29 agosto 2006

Os Cobras - O LP (1964)

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Os CobrasEm 1963, Milton Banana, Tenório Jr., Raulzinho, Zezinho e Hamilton Cruz (com participação de Paulo Moura e J.T. Meirelles) se intitularam Os Cobras e gravaram O LP. Pode parecer pretensioso, mas o nome da banda corresponde ao porte dos músicos e O LP é uma obra prima e um dos discos fundamentais do samba-jazz.

Hugo Oliveira - extraído do site Zero

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Os CobrasIn 1963, Milton Banana, Tenório Jr, Raulzinho, Zezinho and Hamilton Cruz (with participation of Paulo Moura and J.T. Meirelles) had intitled themselves as Os Cobras and had recorded O LP. It can seem a little pretentious, but the name of the band corresponds to the excellence of the musicians, and O LP is a masterpiece and one of basic records of samba-jazz.

Hugo Oliveira - extracted from Zero
Poorly and quickly translated, from Portuguese to English, with Babel Fish, with some fast and lazy corrections by myself.

23 agosto 2006

Radamés Gnattali Sexteto - Série Depoimento Vol. 2 (1975)

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Radamés GnattaliFilho de uma pianista gaúcha e de um imigrante italiano radicado em Porto Alegre, Radamés Gnatalli nasceu no dia 27 de janeiro de 1906. Seu nome e os de alguns de seus irmãos – Aída e Ernani - traduzem o gosto de seus pais pela ópera, pois pertencem a personagens de obras de Verdi. A decisão dos filhos pela carreira musical é outro fator que reflete essa paixão dos pais. Radamés começou a aprender piano com sua mãe e ao mesmo tempo iniciou-se no violino. Aos nove anos foi condecorado com uma medalha pelo cônsul da Itália, por sua atuação como regente de uma orquestra infantil, que tocou arranjos feitos por ele. Aos 14 anos entrou para o Conservatório de Porto Alegre para estudar piano. Aprendeu também violão e cavaquinho, além de aperfeiçoar-se no violino. Estudou para ser concertista e tocava com a Jazz Band Colombo, acompanhando filmes mudos no Cine Colombo. Além disso, tocava em bailes para ganhar um pouco mais de dinheiro. Terminou o curso de piano em 1923 e foi para o Rio de Janeiro.

Radamés Gnattali SextetoApresentou-se no Teatro Municipal aos 18 anos, como solista do "Concerto nº 1" para piano e orquestra, de Tchaikovski, sob a regência de Francisco Braga. Na mesma época conheceu o compositor Ernesto Nazareth, no Rio de Janeiro. Depois de sua estréia como pianista no Rio de Janeiro, passou os anos seguintes entre Porto Alegre e a então Capital Federal, trabalhando com música erudita e popular. Em sua cidade natal organizou o Quarteto Henrique Oswald, no qual tocava viola. No início dos anos 30 mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na Rádio Clube do Brasil. Com a crise provocada pelo advento do cinema sonoro no Brasil, passou a aproximar-se da música popular. Estreou como compositor, em 1930, em Porto Alegre, com a apresentação das peças "Prelúdio nº 2"e "Prelúdio nº 3". Passou a atuar em orquestras que tocavam em bailes, operetas e programas de rádio.

Em 1932 teve suas primeiras composições gravadas: os choros "Espevitado" e "Urbano". Em 1934 passou a trabalhar como orquestrador da gravadora Victor. Participou da inauguração da Rádio Nacional, em 1936, e lá atuou por 30 anos, como pianista, solista, maestro, compositor e arranjador. Radamés GnattaliEm 1943 criou a Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali, que tocava os arranjos do maestro no programa "Um Milhão de Melodias", dando um colorido brasileiro aos sucessos estrangeiros. Radamés passou a inovar usando os instrumentos da orquestra de forma percussiva. O programa foi também o primeiro a prestar homenagens a compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Zequinha de Abreu. Enquanto atuou no rádio não deixou de lado as carreiras de pianista, concertista e compositor. Compôs concertos e peças sinfônicas executados ao redor do mundo. Em 1960 excursionou pela Europa com o Sexteto Radamés Gnattali, grupo derivado do Quarteto Continental, criado na Rádio Continental em 1949. Nos anos 60 foi contratado pela TV Globo, onde trabalhou durante 11 anos como arranjador, compositor e regente. Na década de 1970, foi fundamental para o movimento de redescoberta do choro, incentivando jovens instrumentistas como Henrique Cazes, Raphael Rabello, Joel Nascimento e Mauricio Carrilho, e a formação de grupos como o Camerata Carioca. Em 1983 recebeu o Prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade.

Sofreu um derrame em 1986, fato que o obrigou a um longo tratamento para voltar a tocar. Morreu no dia 13 de fevereiro de 1988, em decorrência de um segundo derrame. Foi membro da Academia Brasileira de Música e da Academia de Música Popular Brasileira.

Extraído do site Kuarup

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Radamés GnattaliRadamés Gnattali is a fundamental name in Brazilian music. A classically trained composer, conductor, orchestrator, and arranger, he worked for a living in the popular side of the business, deeply influencing Brazilian popular music with his arrangements and conceptions through his omnipresence at the musical direction of Rádio Nacional, the biggest broadcast outing in Brazil during that time. His compositions, both in the erudite and popular fields, concurred to bridge the gap between the two idioms, a self-imposed task that was always kept in sight throughout his whole life.

Both his father and mother were musicians and he started his musical apprenticeship with his mother at age six; later he also took the violin, with his cousin Olga Fossati. At nine, he was decorated by the Italian consul after conducting a child orchestra with his own arrangements. At 14, he was already playing cavaquinho and violão and began his studies with Guilherme Fontainha. In the same year, he was examined by the Escola de Belas Artes de Porto Alegre and was admitted at once to the fifth grade. At 16, he was employed at the Cine Colombo, accompanying silent movies. His desire was to be a concerto pianist, but his parents didn't have the means to provide for his training and he had to work in dances and take in pupils. In 1923, he finished his studies with honors and decided to go to Rio. His professor, Fontainha, used all his prestige to appoint a concert by Gnattali on July 31, 1924, at the Instituto Nacional de Música. In front of a selected audience composed of journalists, musicians, critics, and authorities, he disencumbered himself from the task with greatness that registered with the critics from the period. Soon he met Ernesto Nazareth, who played at the Cinema Odeon, and he then became a frequenter of Galeria Cruzeiro, a piano seller that employed Nazareth as a sheet music demonstrator. After a while, Nazareth asked Gnattali to play for him, receiving enthusiastic applause. Mário de Andrade, a respected musicologist, was, at the time, director of the Conservatório Dramático Musical de São Paulo and invited Gnattali for a performance there.

He returned to Porto Alegre and continued to teach while performing extensively with the Quarteto Henrique Oswald, where he exercised and experimented his string quartet skills as the basis for his firm grasp on the symphonic orchestral writing. In 1929, Fontainha scheduled him again to play in Rio. This time, he played at the biggest pantheon of classical music in Rio, the Teatro Municipal, where he was backed by the Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, conducted by Francisco Braga. In that period, he already had a great number of compositions, both erudite and popular. In 1931, he participated in the IV Concert of the Instituto Nacional de Música's Official Series sided by such composers as Luciano Gallet, Heitor Villa-Lobos, and Lorenzo Fernandez. In the next year, already married, he embraced popular music for a living and was employed by the orchestras of Romeu Silva and Simon Bountman, playing at Carnival balls, operettas, dance parties, and radio shows. In those times, there were virtually no Brazilian arrangements. He began to write arrangements for Brazilian music almost at the same time as Pixinguinha, soon becoming famous for that. Next, he went to Lambari, Minas Gerais, then an elegant watering place, to sub for pianist Mário Martins at the Cassino das Fontes. In that period, he got a job that would profoundly affect his life, at the Rádio Clube do Brasil. In 1932, he become a session arranger and pianist for Victor, debuting there in the recording business with his choros "Espritado" and "Urbano" under the pseudonym Vero (adopted in all his popular pieces). As a pianist, he accompanied Bidu Sayão in 1934, the same year his "Concerto No. 1 para Piano e Orquestra" was conducted by Henrique Spedini, having the very Gnattali as soloist.

In that decade, he also worked for Rádios Mayrink Veiga, Gazeta, Cajuti, and Transmissora. Orlando Silva, the precursor of the colloquial way of singing later re-utilized by João Gilberto and the first to record Brazilian music with a symphonic orchestra, asked Gnattali to write arrangements for him. The association produced top-selling results, while the critics deplored the "American chord," as they referred to the ninth chord. At this point, it is important to quote Gnattali himself to solve a lot of confusion surrounding Brazilian music, including the so-called bossa nova. "If the ninth chord was also used in jazz, it was because the jazz composers also listened to Ravel and Debussy."

Radamés GnattaliIn 1938, he presented other erudite compositions at the Escola Nacional de Música and in the next year was invited to the New York World's Fair, together with the popular composers Pixinguinha, Donga, and João da Baiana, and the erudites Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, and Camargo Guarnieri. Also in 1939, Ary Barroso presented his show Joujoux et Balangandans at the Teatro Municipal, with the Rádio Mayrink Veiga and Rádio Nacional's orchestras, conducted by Gnattali. The enormously successful, almost unofficial anthem "Aquarela do Brasil," was modified by Gnattali, which put five saxes playing the counter theme in seconds, originating the all-time classic introduction.

In 1938, Rádio Nacional was created. Initially a modest enterprise, from the very first moment it counted on Gnattali. But in 1940, the radio was expropriated by the Estado Novo, as was known the nationalist dictatorship by Getúlio Vargas. In line with the government's ideals, the radio changed its profile to represent an important asset in the cultural propaganda, which was based on the best production of the country. In those times, there weren't Brazilian music orchestras, only small groups (regionais) and salon dance orchestras. Then, in 1943, the Orquestra Brasileira Radamés Gnattali was created, together with the show Um Milhão de Melodias, which remained active for 13 years. It was a show that presented music from the entire world, but with appropriate Brazilian dressings through arrangements by Gnattali that were executed by the orchestra. At that time, Gnattali used to write nine full-scored orchestrations per week. That show was the first to pay tribute to Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, and Zequinha de Abreu. Under the influence of his friend, drummer Luciano Perrone, Gnattali also changed the way of orchestrating Brazilian rhythms. At that time, the strings, woods, and reeds took charge of the harmonic/melodic conduction, and the rhythms were exposed by percussion. On the orchestra's recorded albums for RCA, there were plenty of rhythmists, but the regular broadcasts counted only with Luciano, who, feeling himself too weak to supply all the rhythmic richness of several percussionists, asked Gnattali to write some of the rhythms to be delivered by the orchestra. In 1941, the show Instantâneos Sonoros was simultaneously broadcast to Argentina, where it was a success, making Gnattali officially decorated in that country. Returning to Brazil, he was also awarded with the Prêmio Roquette Pinto. In 1946, London's BBC purchased the recording rights for "Brasiliana No. 1" for a large sum. At the request of the Chicago and Philadelphia symphonic orchestras, Arnaldo Estrela performed "Concerto para Piano e Orquestra." In 1949, while working for the Continental label, he created the Quarteto Continental (soon transformed to a sextet), which toured Europe in the III Caravana Oficial da Música Popular Brasileira, in 1960. In 1953, he presented at the Teatro Municipal his "Concertino para Violão e Orquestra," conducted by Eleazar de Carvalho. The concertino had been written especially for the great violonista Garoto, who was the soloist. It was the first time in which the violão, an instrument related to low-life sambistas and malandros, climbed such a respectable stage (with the possible exception of a prior Segovia concert there). In 1954. he composed the "Suíte da Dança Popular Brasileira" for electric guitar and piano, dedicated to Laurindo Almeida and executed by Garoto in São Paulo. In the same year, he opened the show When the Maestros Meet Each Other, where Tom Jobim presented himself. Jobim accounted later that he, a novice then, was extremely nervous to be there conducting in front of longtime venerated maestros, but Gnattali, at the piano, was friendly and helped him with some cues. In 1958, during the Festival Radamés Gnattali at the Teatro Municipal, he presented his "Concerto para Harmônica de Boca e Orquestra," with soloist harmonica player Edu da Gaita. That same year, Gnattali composed the "Concerto para Acordeão (accordion) e Orquestra," written for Chiquinho do Acordeon. In 1964, Gnattali formed a duo with Iberê Gomes Grosso (violoncello) and toured Europe. The next year, he presented the "Concerto Carioca No. 1." In 1968, Gnattali was hired by Rede Globo, where he worked as a composer/orchestrator for 11 years. He also composed the soundtracks for several movies, including Bonitinha mas Ordinária, Eles Não Usam Black-Tie, Perdoa-me por me Traíres, and others. In 1983, he received the Prêmio Shell as an erudite artist in a ceremony at the Teatro Municipal, an occasion when he presented his "Concerto Seresteiro No. 3" for piano, orchestra, and "regional" (Camerata Carioca). He continued his extremely active career until he had a stroke a year before his death.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide

20 agosto 2006

Monique Aragão - Monique Aragão (1992)

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Monique AragãoCarioca, nascida a 10 de novembro de 1960, Monique é pianista, compositora e arranjadora, formada em música pela Universidade do Rio de Janeiro.

Foi premiada nos concursos de piano Alcina Navarro (1970), Liddy Mignone (1973) e Lúcia Branco (1976) de música erudita e recebeu, em 1992 o Prêmio Sharp de Revelação Instrumental pelo seu 1º disco, "Monique Aragão" (Selo Perfil Musical).

Em sua discografia autoral figuram os discos, "Monique Aragão" (1991 - selo Perfil Musical), "Canoas" (1993 - selo Perfil Musical), também com composições próprias, "Ventos do Brasil" (1995 - selo francês Buda Musique) com distribuição mundial, "Os Olhos de Cristal" (1997 - Vitale Records) para crianças, "Marcas da Expressão" (1999 - pelo selo independente MCA).

Compôs trilhas originais do longa-metragem "O Filme da Minha Vida" (de Alvarina Souza e Silva - 1991), dos espetáculos de dança "O Rio Carioca" (1994), "Réquiem para a Floresta" (1996) e "Callas" (1998) da Companhia de Dança Rio. Compôs também a trilha do musical infantil "Balbino & Bento", de Elizabeth Araújo, e da peça teatral "Flor de Obsessão", de Robert Guimarães.

Produziu e escreveu os livros de partituras "Coral Hoje" (1989), "O Melhor de Ernesto Nazareth" (1997) e "Seis Estudos para a Mão Esquerda" (1997), todos pela editora Irmãos Vitale. Estreou a comédia musical "Sucesso", assinando texto, músicas e direção, na Casa do Riso, em março de 2001.

Foi professora de interpretação e técnica vocal nos programas Fama, Fama Bis (2002) e Fama III (2004), da Rede Globo. Também foi professora da Universidade do Rio de Janeiro (Unirio) no período entre 1999 e 2001.

Suas composições e performances figuram também nos discos Orquestra de Sax, Maria Tereza Madeira, Coral Canto em Canto, "Baladas Brasileiras" de David Ganc, "Charanga" de Ronaldo Diamante, "Orquestra dos Sonhos" de Tim Rescala, "Tempo Bom" de Telma Costa, "Dolores" (trilha sonora da peça homônima) e "A Música da Fala" de Tim Rescala.

Monique Aragão trabalhou em inúmeras montagens teatrais como diretora musical e arranjadora, se apresentou nos melhores teatros do Brasil, como pianista e em diversas produções de TV como produtora musical.

Extraído do site Delira Música

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Monique AragãoBorn in Rio de Janeiro, the pianist, arranger and composer Monique Aragão studied music at the University of Rio de Janeiro. In 1970, 1973 and 1976, Monique won the 'Alcina Navarro', 'Liddy Mignone' & 'Lucia Branco' piano prizes, respectively. Later on, in 1992, she received the Sharp reward, a classical brazilian instrumental music reward, for her first album, 'Monique Aragão', as well as the reward 'Revelação Instrumental'. Monique has also composed many sound tracks and worked on many theatre productions as music director and arranger, played piano in the greatest brazilian theatres, & participated on many TV programs as a music
producer.

Extracted from Another Track

15 agosto 2006

Curupira - Curupira (2000)

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Trio CurupiraEnfim, uma boa novidade na música instrumental popular brasileira. O trio Curupira apresenta hoje, no Crowne Plaza, o repertório que foi aplaudido em pé durante o Free Jazz Festival deste ano e que vem arrancando elogios da crítica.

Quem, quando criança, não ouviu falar nas histórias do Curupira? Humanos cobertos de pêlos dos pés à cabeça com os pés virados para trás. São os autênticos protetores das matas, que sempre levaram muito a sério sua missão de proteger as matas.

A analogia coloca em evidência o papel que está sendo executado pelo trio, de também ser responsável pela preservação - neste caso é a MPB que ganha a proteção. E não é por meio de releituras que eles estão agindo, mas com suas composições repletas de elementos regionais pesquisados por eles - reisado, cateretê, baião, catira e maracatu são alguns deles -, misturados à formação jazzística dos integrantes.

Os integrantes André Marques (piano), Cleber Almeida (percussão) e Ricardo Zohyo (baixo) afirmam que são crias de Hermeto Pascoal, que participa de uma faixa dc CD, no tema Parada em Itapipoca.

Motivo: a metodologia musical não óbvia, tentando sempre ser experimental. A busca pela linguagem autoral que o Curupira apresenta nos seus shows também foi incentivada pelo guitarrista Natan Marques (que já acompanhou Elis Regina), pai do pianista André Marques.

Em março, o grupo fez uma elogiada temporada no Supremo Musical que marcou o lançamento do primeiro trabalho, com o mesmo nome do trio, produzido pelo selo JAM Music (a cantora Jane Duboc foi co-produtora desse trabalho). Durante o Free Jazz os elogios repetiram. Os olhos da platéia ficaram vidrados com a apresentação empolgante do trio.

As evidências da qualidade do trabalho do Curupira se mostram no compromisso e na dedicação que a banda tem com a música. Antes de lançar o CD, no ano passado, o Curupira passou mais de cinco anos ensaiando e criando suas composições, sem pressa de fazer shows e disco.

Por ter de preencher os espaços musicais, o grupo também alterna muitos instrumentos, como flauta, violino, cavaquinho e percussão, dando mais sabor ao conceito elaborado e emotivo da sua música.

Janaína Rocha - 09/12/2001 - extraído do Jornal da Tarde
Para mais informação, visite o site do Trio Curupira

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Trio Curupira with the new member Fábio GouvêaThe repertoire includes eleven tracks, beginning with "Maracatu de Abertura" (André Marques), which works as an introduction to the party. The following song, "Pau de Chuva" (Cleber Almeida) mixes samba with baião, and uses instruments such as the pau de chuva itself, which helps the bass guitar with the rhythmic marking. A fusion of toada with ballad characterizes "Renascendo" (André Marques) and the following track, "Pife", a collective song, shows the band recovering one of the Northeastern musical manifestations, the pife bands, which include maracatu touches in their melodic structure.

Parada em Itapipoca" (André Marques) is a contagious frevo, in which Hermeto Pascoal participates playing the escaleta (or piano de boca). "Expresso Brasileiro" (André Marques) is a xote with touches of waltz and xaxado, in which a Fender piano is played, showing the interaction between the traditional and the modern. Another collective creation - "Capoeira"- is a jingle which shows the beat used in capoeira circles and "Insano" (Ricardo Zohyo) seems like an improvisation, given the harmonic possibilities created by CURUPIRA members.

The musician, arranger and composer Natan Marques (pianist André Marques' father) is featured playing the guitar in "Pra vós Mecê" (Cleber Almeida), a song with a bossa nova rhythm mixed with samba-canção. "Prelúdio em Baião" (André Marques) is strongly market by the bass guitar and reminds the themes of the folias de reis (Brazilian celebration). In "Aos Negros do Rosário", a band's creation, once more the rhythmic pulsing is present in a song which reminds the African slaves' tunes. To close the repertoire, the song "Correu Tanto Que Sumiu" was included, which is a delightful mix of rhythms and melodies created by Hermeto Pascoal.

Toninho Spessoto - summarized text extracted from Trio Curupira's site

07 agosto 2006

Andy Summers & Victor Biglione - Strings Of Desire (1998)

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Andy Summers e Victor BiglioneArgentino naturalizado brasileiro, ex-integrante do grupo A Cor do Som, compositor, arranjador e um dos maiores guitarristas do país, Victor Biglione está lançando o CD Splendid Brazil em dupla com o guitarrista inglês Andy Summers, ex-The Police. Um encontro entre o latino e o britânico, o emocional e o racional, que deu mais do que certo.

Splendid Brazil é o que se costuma chamar de um “discaço”. A dupla já havia gravado junto, em 1998, o CD Strings of Deside, com músicas brasileiras e internacionais. Desta vez, no entanto, o repertório é todo “made in Brazil”. São 11 faixas, todas instrumentais, em que a bossa nova, cartão de visitas da música brasileira no exterior, acabou naturalmente prevalecendo, embora em arranjos totalmente distintos do clima banquinho-e-violão à lá João Gilberto. Empunhando violões de aço de 6 e 12 cordas, Victor Biglione e Andy Summers criaram uma verdadeira sinfonia, tamanha a variedade rítmica, a riqueza de detalhes e a harmonia presentes em cada nota.

Tom Jobim aparece cinco vezes, duas em composições solo – Chovendo na Roseira e Fotografia – e três com seus famosos parceiros: Chico Buarque, em Retrato em Branco e Preto; Aloysio de Oliveira, em Inútil Paisagem; e Vinicius de Moraes, em Lamento. Edu Lobo vem a seguir no “ranking”, com duas músicas: Casa Forte e Vento Bravo (com Paulo César Pinheiro). Completam o repertório Cartola (As Rosas Não Falam), Marcos Valle (Campina Grande), Laurindo de Almeida (Brasiliance) e Hermeto Pascoal (O Ôvo).

Confira a entrevista com Victor Biglione, que, além de ser um excelente guitarrista, sabe tudo de música e é bom de papo. Na primeira parte da conversa, ele fala sobre a parceria com Andy Summers. Na segunda, os assuntos são preferências musicais, o panorama da música mundial e o disco que Biglione gravou com Cássia Eller, até hoje inédito.

Como você conheceu o Andy Summers?
Quem deu a dica foi o produtor Luiz Paulo Assumpção, que já conhecia o Andy Summers. Ele me disse: “você tem que tocar com o Andy!”. Na época eu já estava tocando violão de aço. O Luiz insistiu para que eu mandasse ao Andy um disco meu com o Marcos Ariel. Não levei muita fé, mas mandei. Ele adorou e quis tocar comigo.

Quando surgiu a oportunidade de gravar com ele?
Em 1997 ele veio ao Brasil e nós fizemos alguns shows juntos, aqui e na Argentina. Deu tão certo que resolvemos fazer um CD em 98, o Strings of Desire, em que misturamos músicas brasileiras e standards do jazz. Fizemos duas excursões com esse disco.

E o novo CD, como surgiu?
Em 2002, eu fui para os Estados Unidos e levei umas 30 músicas que ficariam legais para gravarmos. Selecionamos 11 e o disco ficou pronto naquele ano mesmo. Por um problema de desencontro de projetos pessoais, só estamos lançando agora. O disco está saindo lá fora também, pelo selo do Steve Vai. É legal pegar um rock star e fazer um disco de música brasileira. Isso me deixa feliz.

Victor BiglioneQuando você mostrou aquelas músicas ao Andy, o que ele conhecia? Qual é o conhecimento dele de música brasileira?
O inglês é um povo muito preparado. Não é à toa que o Police foi muito bom. Para ser um roqueiro, não adianta ir à boutique, comprar uma roupa preta e pôr tatuagem. O Andy Summers é um grande músico, que conhece tudo de Tom Jobim e estudou Villa-Lobos quando era garoto. Ele adora Pixinguinha e conhece bem a bossa nova, que é a música brasileira mais difundida lá fora. Mas eu apresentei a ele muita coisa que o deixou encantado, como Hermeto Pascoal, Marcos Valle e Paulo Bonfá.

Das músicas que ficaram de fora, teve alguma que você lamentou não ter incluído?
Teve: Paula e Bebeto, do Caetano e do Milton. Ele achou que não ficou boa. Na verdade ficou ótima, mas não consegui convencê-lo disso. Mas, no geral, a escolha do repertório foi rápida. Levou apenas uma semana e depois gravamos.

Andy SummersHouve dificuldade por parte dele em tocar alguma música?
O fato de o Andy conhecer bastante o Tom ajudou. Por isso ele foi o nome mais gravado. Já com o Edu Lobo ele teve alguma dificuldade, porque é muito sofisticado.

Em que você acha que um contribuiu para a carreira do outro?
Eu sou latino e ele é inglês. Um é mais calculista e o outro, mais emocional. Acho que ele pegou esse meu lado latino e eu aprendi a ser mais cerebral. Foi uma troca positiva. Pudemos consolidar nossa amizade.

Você é muito conhecido pelo lado jazzístico. Qual é a sua relação com o rock?
Adoro rock, sei tocar blues. Gosto muito do Police e da carreira solo do Sting. Estudei música e adoro música em geral: jazz, bossa nova, rock. Acho que o Led Zeppelin é comparável aos Beatles. Miles Davis não é melhor do que os Beatles. Bach não é melhor que Rolling Stones. Do Brasil, gosto dos Mutantes e do Barão Vermelho na época do Cazuza. Só não levo o pop-rock nacional muito a sério. Não é a melhor coisa que se faz por aqui. Mas é uma música mais digerível, em que as gravadoras apostam. A música instrumental brasileira é muito melhor.

Você tem um disco inédito com a Cássia Eller, não é?
Sim, é um disco maravilhoso, mas que está engavetado. O Nando Reis é quem cuida do legado dela e que pode decidir. É um disco de blues, em que fiz todos os arranjos. Esse era o lado da Cássia que eu mais gostava. Depois veio Tênis All Star e essas coisas de mercado. Adoraria que as pessoas ouvissem o disco e aprendessem como se faz cover de verdade. Tocamos Hoochie Coochie Man, Got to Get into My Life e outras. Esse show que fizemos no Jazz Mania, no início dos anos 90, ajudou a projetar a Cássia.

Você é guitarrista, mas neste disco toca violão de aço, assim como o Andy. Abandonou a guitarra?
Nos meus três últimos trabalhos eu tenho tocado violão de aço. Estou valorizando mais esse instrumento, como solista. O Brasil é o país do violão de nylon, e lá fora eles usam muito o de aço. Foi muito bom, neste disco, casar os dois violões de aço.

Com tanta experiência no exterior, principalmente depois dessa parceria com o Andy Summers, como você analisa o mercado de música no Brasil em comparação com o restante do mundo?
É um panorama semelhante. Na música pop, hoje, destaco poucas pessoas: o Sting, o Seal, o Lenine, a quem conheço desde os anos 80. Admiro a mistura que ele faz de elementos eletrônicos e acústicos. Acho que o mundo passou a visar demais ao dinheiro. Já passou dos limites. Um disco tem que vender logo, não interessa o que fica, o legado, a qualidade. A juventude hoje está parecida no mundo todo. É tudo muito raso. Existe uma preocupação excessiva com a aparência.

Marcos Paulo Bin - extraído do site Universo Musical
Para mais informação, visite o site do Victor Biglione

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Andy Summers e Victor BiglioneAndy Summers (former member of the Police) and Brazilian guitarist Victor Biglione teamed for the first time to record this acoustic album. In this context, Biglione sounds a lot more acceptable than in his regular electric pop act. The repertoire is the strongest point here, with compositions by Egberto Gismonti, Jobim, Brubeck, Gillespie, and other great composers. They fortunately recognize the importance of including some delicate arrangements that surpass in expression any empty attempt of virtuosity, which nevertheless shows its face here and there. In spite of the choice of jazz standards, the solos are not jazz solos, rigorously speaking, but jazz-inspired solos. Jazz fans may have limited interest in this release, which may appeal to those who like good, non-abusive commercially instrumental pop music. Not revolutionary music, but interesting as it is. Some Brazilian rhythms, like Egberto's frevo and the samba rendition for Gillespie's "Night in Tunisia" (simplified as 4/4 time signature).

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Victor Biglione's site
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