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Numa tarde de 1928, o grande cantor Mário Reis recebeu um telefonema inesperado. Do outro lado da linha, uma voz desconhecida dizia: "Meu nome é Ary Barroso e tenho um samba chamado Vou a Penha. Gostaria que escutasse para ver se poderia gravá-lo". Mário achou esquisito, mas decidiu ouvir o tal samba. Começa aí a carreira daquele que viria a ser o mais importante compositor brasileiro da velha-guarda. Setenta e um anos depois, o quarteto carioca No Olho da Rua, formado por Fernando Rosa (baixo), Paulo Rego (sax), Roberto Alves (piano) e Theomar Ferreira (bateria), fazia uma de suas rotineiras apresentações matinais na Praia de Ipanema, na altura do Posto 10, quando foi abordado por uma senhora. Ela tinha nas mãos um pilha de songbooks de Ary Barroso. Entregou o material ao saxofonista Paulo Rego e disse que gostaria que o conjunto incrementasse o repertório com algumas pérolas do velho gênio. No domingo seguinte, lá estava a desconhecida de novo. Desta vez se apresentou. Era a filha mais velha do compositor, Mariúza Barroso. O encontro inusitado rendeu à banda mambembe um disco - lançado há três semanas no Paço Imperial - recheado com a belíssima valsa inédita Sombra e Luz, do autor de Aquarela do Brasil.
O grupo instrumental No Olho da Rua é um velho conhecido dos freqüentadores das praias de Ipanema e Leblon. A primeira apresentação do quarteto foi no verão de 1997, na altura da rua Bartholomeu Mitre. Formada por músicos com longa estrada na noite carioca, a banda não tinha nome. Rapidamente ganhou um apelido dos fãs: Bartô Onze e Meia (referência ao local e horário do show). Para a tristeza da galera que batia ponto para assistir à jam, a temporada foi curta. Alguns meses depois da estréia, a prefeitura proibiu as apresentações alegando que o barulho incomodava os moradores da região. Nem mesmo um abaixo-assinado com 1000 assinaturas conseguiu derrubar a proibição. No início deste ano, depois de uma tentativa frustrada de retorno em 1998, os quatro vestiram a cara de pau e, mesmo sem licença, começaram a tocar no Posto 10, sempre no final das manhas de domingo. "Adoramos tocar juntos e não temos lugar. O jeito é fazer o nosso som na cara grande mesmo", diz Paulo Rego. O som, uma mistura de jazz, samba e bossa-nova, atrai a quem passeia por ali. Já rendeu até um fã-clube. "Sou habitué. É a minha diversão no domingo", conta a publicitária Paula Dutra Ximenes. "Deveria haver bandas como essa em cada esquina do Rio. É a cara da cidade".
Com apresentações na praia - num domingo ensolarado eles chegam a embolsar 150 reais -, o quarteto conseguiu juntar dinheiro para gravar o primeiro disco. O repertório é composto de sete composições próprias, duas músicas de Ary Barroso (Sombra e Luz e Na Baixa do Sapateiro) e uma de Heitor Villa-Lobos (O Trenzinho Caipira). Na noite de lançamento, conseguiu vender 120 discos da tiragem inicial de 1000. A cada domingo na praia, vende, em média, 25 cópias. O CD é exatamente o que se vê ao vivo: muita improvisação. Com pouco dinheiro, o grupo gravou em quinze horas de estúdio, sem direito a repetição. "Não existe erro. Música é igual a filho. Se nascer com três orelhas, é isso mesmo. É nosso, e é lindo", argumenta o baterista Theomar Ferreira. Esse jeito espontâneo e feliz de encarar a música foi exatamente o que encantou a filha do mestre Ary Barroso. Acostumada a ouvir o melhor desde o berço, ela se apaixonou pelo grupo a primeira vista. "Esses rapazes tocam com o coração, como meu pai. Percebi a sonoridade deles de longe", elogia Mariúza.
Para mais informações, visite o site do No Olho da Rua
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No Olho da Rua is a brazilian instrumental jazz quartet which is taking the street as their critic and public for their own compositions & interpretation of de Villa-Lobos, Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim. Eternal celebration of the music, the people and the streets of Rio de Janeiro.
If you have been hanging out on a lazy "carioca" sunday around the beach of Ipanema or Rodrigo de Freitas lake, you probably have seen them.
Since March 1997, the band No Olho da Rua performs live on the streets of Rio, initially in Leblon, Ipanema, Lagoa Rodrigo de Freitas, Tom Jobim Park, but lately also in different suburbs such as Bangu, Royal, Véu Alegre and Campo Grande through communities cultural projects.
The idea originates from the desire of putting together music and the landscape of Rio de Janeiro.
In 1999, the quartet recorded their first album "No Olho Da Rua" including own titles and interpretations from Villa-Lobos ('O Trenzinho do Caipira'), Ary Barroso ('Sombra e Luz','Na Baixa do Sapateiro').
Following several live performances in the streets of Rio, the band was invited by TV Globo to play during the Millenium new year's eve show on Copacabana in
2000. Since then, their popularity is constantly growing around the country.
In 2002, No Olho Da Rua signs with the label "Ethos" and releases their second album 'O Feijão da Brê' including songs from Baden Powell, Vinícius de Moraes
('Berimbau'), unpublished titles from Ary Barroso ('Ubá') and Victor Assis Brasil ('Julita').
In 2004, the quartet recorded their 3rd album with a CD jacket from Eduardo Camões, a fan.
Today, the band has gained recognition from the public in the streets as much as from brazilian famous artists such as Zezé Motta, Carlos Lyra, Leila Sapin, Maurício Maestro & Cláudio Nucci, Elói & Neil, Idriss Boudrioua, Marcos Suzano, and Miúcha.
3 comentários:
oi galera aqui do blog, valeu pela divulgação do arquivossonoros, também postarei um link pra cá, pois este blog é 10! um abraço.
É, esse blog podia ser o melhor blog do mundo, a ideia é sensacional e o material é fantastico, mas parece q metade dos links nao funciona.
Esse inclusive !!!
No Olho da Rua - "Hard Bossa" (1999 - Independente PR-02)
1. O Trenzinho do Caipira
(Heitor Villa-Lobos)
2. No Olho da Rua
(Paulo Rego)
3. Sempre Bossa Nova
(Paulo Rego)
4. O Trem e o Mar
(Paulo Rego)
5. Bobagens
(Paulo Rego)
6. Prego
(Roberto Alves)
7. Na Baixa do Sapateiro
(Ary Barroso)
8. Os Meninos
(Paulo Rego)
9. P'rá Maria Dançar
(Paulo Rego)
10. Sombra e Luz
(Ary Barroso)
Fernando Roza: baixo
Paulo Rego: sax
Roberto Alves: piano
Theomar Ferreira: bateria
participações especiais:
Eduardo Caribé: guitarra em "Bobagens" e "Prego"
Virgílio Gomes: guitarra em "Na Baixa do Sapateiro", "Os Meninos" e "P'rá Maria Dançar"
Produzido por Paulo Rego
Gravado no Drum Studio, Rio de Janeiro, de abril a junho de 1999
Técnico de som: Alexandre Hang
Mixagem: Alexandre Hang
Masterização: Christian Eduardo
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