16 dezembro 2008
Ivo Perelman - Ivo (1989)
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A Editio Princeps lançou o disco duplo "The Complete Ibeji Sessions", uma edição especial limitada que reúne os álbuns "Soccer Land" (1994) e "Tapeba Songs" (1996) mais faixas bônus. Confira.
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Editio Princeps has released a double CD set containing the albums "Soccer Land" (1994) and "Tapeba Songs" (1996) plus bonus tracks, as a special limited edition. Check it out.
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Ivo Perelman nasceu na cidade de São Paulo no dia 12 de janeiro de 1961. O intenso tenorista brasileiro combina juntos o fogo emocional de um Albert Ayler com um forte respeito pelas melodias. Após iniciar os estudos como guitarrista clássico, Perelman também tocou violoncelo, piano, trombone e clarineta antes de se decidir pelo sax-tenor.
O estilo passional trouxe dificuldades em ser aceito de imediato, mas conseguiu montar uma carreira através de sucessivos álbuns gravados para os selos K2B2, Enja, Ibeji, GM, Leo Lab e Cadence. Em sua gravações contou com sidemen da qualidade de um Airto Moreira, Flora Purim, Eliane Elias, Buell Neidlinger e Joanne Brackeen.
No disco "Man Of Forest" Ivo Perelman funde a música brasileira com o jazz criativo, num original tributo ao grande compositor clássico brasileiro, Heitor Villa-Lobos. Perelman utiliza os temas de Villa-Lobos como um ponto de partida, mas os resultados colhidos desse fusion nos remetem a um jazz inicial.
A pianista Joanne Brackeen se apresenta em três temas, entre eles a valsa modal "Veleiro" e a balada "Rasga Coracão", mas o forte do disco é a interação entre o tenorista e o acordeom de Dom Salvador e os percussionistas em "Cantiga Caicó".
Ivo Perelman possui um som intenso, um completo controle do instrumento e um estilo emocional que lembra Archie Shepp nos seus primórdios. O disco "Revelation" foi gravado quatro horas depois de Ivo Perelman ter terminado as sessões de "Slaves of Job" para a CIMP. "Revelation" reuniu o baixista Dominic Duval, o baterista Jay Rosen e o guitarrista Rory Stuart.
"Revelation" é na sua essência uma jam session informal; os instrumentistas improvisam sem ter qualquer preparação; mas o quarteto demonstra coesão e entusiasmo no material apresentado por Perelman, Duval e Stuart e interpretações pouco ortodoxas de "Auld Lang Syne" e do clássico de Duke Ellington, "In a Sentimental Mood".
Em "Sieiro", além do sax-tenor de Perelman, na banda estão o baixista Dominic Duval, o baterista Jay Rosen e a grande novidade, o violoncelista Thomas Ulrich. Segundo o próprio Perelman, "Enquanto houver alguém que banque meus discos, eu vou lá e faço. Além de ser uma experiência mágica, a gravação é o melhor fator de crescimento na arte em que estou fazendo. É graças a ela que posso avaliar para onde a minha música está indo".
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For his recording debut, Ivo Perelman performs seven folk melodies, five of which are traditional Brazilian children's songs. A powerful tenor player whose style and sound at times recalls Albert Ayler (without the vibrato), Gato Barbieri and Clifford Jordan, Perelman uses the simple melodies as points of departure and places to land after his intense and fairly free but melodic improvisations. The first three songs co-feature vocalist Flora Purim who is at the top of her game on the haunting "Nesta Rua" and the lighthearted but explorative "The Carnation and the Rose." Two of the other pieces have Perelman dueting with pianist Eliane Elias. The two bassists John Patitucci and Buell Neidlinger work together quite well, Don Preston takes a wild synthesizer solo on "The Carnation and the Rose" and both drummer Peter Erskine and percussionist Airto are colorful in support. But the main star throughout the CD is Ivo Perelman whose distinctive sound, relative ease in the falsetto register and creative spirit were already quite impressive at this early point in his career.
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03 dezembro 2008
Bud Shank, João Donato e Rosinha de Valença - Bud Shank Donato Rosinha de Valença (1965)
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João Donato é um dos indicados para o Prêmio Faz Diferença, do Jornal O Globo, na categoria Música. Para quem acredita que João Donato realmente faz diferença, é só clicar aqui, entrar na seção Segundo Caderno Música, e votar.
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João Donato was nominated for Prêmio Faz Diferença, from O Globo newspaper, in the Music category. Click here to help him win it. Just click on Segundo Caderno Música, and vote for him.
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É tempo de João Donato, mais uma vez. Aliás, é tempo de Donato há quase 60 anos, se pensarmos que o compositor, cantor, arranjador e multiinstrumentista tem como marco inicial de sua carreira profissional o ano de 1949. Ou antes ainda, se navegarmos mais longe no tempo, voltando à época em que, garoto em Rio Branco (AC), já arriscava os primeiros precoces dedilhados no acordeon. E também agora. Comprovando sua proverbial capacidade produtiva, Donato acaba de lançar simultaneamente dois discos bem diferentes. "Uma tarde com Bud Shank & João Donato" (Biscoito Fino) promove o reencontro do brasileiro com o saxofonista norte-americano Shank, 42 anos depois do lançamento de "Bud Shank & His Brazilian Friends" ("Bud Shank Donato Rosinha de Valença"), de 1965. E "O piano de João Donato" (Deckdisc) marca a estréia do músico no formato de piano solo, reinterpretando músicas que marcaram sua trajetória. Em um agradável fim de tarde, João abriu sua casa na Urca (Zona Sul do Rio de Janeiro) para falar do presente e do passado de sua carreira. E também para explicar como os dois novos discos se encaixam dentro de sua visão pessoal sobre a música - a qual, passados tantos anos, segue a mesma.
"Nesses anos todos meu método não mudou muito. Todas as músicas, na verdade, se parecem umas com as outras. Tem as sutilezas do desenho, os traços individuais de cada um, mas não saem muito desse esquema. Se ficar muito diferente, ninguém entende", explica Donato, 72 anos. Tanto o disco de jazz gravou com Bud Shank quanto o álbum de piano solo seguiram a lógica descontraída e improvisada que marca o trabalho do compositor. "Em 2004 reencontrei o Bud no festival Chivas Jazz, aqui no Rio. Desde os anos 60 nós só nos víamos esporadicamente. Perguntei na cara: 'quer gravar um disco?' Então tá, fomos lá. Ficamos um sábado e um domingo gravando, às pressas, de uma hora para outra. Tem faixas que não têm baixo nem bateria, porque não deu tempo de achar gente para nos acompanhar. Bud declarou que rememorou vários episódios de sua vida, fez umas viagens durante as gravações. Ele disse que nunca tinha ido tão longe. Foi muito animador", narra Donato.
"O piano de João Donato" é um disco de memórias musicais, mas nem por isso Donato abdicou de seu approach espontâneo. "São músicas que eu gosto de ouvir, que acho bonitas. Há muito tempo, desde quando era adolescente, essas músicas me chamavam a atenção", diz o compositor, referindo-se aos temas de autores como Stan Kenton, Neil Hefti e Horace Silver que estão no CD. "Eu chegava no estúdio e tocava o que me desse na telha. E depois não me lembro o que entrou e o que ficou de fora. Não foi um disco planejado. Não pensei 'Ah, o que eu devo tocar?' Eu dizia: 'Vamos gravar 'Manhã de carnaval' e gravava. Tinha um cardápio de umas 20 canções, mas acabam entrando outras, algumas até que não existiam... Sempre gravei assim. Já no "Muito à Vontade" (de 1963) tem várias músicas que eu fiz na hora no estúdio".
A figura de Donato é tão associada ao piano que é difícil acreditar que só agora ele gravou um disco solo ao instrumento. Sucessos como "A Rã" (com Caetano Veloso), "Bananeira" ou "Amazonas" (com o irmão Lysias Ênio) são tão conhecidos pela batida inconfundível do pianista quanto pela melodia vocal. Mais surpreendente é relembrar que, nos primeiros anos de sua carreira, Donato era especialista em acordeon. Mas, segundo ele mesmo lembra, o piano sempre esteve por ali, rondando. "Quando eu acordava de manhã - eu dormia em rede, no Acre, não tinha cama - ouvia minha irmã Inês tocando escalas no piano. E eu passava por ali e ficava brincando, passando a mão nas teclas".
Além dos estudos da irmã, as possibilidades musicais eram rarefeitas - lembrem-se que estávamos nos confins da Amazônia, na década de 30 do século passado. "Eu comecei a tocar o acordeon porque era o que havia. No Acre a única referência era a banda do Exército, que tocava marchas militares, aos domingos, na praça. Eu ganhei de Papai Noel uma sanfoninha de brinquedo. Meu irmão (Lysias Ênio) também ganhou uma. Só que ele pegou a dele e abriu para ver de onde saia o som. E eu saí tocando. Tocava 'Tatu Subiu no Pau', 'Ciranda Cirandinha'. Se impressionaram com aquilo e foram me dando acordeons melhores". Antes disso, Joãozinho brincava com flautas de bambu e batucava em panelas. Aos 11 anos, quando chegou ao Rio de Janeiro, já manejava um instrumento profissional, de 120 baixos, com o qual começou a tocar em festas da turma do colégio.
De acordeon em punho, mas cada vez mais interessado no piano ("O piano te dá a liberdade. Não é aquele trambolho pendurado no pescoço", compara), Donato compatibilizava o amor por Luiz Gonzaga ("Meu maior ídolo, sempre foi e sempre será") com as descobertas no campo do jazz e das big bands americanas, absorvidas no contato com as novas amizades cariocas. Entronizou-se no Sinatra-Farney Fan Club, núcleo proto-bossanovístico por onde passaram Johnny Alf, Paulo Moura, Dóris Monteiro e Nora Ney. Nessa época, virada dos anos 40 para os 50, abandonara os estudos (para horror do pai, major da Aeronaútica) e alternava a carreira de instrumentista profissional, na Rádio Guanabara, com uma incipiente boemia musical - formando os grupos Os Modernistas e, depois, os Namorados.
"Isso tudo foi antes da televisão..." lembra Donato. Em 1949, participa de sua primeira gravação. "O Altamiro Carrilho ia gravar seu primeiro 78 RPM. Nós eramos colegas, assistíamos os ensaios um do outro. Demos uma ensaiadinha e gravamos 'Brejeiro'. É bonito até hoje. Tinha também o César (Faria) - o pai do Paulinho da Viola - no violão". No começo da década de 50, já assinando como Donato & Seu Conjunto, mas sem deixar os Namorados, lançaria mais discos de 78 RPM; gravaria o primeiro álbum, "Chá Dançante", produzido por Tom Jobim, em 1956; e teria em "Minha Saudade" a primeira composição sua a ser gravada, por Luiz Bonfá.
Enquanto isso, sua reputação de inconformista (musicalmente e no comportamento) crescia no Rio. As noitadas que ele comandava na boate do Hotel Plaza, a partir de 1957, ficaram famosas. Mas a indisciplina de Donato e sua iconoclastia como músico - incorporando harmonias novas, dissonantes e síncopes que entortavam todos os gêneros, do baião ao samba - o tornaram um estranho no ninho, "Eu sempre gostei de música mais dissonante, mais exótica, sofisticada, sei lá como se qualifica. Aqui eu estava travado. Teve uma momento em que eu não conseguia mais nem dar canja em boate. Os gerentes diziam que minha música era anti-comercial. Mesmo depois do sucesso da bossa nova, o horizonte estava muito fechado", considera.
Foi quando transferiu-se para a América do Norte. Em 1959, viajou para o México acompanhando o amigo Nanai (ex-Namorados) e de lá partiu para Los Angeles (EUA). Em três anos, correu o circuito das orquestras de música latina, onde trocou o acordeon e o piano pelo trombone. "Tinha ido para tocar jazz, melhorar minha técnica. Cheguei lá e procurei o jazz e cadê? Não tinha. Lugares para tocar jazz eram um ou dois, com centenas de músicos querendo um espaço... Então cada um tocava em uma orquestra latina, pra trabalhar. Não faltava emprego. O que eu ia fazer? Fui tocar com eles. Quando em Roma... (risos)" A temporada foi proveitosa, pois Donato incluiu mais uma influência - a dos sons afro-caribenhos - à sua musicalidade. "Fui para melhorar e melhorei, mas não do jeito que eu esperava. Eu já levava uma simpatia pela música cubana, quando eu a encontrei pessoalmente (risos) foi sopa no mel. Toquei com Mongo Santamaria, Tito Puente...".
Nos anos 60, Donato viu a turma da bossa ganhar o mundo. Mas seu caminho era outro, sempre perseguindo suas revoluções pessoais. Gravou dois discos no Brasil ("Muito à Vontade" e "A Bossa Muito Moderna de João Donato & Seu Trio") que ajudaram a definir o samba-jazz. De volta aos EUA, onde ficaria entre 1963 e 1972, finalmente seria aceito pela elite jazzística. "Corri várias companhias com o acetato do 'Muito à Vontade', para ver se interessava a alguém. Ninguém queria meu disco, ninguém estava interessado naquele assunto - piano, baixo e bateria tocando coisas minhas, um brasileiro desconhecido. Até que fui à Pacific Jazz, por onde gravavam Chet Baker, Gerry Mulligan, Laurindo de Almeida. Lá houve empatia maior e o diretor da gravadora disse: 'Gostei do seu trabalho, mas vai depender dos outros músicos te aceitarem. Não dá para ir lançando seu disco assim direto, do nada. E por acaso vou me encontrar com Bud Shank amanhã. Se ele gostar..." E o Bud gostou, ele me aceitou e então gravei com ele meu primeiro disco nos EUA".
Nos EUA e Europa, acompanhou os amigos João Gilberto, Tom Jobim, Sergio Mendes e Astrud Gilberto, e os ídolos Dorival Caymmi e Stan Kenton, entre muitos outros. Da nova aventura americana, sobraram os hoje cult "Donato/Deodato" (unindo o piano do compositor aos arranjos de Eumir Deodato, em 1969) e "A Bad Donato" (registrado com feras da vanguarda do jazz ianque, em 1970). O reecontro com o Brasil, em 1973, se deu com o primeiro álbum no qual Donato assumia os vocais, "Quem É Quem". "Eu fazia os meus teminhas, como sempre fiz. Mas nada de pensar em letra. Música para mim era o que eu gostava de ouvir, jazz instrumental, raramente tem cantor. Quando voltei ao Brasil o Agostinho (dos Santos, produtor) falou: 'Cadê as letras? Sem letra ninguém canta'. Ai eu comecei a me preocupar com a canção propriamente dita. A gente pode fazer dezenas de temas em minutos, mas não quer dizer que são canções. Tem de ter uma bela letra e uma bela melodia, aí sim. Tem de ter uma certa capacidade de comunicação universal", acredita o compositor.
"Quando comecei a cantar, foi um certo drama para mim. Mas segui o exemplo de Tom Jobim, Vinicius, Nelson Cavaquinho. Cada um canta sua própria música com a voz que Deus lhe deu. Gente sem grande material vocal, mas com uma grande emoção. Foi um momento de mudança nos rumos da música, quando todo compositor passou a ser cantor também", diz.
A experiência de "Quem É Quem" se provou tão positiva que hoje Donato é um dos campeões absolutos em número de parceiros na história da MPB. "Comecei a fazer música com mais e mais gente. Um dos primeiros foi o Martinho da Vila. Aí vieram Gil, Caetano, Moraes Moreira, Abel Silva... até Baby Consuelo! Paulo Cesar Pinheiro, Chico Buarque, Cacaso, Marcos Valle, Ronaldo Bastos, Lô Borges, Aldir Blanc, João Bosco, Geraldo Carneiro e até o arisco João Gilberto estão entre as dezenas de figurões que já racharam canções com Donato, que prefere oferecer as melodias aos poetas a fazer o processo inverso. "É complicado botar música em letra. É mais fácil a música ficar passeando sozinha, tentando encontrar uma letra, deixar as palavras sairem da melodia".
As décadas de 70 e 80 exibem um Donato de ímpeto mais domado. Entre 1975 e 1996, grava apenas três LPs. Um contraste tremendo com a explosão de sua produção de lá para cá: nos últimos 11 anos, o compositor lançou nada menos que 15 álbuns (cinco deles no mesmo ano, 2002) e seu primeiro DVD, Donatural (2005). "Tenho tido momentos de silêncio também - já passei, por duas fases diferentes, dez anos sem gravar nada e já tive anos que lancei seis discos de uma vez. Não é plano, é coincidência, vou aceitando vários convites de vários lugares, já que não tenho contrato com uma gravadora só", diz o músico, que congrega gerações em seus discos mais recentes - dividindo espaço com nomes como Marisa Monte, Marcelo D2, Davi Moraes e Arnaldo Antunes, todos fãs confessos. Além de fazer discos também com veteranos como Paulo Moura e Emílio Santiago.
Desses anos todos, Donato afirma não ter extraído filosofia alguma, a não ser um amor incondicional pela música. E conta mais uma historinha: "Sempre me perguntam se eu tenho uma fórmula, um método para fazer música. E eu não consigo entender quem pensa que é assim que a coisa funciona. Certa vez, nos EUA, comprei um livro - por 99 cents, num supermercado 24h - chamado 'How to Write a Song'. Uma dúzia de grandes autores dando conselhos sobre composição. Gente de categoria, Hoagy Carmichael, Johnny Mercer... Li aquilo tudo e não gravei nada. Só lembro do conselho do Duke Ellington. Ele disse: 'Quando tiver uma idéia interessante, grave ou anote na hora. Pode ser um verso, uma melodia... Se deixar pra depois, você esquece e some. E aquela poderia ter sido a melhor música que você iria fazer na vida'".
Marco Antonio Barbosa - 03/04/2007 - extraído do Jornal Musical
Para mais informação, visite o site do João Donato
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Born in Rio Branco, state of Acre, he used to play music with bamboo small flutes and saucepans in his childhood. One day he got an eight bass accordion as a gift and, later on, a higher accordion. In 1945, he moved to Rio de Janeiro with his family. There, he started to play on his school's parties. On one of these parties, he met the band Namorados da Lua and started a friendship with Lúcio Alves, Nanai and Chicão. Four years later, he was already playing in the jam-sessions held at Dick Farney's and at the Sinatra-Farney Fan Club, to which he was a member. In 1951, he participated in the northeastern music program "Manhãs da Roça", broadcasted by Zé do Norte, on the Rádio Guanabara. At the same time, he started to study piano.
He started his professional career in 1949, as a member of the Altamiro Carrilho e Seu Regional's band, with which he recorded, in that year, a 78 rpm with the songs "Brejeiro" (Ernesto Nazareth) and "Feliz Aniversário" (Altamiro Carrilho - Ari Duarte). His participation on the record was omitted by the label. Thereafter, he replaced Chiquinho do Acordeon in the Fafá Lemos' band in a show at the Monte Carlo nightclub (RJ). Thereafter he performed in other nightclubs, such as Plaza, Drink, Sacha's and Au Bon Gourmet, among others.
In 1953, he formed his own band, Donato e Seu Conjunto, with which he launched, in that year, two 78 rpm records: "Tenderly" (J.Lawrence - W.Gross)/"Invitation" (Bronislau Kaper) and "Já Chegou a Hora” (Rubens Campos - Henricão)/"You Belong to Me" (Pee Wee King - Redd Stewart - Chilton Price).
He joined the band Os Namorados, with which he recorded three 78 rpm records: "Eu Quero um Samba" (Haroldo Barbosa - Janet de Almeida)/"Três Ave-Marias" (Hanibal Cruz), in 1953; "Palpite Infeliz" (Noel Rosa)/"Pagode em Xerém” (Sebastião Gomes - Alcebíades Barcelos), in 1953; and "Você Sorriu" (Valdemar Gomes - José Rosa)/"Não sou bobo" (Nanai - Ari Monteiro - L. Machado), in 1954. Still in 1954, he formed the Trio Donato, with which he launched a 78 rpm including the songs "Se Acaso Você Chegasse" (Lupicínio Rodrigues - Felisberto Martins) and "Há Muito Tempo Atrás” (J. Kern - I. Gershwin).
In 1956, he moved to São Paulo, where he was the pianist of the band Os Copacabanas and the Orquestra de Luís Cesar. In that same year, he launched a 78 rpm with the Donato e Seu Conjunto, including the musics "Farinhada" (Zé Dantas) and "Comigo É Assim" (Luiz Bittencourt - José Menezes). Yet in 1956, he recorded his first LP, "Chá Dançante", produced by Tom Jobim for the Odeon label. In the repertory, the songs "Comigo É Assim" (Luiz Bittencourt - Zé Menezes), "No Rancho Fundo" (Ary Barroso - Lamartine Babo), "Se Acaso Você Chegasse" ( Lupicínio Rodrigues - Felisberto Martins), "Carinhoso" (Pixinguinha - João de Barro), "Baião" (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira), "Peguei um Ita no Norte" (Dorival Caymmi), "Farinhada" (Zé Dantas) and "Baião da Garoa" (Luiz Gonzaga - Hervé Cordovil).
In 1958, he went back to Rio de Janeiro and started to dedicate himself exclusively to the piano. In that year, he recorded two tracks on the LP "Dance Conosco": "Minha Saudade", his first success, and "Mambinho", both with the partnership of João Gilberto. At that time, he joined the Orquestra do Maestro Copinha, that played at the Copacabana Palace (RJ).
In 1959, he went to Mexico with Nanai and Elizeth Cardoso. Thereafter, he moved to the United States, where he lived for three years. There, he played with Carl Tjader, Johnny Martinez, Tito Puente and Mongo Santa Maria. He made a tour in Europe with João Gilberto. In 1962, he came back to Brazil.
In 1963, he recorded the LP "Muito à Vontade", with Tião Neto (double bass) and Milton Banana (drums). The record was launched by Polydor, standing out his compositions "Sambou... Sambou" (with João Melo) and "Caminho de Casa". On that same year the LP "A Bossa Muito Moderna de João Donato e Seu Trio" was launched.
Soon he returned to the United States, where he lived for more than ten years. There, he recorded a LP with saxophonist Bud Shank and with guitar player Rosinha de Valença, in addition to the records "Piano of João Donato - The New Sound of Brazil", "A Bad Donato", which included the participation of double bass Ron Carter, and "Donato/Deodato", with arrangements by Eumir Deodato. He also performed with other artists, such as Astrud Gilberto, Caymmi, Tom Jobim, Eumir Deodato, Stan Kenton, Nelson Riddle, Herbie Mann and Wes Montgomery, among others. His musics "Amazonas", in the Chris Montez' recording, and "A Rã" and "Caranguejo", both recorded by Sérgio Mendes, gathered a great success with the North American audience.
In 1972, he returned to Brazil and in the following year the LP "Quem É Quem", was recorded and launched by Odeon. The innovation of such record was the inclusion to its repertory of music with lyrics sung by the composer himself, who had been, until then, an interpreter of instrumental music, and "Até Quem Sabe" (with his brother Lysias Ênio) and "Chorou, Chorou" (with Paulo César Pinheiro) are outstanding, among others.
In 1974, he was the musical director and participated in the show "Cantar", made by Gal Costa on the Teatro da Praia (RJ). The show was recorded, and his songs "Até Quem Sabe" and "A Rã" (with Caetano Veloso) were included in the repertory. In 1975, the LP "Lugar Comum", was recorded, launched by Phonogram. In 1986, the LP "Leilíadas" was launched.
In 1997, he recorded, with Eloir de Morais (drums), the CD "Café com Pão", for which he got two nominations for the Prêmio Sharp award: Best Record and Best Arranger. In that same year, he made the CD launch show at the Mistura Fina nightclub (RJ). Still in that year, he launched the CD "Coisas Tão Simples", by EMI/Odeon, and four unpublished songs of his authorship are outstanding: "Fonte de Saudade" (with Lysias Ênio), "Everyday" (with Norman Gimbel), "Summer of Tentation" (with Toshiro Ono) and "Doralinda" (with Cazuza). The record was launched in a show at the Mistura Fina nightclub (RJ). In 1998, he was once more at the Mistura Fina, with the show "Café com Pão", joined by Eloir de Morais (drums).
In 1999, he recorded the CD "Só Danço Samba", interpreting Tom Jobim's works, exclusively. Also in that year, the Lumiar Discos & Editora launched the "Songbook João Donato" (book and three CDs), with the participation of Caetano Veloso, Gal Costa, Djavan and Daniela Mercury, among other artists. The launch show was held at Bar do Tom (RJ), with Bororó (acoustic bass), Victor Bertrami (drums), Ricardo Pontes (sax and flute), Jessé Sadoc (trumpet) and the composer himself at the piano, in addition to the participation of Nana Caymmi, Marcos Valle, Os Cariocas and Angela Rô Rô, among other performers.
In 2000, he was in the project "Rio Sesc Instrumental", at the Sesc Copacabana (RJ), joined by Jessé Sadoc (trumpet), Ricardo Pontes (saxes and flute), Nei Conceição (bass) and Victor Bertrami (drums). On that same year he performed at the Copacabana Beach, at the closing show of the project "Rio-Bossa Nova 2000". Also in 2000, he recorded the CD "Amazonas", joined by Cláudio Slon (drums) and Jorge Helder (acoustic bass), launched by the Elephant Records of Vartan Tonoian (Denver, Colorado, EUA). The record included in the repertory Donato's own compositions, standing out "Glass Beads" and "Coisas Distantes", both with the partnership of João Gilberto. For the record launch, he performed at the Memorial da América Latina, with the Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo (SP), and at the Mistura Fina (RJ), with double bass Luiz Alves (bass) and Cláudio Slon (drums), thereafter making a tour to Europe, Japan, Australia, New Zealand and the United States, and a mini season at the Blue Note in New York is outstanding. Still in 2000, he was awarded the Prêmio Shell de Música for the whole of his work and participated in the Free Jazz Festival (RJ), reaching a huge success towards the public and the reviews.
On February 2001 he married Ivone Belém, a journalist from the state of Rio Grande do Sul. On July of that year, in the Amazon Forest, and with the partnership of also piano player Everardo de Castro, he composed "Amazonas: um Poema Sinfônico", a theme for piano and orchestra, sponsored by the state of Amazonas government and script by Ricardo Cravo Albin. On September of the same year, he presented the symphonic piece, with the Orquestra Amazonas Filarmônica, arranged by maestro Laércio de Freitas, conducted by maestro Luiz Fernando Malheiro and narrated by Ricardo Cravo Albin, at the Teatro Amazonas, in Manaus.
In 2002, he launched the CDs "Brazilian Time", "Remando na Raia" and "Ê Lalá Lay-Ê" (DeckDisc), and on this latest, partnerships with his brother Lysias Ênio were recorded, exclusively. In that year he also performed with the Orquestra Jazz Sinfônica, at the Sala São Paulo. The concert was recorded live and originated the CD "The Frog", launched by the Elephant Records label. Still in 2002, he went to Japan, where he made 10 presentations with the singer Joyce.
In 2003, he was awarded the Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte – Association of Art Critics of the State of São Paulo). He made shows in Cuba, Russia and Japan, and in many Brazilian cities, launching the CD "Managarroba". Marisa Monte, Marcelo D2, Joyce and João Bosco joined the disc. Yet in that year, he recorded with Emílio Santiago, the CD "Emílio Santiago Encontra João Donato" and, with Wanda Sá, the CD "Wanda Sá com João Donato".
In 2004, he was awarded the Prêmio Tim for the record "Emílio Santiago Encontra João Donato". Both artists made a show at the Bar do Tom (RJ), named "Emílio Santiago & João Donato". Later on that year he went to Spain, recorded a Bossa Nova CD for the Russian market and, in Cuba, recorded the CD "Sexto Sentido". Still in 2004, he assumed the musical production of CD "Tita e Edson" (Lumiar Discos). And, thereafter, with Bud Shank, the CD "One evening with Bud and Donato" was recorded, soon after his participation in the Bud Shank show at the Chivas Jazz Festival (RJ). And still in that year he performed with Johnny Alf, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Durval Ferreira, Eliane Elias, Marcos Valle, Os Cariocas and Bossacucanova, in the show "Bossa Nova in Concert", held at the Canecão (RJ). The show was presented by Miele and had a support band formed by Durval Ferreira (guitar), Adriano Giffoni (double bass), Marcio Bahia (drums), Fernando Merlino (keyboards), Ricardo Pontes (sax and flute) and Jessé Sadoc (trumpet), with conception and artistic direction of Solange Kafuri, musical direction of Roberto Menescal, research and texts by Heloisa Tapajós, setting by Ney Madeira and Lídia Kosovski, and projections by Sílvio Braga. On November 2004 he received from the hands of President Lula and the minister of Culture Gilberto Gil, the Medalha da Ordem do Mérito Cultural, the highest merit badge in the country.
In 2005, he recorded and launched his first DVD, "Donatural - João Donato ao Vivo", and invited to join him Leila Pinheiro, Joyce, Emílio Santiago, Angela Rô Rô and Gilberto Gil, with a support band formed by Robertinho Silva (drums), Luiz Alves (acoustic and electric bass), Cidinho (percussion), Jessé Sadoc (trumpet and flugelhorn), Ricardo Pontes (sax and flute) and Donatinho (keyboards). In the same year, he participated in the second presentation of the show "Bossa Nova in Concert", at the Parque dos Patins (RJ). And also in 2005, he made a launch show for the DVD "Donatural" at the Teatro Rival (RJ), with the participation of Leila Pinheiro and Marcelinho Da Lua.
On April 2006 he was honored by the government of the state of Acre, that baptized with Donato's name the modern arts and communication center, Usina de Artes e Comunicação João Donato, a deactivated former Brazilian nut plant. In the occasion he performed with his partner Gilberto Gil. On June 2006, with Paulo Moura, he launched the CD "Dois Panos para Manga", conceived on a meeting at TV director Mario Manga's home. By that time, a record with some of the themes appreciated by the Sinatra-Farney Fan Club goers in the 50's was suggested to the two artists. The repertory included his song "Minha Saudade" (with João Gilberto), further to "On a Slow Boat to China" (Frank Loesser), "Swanee" (George and Ira Gershwin), "That Old Black Magic" (Harold Arlen - Johnny Mercer), "Tenderly" (Walter Gross - Jack Lawrence), "A Saudade Mata a Gente" (Antonio Almeida - João de Barro), "Copacabana" (Alberto Ribeiro - João de Barro), in addition to "Pixinguinha no Arpoador" and "Sopapo", two unpublished compositions signed by the two artists. On November 2006, he made historic shows: in Rio de Janeiro, at the Mistura Fina, and in São Paulo, at the Sesc Pinheiros, where he met again the 80-year old alto-saxophonist, Bud Shank. At the meeting again, after 40 years without presenting a show, a DVD documentary and a CD were recorded.
In January 2007, João Donato went to Australia, invited by Marcos Valle, for presentations with Wanda Sá and Roberto Menescal, in an outdoors festival, with a public of 10,000 people. In March 2007, he released two important CDs, considered by the critics of the brazillian newspaper "Folha de São Paulo" as "great CDs". The first one, "Uma Tarde com Bud Shank e João Donato" (Biscoito Fino Records), produced by himself, registers a meeting of Donato with his friend Bud Shank, an American saxophone player, who Donato met in 1965, when he lived in the USA, and who he met again in 2004, in Brazil, when he took a chance to record this CD.
"O Piano de João Donato" (Deck Disk Records), is Donato's first solo album, where he interprets authorial compositions and covers of foreign standards. "The work is a signature of a musical author and a generous creator, which takes us further in the art of enjoying music", wrote the brazillian newspaper "O Globo". The release concerts of the solo piano CD, produced by MPB Marketing, were sold out for three days at Ibirapuera auditorium, in São Paulo, where Donato was applauded by his performances with the musicians Leny Andrade and Filó Machado, who did special appearances in the concerts. In April of 2007 he did a small tour in the US, performing at jazz clubs in Cleveland, Chicago and New York. The critics of Chicago tribune wrote: "The melodies of Jobim are more famous, even the most occasional listeners are familiar with "A Garota de Ipanema", "Desafinado" e "Dindi." But Donato's compositions are elaborated with a similar mixture of the best arrangement skills and a remarkable economy, and the composer translates brazillian rhythm, romance and culture in few well chosen notes".
In the same tour, The New York Times published: "Donato is one of the great composers of bossa nova of the generation of the end of the 1950's and probably the musician most influenced by American jazz; his interpretations today are nostalgic and sometimes anarchically funny". The Time New York magazine announced: "The pianist João Donato has so much to do with the elaboration of the music that came to be the bossa nova as the other guitar player João, old partner of Donato. The difference, which you will listen to tonight, is that Donato kept his ears tuned with the jazz that happened on the north of the Brazilian border".
The emblematic magazine of jazz, edited in NY, Wax Poetics, dedicated 12 pages to Donato's life and work of its edition of April/May. "João Donato deserves a place among the Brazillian music legends, alongside Antônio Carlos Jobim, João Gilberto, Dorival Caymmi, Ary Barroso and so many others, although his erratic career and the experiments with several music styles make a challenge to classify him", says the writer Aleen Thayer, author of the article. In April 2007 he did for the first time, a concert with his son Donatinho (keyboard player and DJ), at Oi Futuro Multiplicidades, which used to be the Museum of the Telephone. From this concert a CD was created, with Donato's songs mixed and sampled by Donatinho.
The long list of performers of his songs include artists such as Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tim Maia, Leny Andrade, Walter Wanderley, Nara Leão, Roberto Menescal, Luís Carlos Vinhas, Milton Banana, Luiz Eça, Tito Madi, Maysa, Dóris Monteiro, Raul de Souza, Tamba Trio, Victor Assis Brasil, Mahogani, Joyce, Bebel Gilberto, Os Cariocas, Simone, Fafá de Belém, Miúcha, Fagner, Leila Pinheiro, Baden Powell, Ithamara Koorax, Lisa Ono, Zizi Possi, Adriana Calcanhotto, Angela Rô Rô and Nana Caymmi and Leo Gandelman, among others.
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