14 abril 2009

Baden Powell - Tempo Feliz (1966)

Capa do disco
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Maurício EinhornEra uma madrugada morna, dessas típicas de janeiro. Estavam aqui em casa Badeco, Teresinha e um rapaz muito tímido de nome Maurício, com gaitas de todas as espécies, mas também com desculpas de todas as espécies para não usá-las.

O papo transcorria alegre e banhado de música e uísque. Dado momento, a coisa realmente "engrenou". Baden mandou uma brasa firme no violão e Maurício desencabulou inteiramente. Eu pensei: Meu Deus, como gostaria de estar, agora, num estúdio e poder levar toda essa euforia ao público. Imediatamente telefonei a Wadi Gebara (apesar do adiantado da hora) e chamei-o para que participasse de tudo. Mal chegou, Wadi não pôde deixar de se contagiar. Trocamos algumas idéias e concluímos que o disco "A Volta de Baden", que há muito havíamos planejado, estava maduro, deveria entrar em estúdio logo, e pela experiência que havíamos tido, com a participação efetiva de Maurício Einhorn.

Na realidade, este disco tem de ser o grande esperado do público, pois representa o retorno de Baden aos estúdios, desde seu regresso de Paris, há dois anos. Embora ele tenha gravado em "shows" aqui e ali, ou como acompanhante, esse é, realmente, o seu primeiro disco em mais de dois anos, como solista. E por isso mesmo, para demonstrar toda a evolução pela qual passou, perpetuou de uma maneira definitiva temas conhecidos, como no caso de um "Vou por aí" ou "Consolação". Na realidade apenas não denominamos o LP de "A Volta de Baden" para não cair no lugar comum. Pensamos ainda em "Baden encontra Maurício", mas achamos finalmente que o mais plausível seria batizá-lo de "Tempo Feliz", pois esse é o tempo em que as músicas foram levadas e esse foi o nosso estado de espírito desde o momento em que decidimos tudo o que aqui está.

Roberto Quartin, Forma - 1966 - texto extraído da contra-capa do disco

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O gaitista Maurício Einhorn é o convidado de honra e toca em quatro das oito faixas, todas gravadas entre os dias 24 e 25 de janeiro de 1966. O disco é uma grande jam session (confiram a edição revista e ampliada de "Consolação") com exposição dos temas e criação livre de Baden, Edison Lobo (baixo) e Chico Batera. Este, na época, justificando o apelido, mandava na bateria, mas depois especializou-se na percussão. Entram também a produção pós-Paris com Vinicius ("Deixa" e "Tempo feliz"), uma parceria com o produtor Aloysio de Oliveira "Vou por aí", além de "Apelo", a belíssima balada "Chuva" (Durval Ferreira / Pedro Camargo) e a valsa-jazz que trocadilha com o nome do selo, do produtor Roberto Quartin "Pro forma" (Maurício Einhorn / Arnaldo Costa).

Tárik de Souza - 2003 - texto extraído do encarte CD.
Para mais informação, visite o site Brazil on Guitar . Baden Powell

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Baden PowellThis classic 1966 Forma album, reissued on LP by Fontana in 1978 and on CD by PolyGram Brazil in 1990, brought Baden Powell's first recordings for his originals "Vou Por Aí" (with Aloysio de Oliveira), "Apelo," and "Deixa" (both with Vinícius de Moraes; other fruits of the fundamental partnership began in 1962). And there is more: the participation of underrated harmonica player Maurício Einhorn, who adds much to the program from the intro of the opening track, "Vou Por Aí," where unaccompanied guitar and harmonica perform with enchanting polyphony, building independent lines that allow room for the entrance of the rhythm section (no reference given in the album notes, but they are Chico Batera on drums and Edison Lobo on bass), following the exposition of the theme by the harmonica and solos by the two instrumentalists and the bassist. Next comes the classic "Apelo," with two choruses of guitar improv with very discreet references to the jazz idiom, focusing in a Brazilian language instead. The valse "A Chuva" brings with its melancholic overtones a very lyrical solo guitar rendition in the intro; soon it's joined by the harmonica solo and rhythm section. Samba bossa nova is the vehicle for swinging improvisation in "Deixa" and the long-winded "Consolação." Equally animated in the same style is "Sem Saber" (Otto Gonçalves Filho), while "Pro Forma" (Maurício Einhorn/Arnaldo Costa) brings for its 6/8 setting an Iberian atmosphere. The acalanto "Tempo Feliz" (Powell/Vinícius de Moraes), in its second recording by Powell (the first had been in the same year's live Baden Powell ao Vivo no Teatro Santa Rosa), closes the album with delicacy, with Powell alone at the guitar.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide

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There is the anecdote that Baden Powell was very drunk during the Tempo feliz sessions. It seems believable, because the film shots of Round Midnight prove to which precise playing and musicality he was capable of in such condition. It is said that the rather shy Baden Powell could only be more extrovert by drinking alcohol. This is very regrettable and he payed a high price, recording such an expressive, relaxed album like Tempo Feliz.

This can be seen in his commands, his rhythmic finger clicking and humming along to his musical ideas, which reminds of Keith Jarrett and was rather rare for Baden Powell. It is impressive with which tone, coordination and endurance he played in this jam session.

It is the only recording he did with the Brazilian harmonica player Mauricio Einhorn. Even though they play completely different instruments there were no boundaries between Mauricio and Baden, they were listening and responding to each other. It may seem unfortunate that this was their only recording but nothing remained unsaid. The record's grooves preserve their musical ideas and contain material for the following generations of guitarists and harmonica players. Tempo Feliz is one of the best records, that Baden Powell did in the sixties.

2 comentários:

mvcosta disse...

Baden Powell - "Tempo Feliz" (1966 - Forma 100 VDL)

1. Vou por Aí
(Baden Powell - Aloysio de Oliveira)

2. Apelo
(Baden Powell - Vinicius de Moraes)

3. A Chuva
(Pedro Camargo - Durval Ferreira)

4. Deixa
(Baden Powell - Vinicius de Moraes)

5. Consolação
(Baden Powell - Vinicius de Moraes)

6. Sem Saber
(Otto Gonçalves Filho)

7. Pro Forma
(Arnaldo Costa - Maurício Einhorn)

8. Tempo Feliz
(Baden Powell - Vinicius de Moraes)


Baden Powell: violão
Mauricio Einhorn: gaita
Edison Lobo: baixo
Chico Batera: bateria

Produção e direção artística: Roberto Quartin e Wadi Gebara
Técnico de gravação: Ademar Rocha
Planejamento gráfico: Goebel Weyne

Violão: Autor 3 pelo luthier Reinaldo DiGiorgio

Unknown disse...

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