Clique aqui para baixar o disco/Download the album - Mediafire . enviado por J. Neto
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Obs.: o arquivo traz a faixa "Aruanda", não incluída no relançamento do disco.
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A música que pulsava no Beco das Garrafas
No início deste ano, a gravadora Universal lançou em CD, a partir das fitas originais, os dois discos do Rio 65 Trio, grupo instrumental formado pelo pianista Dom Salvador, o baixista Sérgio Barroso e o baterista Edison Machado, que propôs dentro do estilo uma verdadeira revolução rítmica e melódica, criando uma música vigorosa e espontânea.
Com “Rio 65 Trio” e “A Hora e a Vez da M.P.M.”, fica claro que a música que pulsava nos bares e boates onde esses e outros grandes músicos tocavam, improvisando por horas a fio e criando temas de beleza notória, foi o ápice do movimento da bossa nova, já um pouco desgastado na época, com a difusão em massa do rock e seus desdobramentos em nosso país.
Piano, Baixo e Bateria
Mesmo assim, Chico Buarque, Tom Jobim, Nara Leão, Carlos Lyra e outros continuavam firmes, criando e interpretando coisas cada vez mais belas, e os trios e grupos instrumentais que tocavam no famoso “Beco das Garrafas”, no Rio, davam um novo fôlego, uma nova gama de possibilidades para a nossa música. Até então jazzística, a formação de trios com piano, baixo e bateria, e outros tipos de grupos, se difundiram durante toda a década de 60 e entre seus principais nomes tinham o Copa Trio, o Tamba Trio, o Sexteto Bossa Rio, o Bossa Três, Meireles e o Copa 5, entre outros.
Mas, voltemos a essas duas pérolas de nossa música, em que o Rio 65 Trio dá sua imensa contribuição para o público e músicos que apreciam a música brasileira.
O disco de estréia “Rio 65 Trio”, de 1965, conta com um repertório que inclui interpretações de “Desafinado”, clássico de Tom e Newton Mendonça, “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e José Maria, e “Tem Dó”, dos mestres Baden Powell e Vinícius de Moraes. São apresentadas ainda três grandes composições de Dom Salvador, “Meu Fraco é Café Forte”, “Farjuto” e “Espera de Você”, essa última em parceria com José Luiz de Oliveira, e os temas “Sonnymoon for Two (Blues em Samba)”, de Sonny Rollins e “Mau, Mau”, de Quincy Jones III, onde as formas do jazz norte-americano são absorvidas e adquirem o ritmo e a grandeza de nossa música, provando a genialidade desses músicos excepcionais.
M.P.M.
Em 1966, o trio gravou “A Hora e a Vez da M.P.M.”, que faz alusão ao movimento da Música Popular Moderna que, diferente da conotação errada dada nos dias de hoje à palavra moderna - ligada muito às “fusões” que alguns artistas fazem para pasteurizar a identidade musical brasileira, se rendendo aos clichês dos formatos do pop e do rock em detrimento da música e sua função - é utilizada pelo Rio 65 Trio, e por todos que embarcaram nesse movimento, para representar, como afirma o texto que vem na capa do CD, “o despertar musical do Brasil”. “Pela primeira vez, na história da música popular de todo o mundo, um país desponta em pleno século XX com tamanho potencial de sucesso e, o que é importante, com música de ritmo, inspiração e talento inteiramente nacionais”, continua o texto.
Em “A Hora e a Vez da M.P.M.” pode-se ouvir brilhantes interpretações de “Apelo”, da dupla Baden Powell e Vinícius de Moraes, “Vem Chegando a Madrugada”, de Noel Rosa e Adil de Paula, “Chorinho ‘A’”, de Néco e “Upa, Neguinho”, clássico de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, imortalizado na voz de Elis Regina. Há ainda “Rio 65 Trio Tema”, homenagem ao trio feita por Dom Salvador, e interpretações de “Ponte Aérea”, de Zé Ketti, e “Seu Encanto”, de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, entre outras.
Edison Machado
O resgate desses discos, feito, por incrível que pareça, pelo baterista do Titãs, Charles Gavin, é um presente para todos aqueles que gostam de música brasileira. Dá gosto de ver que as pessoas ainda se interessam em ouvir o grande baterista Édison Machado, criador do “samba no prato”, com suas batidas de suavidade e vigor únicos, o pianista Dom Salvador com suas composições e improvisos que vão com personalidade do jazz ao choro, e o baixista Sérgio Barroso acrescentando, com suas linhas, uma base de sustentação harmônica firme e consistente que realça a grande música feita pelo Rio 65 Trio.
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Dom Salvador is a renowned Brazilian jazz musician with extensive international experience as accompanist of MPB acts like Elis Regina, Quarteto em Cy, Jorge Ben, Edu Lobo, Rosinha de Valença, Sílvia Telles, and Elza Soares. His Rio 65 Trio, which had maybe the best Brazilian drummer of all time, Edison Machado, recorded a couple of albums, one of them in Germany. His musical and political research led him to be a precursor of the Black Rio movement, putting together the musicians who would later form the homonymous band. At 12 he was already playing in an orchestra in his hometown. At 23 he was already famous there and decided to move to São Paulo. He became the pianist of the Lancaster nightclub, the meeting point of the city's jazz musicians. Joining the Copa Trio, he moved to Rio and played in the famous jazz scene Beco Das Garrafas (Rio's 52nd Street), where he accompanied the then novice artists Elis Regina, Quarteto em Cy, and Jorge Ben. In 1965, he formed the Rio 65 Trio, with bassist Sérgio Barroso and drummer Edison Machado, which performed around and recorded Rio 65 Trio in the same year. In 1966, the trio toured Europe, accompanying Edu Lobo, Rosinha de Valença, Silvia Telles, and Rubens Bassini through nine countries. The trio recorded an album in Germany that included Salvador's "Meu Fraco é Café Forte." In the same year, Salvador played in the U.S., returning there again while accompanying Elza Soares. After a while he retired from the artistic scene and traveled while researching music and formed the black-only group Abolição, which was the core of the movement, and Band Black Rio. The group recorded the album Som, Sangue E Raça - Dom Salvador e Abolição in 1971. In 1986, he recorded another album with a new trio, Dom Salvador Trio. After that, he settled in the U.S.
4 comentários:
Cara, isso é demais. Parabéns por este belo trabalho de divulgação da boa música. Abração
Rio 65 Trio - "Rio 65 Trio" (1965 - Philips)
1. Meu Fraco É Café Forte
(Dom Salvador)
2. Preciso Aprender a Ser Só
(Paulo Sergio Valle - Marcos Valle)
3. Farjuto
(Dom Salvador)
4. Desafinado
(Newton Mendonça - Tom Jobim)
5. Sonnymoon For Two ("Blues" em Samba)
(Sonny Rollins)
6. Espera de Você
(José Luiz de Oliveira - Dom Salvador)
7. Mau, Mau
(Quincy Jones III)
8. Tem Dó
(Baden Powell - Vinicius de Moraes)
9. Azul Contente
(Walter Santos - Tereza Souza)
10. Manhã de Carnaval
(Antônio Maria - Luiz Bonfá)
11. Aruanda
(Carlos Lyra - Geraldo Vandré)
12. A Minha Namorada
(Carlos Lyra - Vinicius de Moraes)
Dom Salvador: Piano
Edison Machado: Bateria
Sérgio Barrozo: Contrabaixo
Produtor: Armando Pittigliani
Engenheiro de som: Sylvio Rabello
Técnico de som: Célio Martins
Coordenação: Romeu Nunes
Quando vamos ter "A hora e a vez da MPM ?
http://www.mediafire.com/?mlzjzmtammy
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