mvcosta!
Muito, mas muito obrigado mesmo pela postagem. Tenho certeza que os amantes da boa música saberão apreciar este álbum. Agora, se não for pedir muito e já abusando da tua boa vontade, não conseguirias um outro álbum deles, onde aparecem na capa em forma de desenho, em um palco, todos nús. É outro álbum excelente deste grupo. Infelizmente não sei o título do álbum.
Desde já meus agradecimentos e repito o agradecimento pelo post.
Grande abraço e seja feliz!
Isamir
Isamir,
Eu não conheço esse disco. Mas vou procurar a discografia deles e qd arrumar esse álbum eu colocarei aqui.
Esse disco é muito bom mesmo. Outra banda da época que eu acho muito boa também é The Clevers. Futuramente postarei um disco deles aqui.
Grande abraço,
mvcosta
meu camarada esse teu blog foi um presente , eu sou louco pelo som desses caras , desde que herdei um vinil do meu pai .. valeu pelo disco do grupo . adorei e vou sempre visitar teu blog . abraços e continue sempre , nos amates de boa musica agradecemos , abraços
Valeu pelo elogio. Em breve vou colocar outros discos de rock do período.
Abs,
mvcosta
Meu amigo,parabéns pelo blog,gosto do som do the pop's,esse disco do turíbio santos é maravilhoso,é uma obra de arte seu blog e de muito bom gosto,continue sempre,aprendi um monte hoje!
Valeu pelo elogio. Em breve colocarei mais discos de rock instrumental.
AMEI O SEU SITE,
SE QUIZER TROCAR
"FIGURINHAS"
ESTOU A DISPOSIÇÃO
MEU NOME É ARTEMIS CEZAR
SOU FILHA E A. DE IMPRENSA
DO J.CEZAR .
INCLUSE , TENHO FOTOS RECENTES
DO THE POP'S , EM SUA FORMAÇÃO
ORIGINAL , NA TURNÊ 2006, EM RECIFE OK?
UM GRANDE ABRAÇO, ARTEMIS & J.CEZAR
ARTEMIS_CLAIRE1@HOTMAIL.COM
O site é muito bom. Faz a gente voltar ao passado. continue assim, divulgando a Jovem Guarda. Parabéns ! E aproveitando, vc pode postar o LP de Os Populares que tem uma capa branca e um catavento colorido ? Desde já agradeço. Abraços.
Falar dos The Pops é falar no notavel guitarrista João Augusto Cesar, ou simplesmente J.Cesar que, independentemente de ser um excelente musico, também é um notavel arranjador. Eu me sinto honrado em ser seu amigo e agradecido por ter feito um CD com seus maravilhosos arranjos. Deixando claro que o selo GOLDEN ainda existe. Euripedes/08
ih, rapaz: o link pro Rapidshare não está funcionando.
Aqui fiz grandes descobertas, e só tenho a agracedecer seu empenho em prol da grande música brasileira.
Abraço!
The Pop's - "The Pop's" (1968 - Equipe EQ 817)
1. As Sete Maravilhas do Mundo Nº 3: O Guarany / Última Inspiração / Lábios Que Beijei / Cabelos Brancos / Caminhemos / Feitiço da Vila / Tahi
(Carlos Gomes) / (Peterpan) / (J. Cascata - L. Azevedo) / (M. Pinto - H. Martins) / (H. Martins) / (Noel Rosa - Vadico) / (Joubert de Carvalho)
2. Driving Guitar
(Wilson - Bogle - Edwards)
3. A Lenda do Beijo (La Leyenda del Beso)
(Sotulo - Vert)
4. Noturno de Chopin
(Chopin - adapt. Lili)
5. Johnny Guitar
(Victor Young)
6. Andalucia
(Ernesto Lecuona)
7. Caravan
(Ellington - Mills - Tisol)
8. Recordando Boleros: Besame Mucho / Que Murmuren / Vereda Tropical / Sabor a Mi / Cuando Tu Me Queiras
(Consuelo Velasquez) / (R. Fuentes - R. Cardenas) / (Gonzalo Curiel) / (Alvaro Carrillo) / (R. S. Moreno - M. Barrios)
9. Mr. Motto
(Richard Divi)
10. Ciranda Iê Iê Iê Nº 3: Carangueijo Peixe É / Nesta Rua Tem Um Bosque / A Carrocinha / Pascaraio / Onde Está a Margarida / Samba Lelê
(D.P. - adapt. Lili)
11. Concerto Nº 1
(Tchaikovski - adapt. Lili)
12. Meu Coração a Ti Pertence
(A. M. Smite - F. Lehar - adapt. Lili)
Euclides: guitarra solo
Pipo: guitarra ritmo
Silvio: baixo
Parada: bateria
POXA GENTE GOSTARIA DE BAIXAR MUSICAS DOS THE POP'S , MAS NÃO ENCONTRO NENHUMA MUSICA DELES NO DREAMULE, COMO FAÇO PARA BAIXAR MUSICAS DELES, TENHO PAIXÃO POR ELES, ME AJUDEM POR FAVOR.MEU NOME É CRISTINA E MEU E-MAIL é cristinard@oi.com.br. UM GRANDE ABRAÇO A TODOS AMANTES DOS THE POP'S.
CARA, SE EXISTIU UM CONJUNTO MUSICAL MELHOR, QUERO SABER POIS IGUAL AO THE POPS NUNCA VI. NA ÉPOCA TINHA UM GRAVADOR E SO HOUVIA
MUSICAS DELES NAS MINHAS VIAGENS. QUE LOUCURA MUITO SHOW.
PARABENS PELO BLOG.
GERALDO. BETIM. MG
Gostaria de ter os discos deles. Vivi esta epoca, mas a situacao financeira nao dava. Hoje tenho os recursos, mas nao encontro, so Vinis arranhados nos sebos e nao sei como fazer pois nem toca discos tenho mais, so players atuais. Quem puder dar uma ajuda com links, ou onde baixae cds, favor informar stola@ig.com.br
Pessoal:
Descobri na rua da Alfândega 172, uma loja de discos que vende 'cds' do The Pop's, com gravação da POLYDISC. Comprei um e achei a gravação de ótima qualidade. Tel. loja 25076529.
cresci ouvindo essas muisicas,pois minha mae adorava....
queria encontrar cd's dos the pop's
p dar de presente p minha mae e p mim ouvir tbm,gosto das musicas deles,sao de mais!!!
obrigado a vc por esse presente ai!!!
g ostaria de gravar cd dos the pop/s pois sou muito fã deles meu www.petros08@yahoo.com.br
pq n consigo fazer o download do disco?alguem me diz por favor
Gente, há anos não sei onde foi parar o meu LP de The Pop's. Somente agora, consegui encontrar est site. Como faço para conseguir essas gravações maravilhosas deste GRANDE CONJUNTO: THE POP'S. Sou fascinado pelo arranjo e a seleçõa de música deles. Por favor, me consigam.
ERNESTO OLIVEIRA
Saudações senhor MV Costa,tudo bem?Espero que sim e espero que possa ler esse comentário.
Não é bem uma propaganda,até pq não entendo mto de blog.Apesar de não ter mtos materiais(discos)quero compartilhar e trocar idéias.
Sabe o primeiro comentário seu?O do senhor Isamir?Tenho esse vinil do the Pops.Aliás tenho 2:Esse que Isamir te pediu(Na Base do iê,iê.iê) eo outro(agora o melhor dos pops).
Os materiais que tenho,são todos tirados dos vinis.Se o senhor quiser manter contato,e até mesmo quiser,pode baixar no meu blog.
Logo estarei colocando tb,Paul Mauriat(uma coleção com 10 discos otimos)Gigiola Cinquetti(apenas um vinil)Geysa Celeste,Rômanticos de Cuba e mais alguns que eu encontrar,garimpando por aqui.
Visite meu blog qd puder:
musicadequalidade.blogspot.com
eu adoraria poder trocar ideia ou mesmo materiais de qualidade.
Obrigado,fique com Deus e mto obrigado pela atenção.
Meu contato caso queira tb:
fabiodejesussantos@yahoo.com.br
Abraços.
Fábio de Jesus.
Olá amigo,gostaria de fazer uma pequena mudança no que eu disse.Infelismente não tenho o albúm que afirmei o que tinha(o que o senhor Isamir falou e sim,na base do iê,iê,iê)
Desculpe e aguardo resposta.
Fábio de Jesus.
Tenho o privilégio de possuir um LP DO the POP´S.Seu título ,REAÇAO!Faz parte de um acervo de discos que recebi de meus pais.Impressio-
na a qualidade de suas músicas.Como não há referência do ano em que foi produzido,gostaria muito de ter esta informação.
Let’s start with the first impression that you make. Four factors create a good one: your smile, your dress, your handshake...
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THE POPS REALMENTE ERA´UM CONJUMTO FANTASTICO - CONHECI OUTROS BONS CONJUNTOS NESTA ÉPOCA - COMO A BOLHA - OS ANJOS - ETC. ADORAVA UM CONJUMTO CHAMADO THE LIONS - FANTASTICO - COMO OS THE POPS . LEMBRANÇAS INESQUECEIVEIS . . .
...até que enfim, venho procurando essa album a quase 10 anos.
The pop's eram os melhores no estilo instrumental. Eram os ventures aqui no Brasil, no mesmo nível dos Jordans, Bells, clevers etc... Tenho todos seus LP's e Cd's. Por favor reunam com o J cesar e voltem a atuar o mais rápido possível.
Olá, muito bom, se não for pedir muito dar para postar The Pop´s album "Afirmação 70", de já agradeço muito. Meu email: hf.correia@hotmail.com. Um grande abraço.
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