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Clique aqui para baixar o disco/Download the album - Mediafire . enviado por J. Neto
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Splendid Brazil é o que se costuma chamar de um “discaço”. A dupla já havia gravado junto, em 1998, o CD Strings of Deside, com músicas brasileiras e internacionais. Desta vez, no entanto, o repertório é todo “made in Brazil”. São 11 faixas, todas instrumentais, em que a bossa nova, cartão de visitas da música brasileira no exterior, acabou naturalmente prevalecendo, embora em arranjos totalmente distintos do clima banquinho-e-violão à lá João Gilberto. Empunhando violões de aço de 6 e 12 cordas, Victor Biglione e Andy Summers criaram uma verdadeira sinfonia, tamanha a variedade rítmica, a riqueza de detalhes e a harmonia presentes em cada nota.
Tom Jobim aparece cinco vezes, duas em composições solo – Chovendo na Roseira e Fotografia – e três com seus famosos parceiros: Chico Buarque, em Retrato em Branco e Preto; Aloysio de Oliveira, em Inútil Paisagem; e Vinicius de Moraes, em Lamento. Edu Lobo vem a seguir no “ranking”, com duas músicas: Casa Forte e Vento Bravo (com Paulo César Pinheiro). Completam o repertório Cartola (As Rosas Não Falam), Marcos Valle (Campina Grande), Laurindo de Almeida (Brasiliance) e Hermeto Pascoal (O Ôvo).
Confira a entrevista com Victor Biglione, que, além de ser um excelente guitarrista, sabe tudo de música e é bom de papo. Na primeira parte da conversa, ele fala sobre a parceria com Andy Summers. Na segunda, os assuntos são preferências musicais, o panorama da música mundial e o disco que Biglione gravou com Cássia Eller, até hoje inédito.
Como você conheceu o Andy Summers?
Quem deu a dica foi o produtor Luiz Paulo Assumpção, que já conhecia o Andy Summers. Ele me disse: “você tem que tocar com o Andy!”. Na época eu já estava tocando violão de aço. O Luiz insistiu para que eu mandasse ao Andy um disco meu com o Marcos Ariel. Não levei muita fé, mas mandei. Ele adorou e quis tocar comigo.
Quando surgiu a oportunidade de gravar com ele?
Em 1997 ele veio ao Brasil e nós fizemos alguns shows juntos, aqui e na Argentina. Deu tão certo que resolvemos fazer um CD em 98, o Strings of Desire, em que misturamos músicas brasileiras e standards do jazz. Fizemos duas excursões com esse disco.
E o novo CD, como surgiu?
Em 2002, eu fui para os Estados Unidos e levei umas 30 músicas que ficariam legais para gravarmos. Selecionamos 11 e o disco ficou pronto naquele ano mesmo. Por um problema de desencontro de projetos pessoais, só estamos lançando agora. O disco está saindo lá fora também, pelo selo do Steve Vai. É legal pegar um rock star e fazer um disco de música brasileira. Isso me deixa feliz.
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O inglês é um povo muito preparado. Não é à toa que o Police foi muito bom. Para ser um roqueiro, não adianta ir à boutique, comprar uma roupa preta e pôr tatuagem. O Andy Summers é um grande músico, que conhece tudo de Tom Jobim e estudou Villa-Lobos quando era garoto. Ele adora Pixinguinha e conhece bem a bossa nova, que é a música brasileira mais difundida lá fora. Mas eu apresentei a ele muita coisa que o deixou encantado, como Hermeto Pascoal, Marcos Valle e Paulo Bonfá.
Das músicas que ficaram de fora, teve alguma que você lamentou não ter incluído?
Teve: Paula e Bebeto, do Caetano e do Milton. Ele achou que não ficou boa. Na verdade ficou ótima, mas não consegui convencê-lo disso. Mas, no geral, a escolha do repertório foi rápida. Levou apenas uma semana e depois gravamos.
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O fato de o Andy conhecer bastante o Tom ajudou. Por isso ele foi o nome mais gravado. Já com o Edu Lobo ele teve alguma dificuldade, porque é muito sofisticado.
Em que você acha que um contribuiu para a carreira do outro?
Eu sou latino e ele é inglês. Um é mais calculista e o outro, mais emocional. Acho que ele pegou esse meu lado latino e eu aprendi a ser mais cerebral. Foi uma troca positiva. Pudemos consolidar nossa amizade.
Você é muito conhecido pelo lado jazzístico. Qual é a sua relação com o rock?
Adoro rock, sei tocar blues. Gosto muito do Police e da carreira solo do Sting. Estudei música e adoro música em geral: jazz, bossa nova, rock. Acho que o Led Zeppelin é comparável aos Beatles. Miles Davis não é melhor do que os Beatles. Bach não é melhor que Rolling Stones. Do Brasil, gosto dos Mutantes e do Barão Vermelho na época do Cazuza. Só não levo o pop-rock nacional muito a sério. Não é a melhor coisa que se faz por aqui. Mas é uma música mais digerível, em que as gravadoras apostam. A música instrumental brasileira é muito melhor.
Você tem um disco inédito com a Cássia Eller, não é?
Sim, é um disco maravilhoso, mas que está engavetado. O Nando Reis é quem cuida do legado dela e que pode decidir. É um disco de blues, em que fiz todos os arranjos. Esse era o lado da Cássia que eu mais gostava. Depois veio Tênis All Star e essas coisas de mercado. Adoraria que as pessoas ouvissem o disco e aprendessem como se faz cover de verdade. Tocamos Hoochie Coochie Man, Got to Get into My Life e outras. Esse show que fizemos no Jazz Mania, no início dos anos 90, ajudou a projetar a Cássia.
Você é guitarrista, mas neste disco toca violão de aço, assim como o Andy. Abandonou a guitarra?
Nos meus três últimos trabalhos eu tenho tocado violão de aço. Estou valorizando mais esse instrumento, como solista. O Brasil é o país do violão de nylon, e lá fora eles usam muito o de aço. Foi muito bom, neste disco, casar os dois violões de aço.
Com tanta experiência no exterior, principalmente depois dessa parceria com o Andy Summers, como você analisa o mercado de música no Brasil em comparação com o restante do mundo?
É um panorama semelhante. Na música pop, hoje, destaco poucas pessoas: o Sting, o Seal, o Lenine, a quem conheço desde os anos 80. Admiro a mistura que ele faz de elementos eletrônicos e acústicos. Acho que o mundo passou a visar demais ao dinheiro. Já passou dos limites. Um disco tem que vender logo, não interessa o que fica, o legado, a qualidade. A juventude hoje está parecida no mundo todo. É tudo muito raso. Existe uma preocupação excessiva com a aparência.
Para mais informação, visite o site do Victor Biglione
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6 comentários:
Thanks for the music!
Não conhecia este disco. È excelente, aconselho baixar.
O VICTOR BIGLIONE ouvi num especial do EUMIR DEODATO, o que falar dessa pessoa maravilhosa e seu som encantador
This is a wonderful blog, with a lot of new names for me, as well as a few familiar (and welcome) musicians.
A great way to sample things I don't know ....
Muit' obrigad'! :)
Peter (de Londres)
Andy Summers & Victor Biglione - Strings Of Desire (1998)
http://www.mediafire.com/?92x5i1oaywoe3r5
Andy Summers & Victor Biglione - Strings Of Desire (1998)
http://www.mediafire.com/?92x5i1oaywoe3r5
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