16 março 2009

Baden Powell - Rio das Valsas (1988)

Capa do disco
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Baden PowellO Rio de Janeiro continua lindo. Este disco é mais uma prova. Mostra que a beleza do Rio não está somente na paisagem, nas praias, no carnaval. Tambem está nas valsas, antigas ou modernas, que os seus compositores criaram e que Baden Powell descreve com a linguagem mágica do seu violão. O Rio de Janeiro, estado de espírito, aqui revela sua face romântica. A Banerj Seguros, que desde o ano passado vem desenvolvendo um projeto cultural para homenagear a cidade e o estado em que teve origem, sente-se honrada em patrocinar esse trabalho do grande brasileiro Baden Powell – o primeiro que ele grava em nosso país, depois de tantos anos de sucesso na Europa.

Texto extraído da contra-capa do disco

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Baden PowellA valsa, gênero de andamento rápido em sua origem vienense ou moderado na versão francesa, foi trazida ao Brasil pelos nobres da corte portuguesa. Manteve a sofisticação européia durante algum tempo em saraus de famílias, até adquirir nos subúrbios cariocas, por obra e graça dos conjuntos de choro, sua definitiva forma popular. Digamos, portanto, sem rodeios, que a valsa brasileira nasceu no Rio. E o violão, sucedendo ao piano, foi o instrumento que a depurou dos ornatos de elite. Agora, decorrido quase dois séculos de transformações, o gênero é documentado neste disco especialíssimo pelas mãos de Baden Powell – o maior violonista brasileiro contemporâneo.

Escolhido o repertório final, esse artista superior, também nascido no estado do Rio de Janeiro, deu-se conta de que todos os compositores tinham idêntica origem: Pixinguinha, Freire Jr., Tom Jobim, Patápio Silva, Orestes Barbosa, Sílvio Caldas, Vinicius de Moraes e ele próprio. Intérpretes e autores vieram ao mundo pelo mesmo sol carioca ou fluminense. Nasceram e trabalharam em épocas distintas, porém mantendo em comum este modo de ser, boêmio e seresteiro como o Rio.

Vai agora esse Rio de Valsas correr pelo Brasil, no leito aberto por uma empresa carioca, a Banerj Seguros, cuja a preocupação com a cultura da comunidade em que está sediada já documentamos, em 1987, na edição do álbum "Villa-Lobos Serestas e Canções". Em 1988, os votos de feliz ano novo da Banerj, em forma de brinde musical, são formulados ao som de outra brasileiríssima serenata. Anunciando o natal, chorão bordões e primas, em substituição ao importado "Jingle Bell".

Assim é que deve ser.

Aluízio Falcão - Novembro de 1988 - texto extraído do encarte do disco

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Nas três apresentações que fez no "505" - encerrando o calendário artístico deste ao piano-bar que vem se preocupando em programar bons shows artísticos, Baden Powell, mostrou estar na melhor forma. Com seu violão Yamaha - um modelo fora de série, fabricado especialmente para ele por um luthier japonês apaixonado por sua musicalidade - Baden fez mais do que um simples show recital: desenvolveu, no espaço de 70 minutos, uma verdadeira antologia de nossa melhor música, com colocações originais a partir de choros como "Primeiro Amor" de Patápio Silva (1881-1907) a suas parcerias com Vinicius de Moraes, lembrando com estórias deliciosas. Vivendo novamente no Brasil há pouco mais de um ano, pouco saindo de sua casa na Barra da Tijuca, Baden continua a produzir músicas do mais alto nível - embora permaneçam inéditas em sua grande parte. Sua última gravação foi um elepê com valsas brasileiras, produzido por seu amigo Aluízio Falcão, originalmente destinado a ser lançado como brinde-de-fim-de-ano de uma grande empresa mas que, inteligentemente, o produtor reservou para si o selo - embora ainda sem data de ser colocado no mercado.

Baden PowellAfastado da bebida - (hoje um grande consumidor de água mineral), sempre ao lado da grande companheira e apaixonada manager, Silvinha, mãe de seus dois filhos, Philipe e Paulo, nascidos em Paris, quando ali moravam, Baden trocou uma estabilidade econômica em Baden-Baden, onde residia, na República Federal da Alemanha, para retornar ao Brasil - "com um mercado mais difícil e uma casa que precisa ser arrumada", como diz, bem humorado, a respeito dos tempos bicudos que aproveitamos. Mas é que Baden Powell D'Aquino, fluminense do distrito de Varre-e-Sai, Município de Itaperuna, 51 anos - completados no dia 6 de agosto, é um brasileiro para quem a glória, os dólares e o sucesso internacional não se comparam a vivência do Brasil, "com todos os seus problemas".

São 44 anos de estrada musical - desde que seu pai o levou a Rádio Nacional, ali conhecendo o mestre Meira (Jaime Tomas Florence, 1909-1982) seu grande professor de violão, iniciando uma carreira que o faria, ainda garoto de calças curtas, com a troupe de Renato Murce, vir pela primeira vez a Curitiba - memória que sempre recorda com alegria.

Homem de opiniões sinceras, pessimista com a falta de criatividade e de novos talentos, Baden abre uma exceção quando fala em Raphael Rebello, 27 anos, como ele, também discípulo de Meira:

- Este menino, sim, é a grande presença do violão brasileiro!

Aramis Millarch - 06/12/1988 - publicado no jornal Estado do Paraná - extraído do site Tablóide Digital
Para mais informação, visite o site Brazil on Guitar . Baden Powell

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Baden PowellAn excellent Brazilian guitarist, Baden Powell has played with his share of American jazz greats (including Herbie Mann and the late Stan Getz). But there's no jazz to be found on Seresta Brasiliera (aka Rio das Valsas or Violão em Seresta), which was recorded for the Brazilian Caju Music label in 1988 and released in the U.S. on Milestone/Fantasy in 1994. The title Seresta Brasiliera translates to "Brazilian Serenade," and an unaccompanied Powell embraces the Brazilian serenade style on personal, introspective versions of Pixinguinha's "Rosa," as well as songs he wrote with his frequent partner, the late Vinicius de Moraes (including "Velho Amigo," "Canção do Amor Ausente" and "Serenata do Adeus"). A melancholy mood defines much of the CD, and Powell's playing is often as beautiful as it is sad and remorseful. Seresta Brasiliera is an album with little optimism and plenty of soul.

Alex Henderson - extracted from All Music Guide
For more info, visit Brazil on Guitar . Baden Powell

2 comentários:

mvcosta disse...

Baden Powell - "Rio das Valsas" (1988 - Idéia Livre 992 730-1)

1. Rosa
(Pixinguinha)

2. Serenata do Adeus
(Vinicius de Moraes)

3. Valsa Sem Nome
(Baden Powell / Vinicius de Moraes)

4. Primeiro Amor
(Patápio Silva)

5. Velho Amigo
(Baden Powell / Vinicius de Moraes)

6. O Que Tinha de Ser
(Tom Jobim / Vinicius de Moraes)

7. Chão de Estrelas
(Silvio Caldas / Orestes Barbosa)

8. Canção do Amor Ausente
(Baden Powell / Vinicius de Moraes)

9. Revendo o Passado
(Freire Jr.)

10. Valsa de Eurídice
(Vinicius de Moraes)


Baden Powell: violão Yamaha Grand Concert [luthier Akio Naniki]
Projeto e direção de produção: Franco Paulino e João Guerra
Técnico de gravação: Zorro
Gravado no estúdio Transamérica, São Paulo

Anônimo disse...

Obrigadíssima e um abraço de Alemanha! :o))
A.

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