09 junho 2008

Quarteto Maogani - Maogani - Quarteto de Violões (1997)

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Quarteto MaoganiO grupo Maogani, formado em 1995 no Rio por quatro arranjadores-violonistas cariocas - Marcos Tardelli, Paulo Aragão, Marcos Alves e Carlos Chaves - pratica uma música, brasileira e sem fronteiras, que incorpora técnicas que vão do jazz ao clássico.

Isso é comprovado no recente Água de Beber - Jobim e Suas Fontes, o terceiro disco do quarteto, que, como os próprios relatam num texto do encarte, "promove o encontro de correntezas musicais que desembocaram na obra de Antonio Carlos Jobim, Villa, Radamés, Ary, Pixinguinha, Custódio e Vinicius, mais que influências declaradas, foram alguns dos mestres que mostraram o curso das águas que Tom poderia seguir".

O Maogani reúne músicos que aliam formação clássica e paixão pela música popular. Em seus shows e discos eles têm retrabalhado com arranjos próprios e originais um repertório que passa por Ernesto Nazareth, Egberto Gismonti, Jobim, Edu Lobo, Garoto, Chico Buarque, César Camargo Mariano, Guinga.

Em seu disco de estréia, Maogani - Quarteto de Violões, editado em 1997 (e indicado no ano seguinte ao prêmio Sharp de melhor disco instrumental), eles contaram com participações especiais de Guinga, Leila Pinheiro, Zé Nogueira, Jane Duboc e Celia Vaz. O repertório incluía Cai Dentro (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), Loro (Egberto Gismonti), Morro Dois Irmãos (Chico Buarque), Samambaia (César Camargo Mariano) e Corrupião (Edu Lobo).

Quatro anos depois, Cordas Cruzadas ia de clássicos a novas canções. Entre as primeiras, Chovendo na Roseira (Antonio Carlos Jobim), Samba Novo (Baden Powell) e Passaredo (Chico Buarque e Francis Hime); de novidade, A Foggy Day In Teresópolis (Ed Motta), Choro nº 2 (Leandro Braga) e Guingando (Edu Kneip e Mauro Aguiar).

Mas, seja clássico ou inédito, tudo soa novo, fresco, nas mãos de Marcos Tardelli (violão requinto), Paulo Aragão (violão), Marcos Alves (violão) e Carlos Chaves (violão de oito cordas). Água de Beber, com oito temas de Jobim e parceiros e composições de Villa-Lobos, Pixinguinha, Radamés Gnattali e Ary Barroso é isso: música para um doce deleite.

extraído do site Clube de Jazz
Para mais informação, visite o site do Quarteto Maogani

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Quarteto MaoganiTwo years after it was formed, Quarteto Maogani released its first album. Between that time and this first release, the quartet was busy taking part in Projeto Pixinguinha and being a special guest in Leila Pinheiro's show Catavento e Girassol. In fact, it was from that album that the group obtained its name, which was mentioned in Aldir Blanc's "Madeira de Sangue." Blanc himself was honored to write the liner notes for this debut album.

The media and other artists seem to be unanimous in praising the glories of Quarteto Maogani. So, assembling a number of special guests for this first album was an easy task. We have the pleasure of hearing the Quarteto performing along stellar names of Brazilian music, including Célia Vaz, Jane Duboc, Zé Nogueira, Leila Pinheiro and the incredible Guinga. The musical production for the album was the responsibility of Maogani. With a repertoire that includes music by guitarists Baden Powell, Marco Pereira and Garoto, the Quarteto was completely at home performing beautiful arrangements written by its own members. In this first album, the group formation was Paulo Aragão, Marcos Alves, Carlos Chaves and Sérgio Valdeos.

One of the most famous contemporary guitar pieces in Brazilian music, César Camargo Mariano's "Samambaia" is the strong opener for the album. Originally recorded for the 1981 César Camargo Mariano and Hélio Delmiro's Samambaia album, this piece is considered a landmark number in Brazilian instrumental music. Nothing more deserving that having Quarteto Maogani feature this composition here. The exciting baião "Baiambê," with only one previous recording (Mario Adnet's 1980 Alberto Rosenblit & Mario Adnet) is also featured here with a rich 4-guitar sound. While keeping the tempo in "Cai Dentro," the Quarteto continues its dazzling trajectory. They pause a little to feature Guinga in the vocals on "Morro Dois Irmãos." Guinga gives a touching rendition for one of Chico Buarque's favorite songs. The Garoto choro "Enigma" brings special guest Pedro Aragão on mandolin. The arrangement here is classically Radamés Gnattali with a slight change because of the addition of the fourth guitar and mandolin. Another guest arranger, Marco Pereira contributes a fine rendition for "Lôro," which holds a special place in the Quarteto's hearts since it was the first piece the group performed when it was formed. Having performed along with Nó em Pingo D'Água in some live concerts, the Quarteto invited Celsinho Silva to provide the effusive percussion in Guinga's "Di Menor" bouncy arrangement. We then come to the amazing arrangement for "Baião de Lacan," which features vocals by Leila Pinheiro. She also recorded that number in her Catavento e Girassol album, but the arrangement recorded here was written by the Quarteto four members. The result is a magnificent duel, if you can call four guitars and a vocalist that! It is interesting to note that all songs recorded in this album were not originally conceived for four guitars with the exception of Marco Pereira's "Dança dos Quatro Ventos."

If acoustic guitars are closely associated with Brazilian music, then Quarteto Maogani can be thought of as Brazilian soul in its core. This debut album elevates Brazilian guitar music to deserving heights.

You can read more and listen to samples of Maogani - Quarteto de Violões here or in the ensemble's web site.

Egídio Leitão - extracted from Música Brasileira from A-Z
For more info, visit Quarteto Maogani's site

03 junho 2008

Nivaldo Ornelas - Reciclagem - Ao Vivo (1999)

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Nivaldo OrnelasCompletando 40 anos de carreira Nivaldo Ornelas tem muito a comemorar. Inúmeros discos de carreiras e participações (nacionais e internacionais), prêmios, troféus, enfim, uma trajetória impecável, além de ser muito querido e requisitado em nosso meio musical. Em entrevista exclusiva ao Alô Música conta um pouco de sua história.

Como a música entrou na vida de Nivaldo Ornelas?
Nivaldo Ornelas- Meus pais são músicos amadores, e tinham um grupo de seresta, chamado Revivendo o Passado, em Belo Horizonte. Sendo eles músicos amadores, tendo eles sacado que eu tinha talento para a música, me encaminharam para uma escola muito boa chamada Escola de Formação Musical. Essa escola foi fundada por Heitor Villa-Lobos, assim como outras escolas de música pelo país.

E aonde isso?
NO- Em Belo Horizonte. Eu tinha 10 anos de idade. Enfim, aos 16 anos estava pronto - nisso veio música básica, um negócio muito bem feito. Estudei no Conservatório, na Escola de Música. Eu queria tocar clarinete, aos dezesseis anos já tocava na Sinfônica Jovem.

Mas a opção do primeiro instrumento?
NO- Não, eu passei por vários instrumentos, toquei acordeon, flauta de lata, segundo a minha mãe eu cantava, mas cantava escondido, debaixo da mesa, aquelas coisas.

E nessa época, quais eram as influências, o que você ouvia?
NO- Rolava muito sarau na minha casa. Não existia televisão, então rolava música de todo jeito na minha casa, inclusive moda de viola. Havia nessa época, uma dupla de violeiros, mas era música instrumental. Os 'caras' faziam uma espécie de desafio. Eu achava interessantíssimo: aqueles caras vinham lá do meio do mato e tocavam muito bem. É uma tradição mineira que vem do ciclo do ouro, aquilo me fascinava.

Essa sua relação com o barroco...
NO- Eu nasci no meio dele - parte da minha infância eu passei em Nova Lima, cidade próxima a Belo Horizonte. Meus tios trabalhavam na Mina de Morro Velho (Saint John Del Rey Mining Company). Lá parecia uma vila inglesa, com toda aquela atmosfera pós-medieval e renascentista. Eu respirei muito isso na infância com seis, sete anos de idade. Paralelamente a isso, tinha a coisa da música religiosa. Minas Gerais era um convento só. E, além disso, existiam aquelas manifestações via África e que ainda existem, como a Folia de Reis e o Congado. Numa época em que não tinha televisão, os costumes eram mais fortes, a raiz. Você tinha isso em todo lugar, você convivia com isso.

Bom, nós vamos sair do barroco, de toda essa influência do barroco, e vamos cair diretamente no jazz. Então, como é que entra o jazz na vida de Nivaldo Ornelas? O que ele ouve, quais são as influências?
NO- Quando eu tocava acordeom, eu ouvia Luiz Gonzaga e adorava! Achava muito bom aquilo, muito espontâneo. Depois, quando eu comecei a tocar clarinete, eu ouvi Benny Goodman - achei interessante, e falei "oba! - que som bom, gostei muito, uau!". Aí, aos dezessete, dezoito anos, eu e mais quatro garotos fizemos um clube de jazz, que se chamava "Berimbau" - uma loucura. Foi o primeiro clube da cidade. Nós pegávamos alguns discos de jazz na Embaixada Americana e foi aí que tudo começou. O primeiro disco de jazz que ouvi foi de John Coltrane. A música "Ruby my Dear" do disco The Prophet do Thelonius Monk me despertou o interesse pelo saxofone, que foi uma coisa definitiva. Coltrane foi a minha grande influência, junto com Miles Davis, Monk, além de Ravel, Debussy e Richard Wagner.

Então eu acho que acertei quando disse na resenha que "... se John Contrane ouvisse..." - rs
NO- É, é... Ele gostaria.

Então eu acho que eu dei uma acertada nessa entrada...
NO- Tanto que você sabe que eu peguei o disco dele, o "The Prophet" (Monk e Contrane), passei um ano tirando todas as músicas, um ano da minha vida. Tirei todas as músicas dele, gravei em playback, fazendo com metrônomo e violão - gravei todas as músicas e comecei a praticar. Passei todo esse material para os meus alunos, porque na época ainda não havia esse tipo de estudo no Brasil. Foi ótimo para a rapaziada.

E o circuito da música? Porque você faz um clube, funda um clube com seus amigos lá em Belo Horizonte, mas como você é descoberto ou como você descobre o mercado - como o mercado descobriu Nivaldo Ornelas?
NO- Na verdade, toda a minha geração de lá veio para o Rio de Janeiro, inclusive o próprio Milton, Wagner, Toninho Horta, Paulinho Braga, Helvius Vilela e Pascoal Meirelles. Lá não havia mercado. A gente era sonhador, a descoberta se deu na verdade no Rio de Janeiro. Chegando, o Paulo Moura me convidou para tocar numa banda só de jovens com mais o Márcio Montarroyos, Claudio
Roditi e Pascoal Meirelles, entre outros.

E como se chamava essa banda?
NO- "Paulo Moura e Sua Banda Jovem". O Osmar Milito, que toca no Mistura Fina também estava lá. E o Paulo foi o grande mentor. Ali foi a grande descoberta realmente. No cenário da música - não foram eles, mas fui eu que os descobri. Eu era um ilustre desconhecido.

Nivaldo e Cid OrnelasE por quanto tempo a banda ficou com essa formação?
NO- Isso demorou um ano, porque logo em seguida eu conheci o Hermeto em São Paulo, na boate Stardust. Eu e Paulinho Braga. E ele falou:
- Você é de onde?
- Eu sou de Minas.
- E de onde vem essa sua maneira de tocar?
- Eu não sei.
- Eu vou para os Estados Unidos, gravar com a Flora Purim e o Airto e quando eu voltar, vou fazer uma banda experimental. Vai ser pra sacudir o coreto. Você topa ir para São Paulo?
- Correndo! Porque eu o vi tocando e eu não entendi nada! Esse é o cara.

E não deu outra. Um ano depois, Hermeto voltou e nos encontramos no Festival da Canção aqui no Rio. Ele disse:
- Vamos fazer a banda?
- Vambora!

E aí foi um reboliço...

Quanto tempo isso?
NO- Um ano. Aí ele voltou para os Estados Unidos. Na volta me chamou novamente para ir a Montreux e ao Japão.

É, eu tenho esse trabalho inclusive. "Hermeto em Montreux".
NO- Isso! Eu estava ali. Eu tenho uma revista Manchete que tem uma foto nossa na capa. E ali foi bom porque eu andei rápido. Eu estudava muito e foi quando a ficha caiu.

Eu pessoalmente começo a observar o Nivaldo Ornelas num solo muito interessante em "Beijo Partido".
NO- Isso é mais atrás, 75/76. "Minas".

Exatamente. "Minas". Ali você já participava de todas essas gravações, estúdio.
NO- Com certeza. É que o Milton, depois que apareceu no cenário, quis reunir a nossa turma. E reuniu mesmo. Nesse disco é toda a nossa turma, mais o Luiz Alves e o Robertinho, que são agregados. E pegou na veia. Aquele disco, que teve uma união, uma direção.

Maravilhoso. Uma pintura na verdade.
NO- Através daquele disco, todos nós viajamos para fora do Brasil. E aí eu comecei a gravar com todo mundo a partir dali.

A partir dali. Citei porque como eu acompanhei mais ou menos o que você percorreu. É que você fez uma referência ao Hermeto já nos anos 80 - aí eu estou voltando lá em 75 porque aquilo ali foi uma marca.
NO- Dois discos. Esse do Milton, "Minas", e o Toninho Horta, "Aquelas Coisas Todas", disco paralelo, feito na mesma época. "Bons Amigos". Isso rodou por aí. Os caras tiravam os meus solos desses discos. O Idriss Boudrioua me disse que até na França isso acontecia. Quem também me procurou foi o Lyle Mays, pianista da banda do Pat Metheny para saber mais detalhes das nossas gravações.

Nos final dos anos 80, começo dos anos 90 existia uma movimentação, principalmente no Rio de Janeiro, em relação à música instrumental. Então eram feitos vários projetos, Parque da Catacumba, Parque Garota de Ipanema, projetos da Nexus inclusive. Depois existe uma ruptura, pela invasão de outras influências no mercado, enfim...
NO- A partir de 10 anos, 93/94, houve um esvaziamento.

E você atribui a quê?
NO- O problema maior é a violência. As pessoas vão ficando com medo e vão sumindo das ruas, principalmente à noite. Isso atrapalha muito, os projetos. Outra coisa é que o país empobreceu e a gente é considerado coisa supérflua. Isso do ponto de vista de projetos.

Ou do ponto de vista de gravadora?
NO- Do ponto de vista das gravadoras, a pirataria está destruindo.

Existe hoje no mercado fonográfico muitas pessoas com trabalhos instrumentais totalmente à margem do mercado fonográfico. O mercado fonográfico não tem interesse hoje em editar esses trabalhos, por não serem vendáveis, etc. Você acha que aquele slogan "Música é Cultura" ainda tá valendo?
NO- Sempre valerá. Porque, na verdade, esse é um caminho bem undergrownd - eles sobrevivem. Você não está vendo, mas eles estão por aí.

Tá, mas a gente está falando da massificação como houve, por exemplo, nos anos 80, quando as pessoas iam, e não houve continuidade. Eu queria que você me desse um parecer sobre o momento da música instrumental no Brasil. Existem hoje festivais isolados como o Festival de Guaramiranga no Ceará, em pleno Carnaval.
NO- Antes só tinha festival no Rio de Janeiro. Hoje tem Festival em Governador Valadares, Maceió, Búzios. Tem projeto para todo o lado. Outro dia eu estava em Ipatinga, Minas Gerais, tocando com o pessoal lá de jazz. Então, o que está acontecendo? As pessoas acordaram em outros Estados. No Rio continua, não é que esvaziou tanto, mas o que acontece é que agora tem no Brasil inteiro. Do ponto de vista da criatividade dos talentos, está melhor do que nunca. Eu fico impressionado.

É verdade.
NO- Porque a rapazeada de 18, 20 anos tem informação, o cara anda rápido. Você vê - ele hoje está aqui e daqui a seis meses você o encontra em outra situação, já evoluiu. Um exemplo disso é o Marcelo Martins e o Eduardo Neves, que estão tocando conosco. Marcelinho e Eduardo fizeram um "zuuuuuum". No meu tempo as coisas vinham de navio, você custava a descobri-las. Você ouvia o galo cantar e não sabia onde. Hoje o cara tem vídeo de shows, Free Jazz. Os caras vão lá. Tem muita gente talentosa aqui no Rio de 20, 21 anos. Tem um menino que toca bateria, o Rafael Barata - de 20 anos - que já está no fim do livro. Os meninos estão tocando tudo. Por esse lado está mais rico.

E você vê a possibilidade de um aquecimento no mercado? Eu pessoalmente acho que Niterói, por exemplo, tem um outro formato em relação à música instrumental. Niterói se promove bem mais festivais.
NO- Mas aqui no Rio também acontece muita coisa.

E a rádio, por exemplo?
NO- Não toca. Mas não toca no Brasil inteiro. Nem em Niterói. Não toca. A questão é grana. As multinacionais compram os horários e eles vão ter o retorno. Então aqui no Brasil, com essa mentalidade, se a gente tivesse um negócio governamental mesmo, 5%, 1% da programação, se resolveria logo esse problema. Você se lembra da Rádio Opus 90? Aquilo ali era o seguinte: pelo que eu fiquei sabendo as outras rádios é que fecharam a Opus. Ela estava começando a incomodar. Música erudita. Lançamento de disco instrumental - era um espaço. Tesouraram aquela rádio. Isso é complicado. Se o governo entrar no meio. Senão, esquece.

Como está o momento social para o músico? Como está o país para o músico?
NO- Dizem por aí que músico só fala de música - tudo bem, é que o universo é muito rico. Mas a verdade é que a prioridade do país, na minha opinião, é saúde e educação. Isso vem em primeiro lugar. Aliás, antes disso vem o combate à fome. O pessoal combate muito o projeto Fome Zero, mas é um princípio, alguém está fazendo alguma coisa, ninguém fez antes. Não é o ideal, tudo bem, mas é um começo. Em seguida saúde e educação porque a gente só se tornará uma nação quando isso for realmente prioridade. Aí em seguida a gente passa a falar de música, de arte, disso e daquilo - isso é prioridade.

Você acha que de alguma maneira isso acaba refletindo diretamente no momento do trabalho?
NO- Eu acho que o artista pincela o momento que ele vive. Os pintores no tempo da guerra, aqueles pintores que estavam nos campos de concentração pintavam aquele momento em que viviam e isso passou para a posteridade. Nós músicos tocamos o nosso momento. Botamos pra fora o momento que a gente vive. Independe - não precisa estar um mar de rosas para você estar criando alguma coisa. Às vezes muito pelo contrário.

Perfeito! E esse panorama musical? Vamos falar da organização da música, dos músicos.
NO- Do plano artístico acho que estamos num ótimo momento. É engraçado, geralmente são contrastes. Eu acho que a gente vive um grande momento de criatividade, tem muita gente jovem, os músicos da minha geração, um momento muito bom. Agora, do lado do músico como profissional, da sobrevivência, eu acho o músico brasileiro, e no caso aqui no Rio de Janeiro, ele tem que se aproximar do Sindicato dos Músicos. É a sua representatividade. Estou achando que o pessoal está longe do sindicato - fala: "-Ah, o sindicato não faz isso, não faz aquilo." O sindicato é que nem o governo, nós somos o sindicato. Ele não está lá, ele está aqui. Ele é o governo, mas quem o elegeu fui eu. Então os músicos precisam se aproximar, pensar coletivamente. O universo do músico geralmente é tão rico que ele se basta e acha que não precisa. Mas não é por aí, tem que procurar se aproximar.

Você está dizendo que músico é vaidoso?
NO- Mas é muito! Não é pouco não, é muito! Porque na verdade a vaidade tem um lado bom. Ela é a mola que impulsiona a pessoa para frente. Ela é o tempero, sem vaidade nenhuma tanto faz e eu acho que não é por aí. A vaidade de ter seu trabalho reconhecido, de estar fazendo uma coisa bonita, enfim. Mas, por outro lado, só vaidade? E aí? Porque é tão lindo ser músico, maravilhoso, que o cara acha que é um gênio e não é bem por aí.

Alguns músicos no Brasil hoje têm a possibilidade de ter seus trabalhos solo, mas outros não. Sobrevivem acompanhando cantores, algumas estrelas. O que você tem a dizer sobre essa relação de cantor x músico instrumentista?
NO- Praticamente, a única experiência nessa área foi com o Milton Nascimento, num relacionamento de respeito mútuo. Ele é um grande artista, um mito! Mas antes de tudo um músico e como tal, sabe reconhecer o talento de quem o cerca. Em termos de estúdio, praticamente gravei com todo mundo aqui no Rio. Só posso falar bem. Tenho sido tratado com muito carinho. Agora, tenho
alguns amigos que acompanham cantores e que reclamam da falta de respeito sim!

Interessante a sua história com a Sarah Vaughan. Você teve oportunidade de tocar com outros cantores músicos?
NO- A Sarah Vaughan tratava a gente como se fossemos os maiores do mundo, isso para eles é cultural, lá é assim. Não existe diferença entre músico e cantor, é tudo uma coisa só. Também trabalhei com a Lucia Newell, uma cantora e pianista americana fabulosa. Ela gostava de me ver improvisar. Em algumas músicas ela só cantava no final. Interessante não é? Eu falava: "Caramba! Não estou acostumado com isso!"

Nivaldo OrnelasÉ, isso no ponto de vista da carreira do músico instrumentista fica muito complicado porque essa projeção da música instrumental hoje ainda é muito pequena. Veja a música sinfônica.
NO- Isso aí é um assunto que a gente tem que falar muito. A música sinfônica. Música sinfônica, música erudita. Todo o show businness, no caso do Brasil, está ancorado na música sinfônica. Todas as atividades de televisão, de rádio, de shows, dos cantores, música lírica, a ópera, o teatro, o balé, o cinema, tudo é amparado na música de qualidade. Você não coloca qualquer coisa. E para fazer música de qualidade tem que ter músicos de alto nível. E de onde vem esse povo? São os músicos das orquestras sinfônicas. Acontece que os governos tinham que dar total apoio a isso, porque é a base de tudo, é a base de toda estrutura artística de um país. Pode ver, não existe balé sem música, teatro sem música. Pavarotti vem ao Brasil - tem que colocar a melhor orquestra. É ou não é? Michel Legrand foi tocar na Lagoa - pegou o pessoal da Sinfônica Brasileira, é tudo assim. O músico sinfônico é um cara que estudou em universidade, ele é formado, ele estuda, tem que ter os melhores instrumentos. Para você ter uma idéia, um encordoamento de violino custa quinhentos dólares, um arco mil dólares (coisas de nível). Tem um instrumento que se chama contra-fagote, de madeira, que custa trinta mil dólares. Imagina métodos, encordoamentos. Uma palheta de oboé é de cana do reino, você tem que importar. Esse material de trabalho é muito caro. Se o músico não tiver apoio, como ele sobrevive? O Brasil é um país de 170 milhões de habitantes. Provavelmente existem umas três ou quatro orquestras de alto nível, o resto está sobrevivendo dignamente. No Rio de Janeiro, que é um lugar com muita tradição nessa área, porque o movimento aqui começou cedo, a nossa principal orquestra se chama "Orquestra Sinfônica Brasileira". Por incrível que pareça ela tem um nível muito bom ainda, mas isso na base da garra dos músicos, da alma, do amor que os caras têm pela música, apesar dos problemas. O prefeito César Maia está dando uma força, não sei se você está sabendo. Ele está ajudando a Brasileira, a Petrobrás fundou a Orquestra Pró-Música, a Alerj ajuda a Orquestra Filarmônica do Rio e o Teatro Municipal também está dando uma força para ver se joga para cima, para melhorar o panorama artístico da cidade. Eu acho que a coisa mais importante no âmbito artístico é a música sinfônica.

E é fácil massificar isso porque quando você vê uma apresentação de uma Orquestra Sinfônica, como o "Projeto Aquarius", aqueles projetos que existiam antigamente, você via que não tinha lugar para mais gente.
NO- Não tem essa que o povo não entende, se ele para para ouvir, certamente vai gostar. O pessoal investe muito em segurança, com essa violência que está aí. Caramba! Leva a música sinfônica na favela, pelo menos perto da favela, pelo menos na periferia. Ninguém vai atacar os músicos, jamais, eles são intocáveis. Leva som, leva muita música, leva balés e tal para esse povo. É um começo, é o inverso, e está dando trabalho para os músicos.

É, e tirando esse pessoal da margem da exclusão. Porque essas pessoas são excluídas socialmente.
NO- Eles estão fazendo um projeto de levar o pessoal ao Municipal - eu acho que não precisa tanto, calma, vai devagar. Leva os músicos até eles, é muito mais fácil levar os projetos. Porque para os músicos sinfônicos no Brasil a situação está difícil e ninguém fala nada. Há um silêncio constrangedor. Presta atenção: vem não sei quem no Brasil - tem que pegar aquele povo, essa nata - é neles que os músicos se espelham porque eles estão em outro nível. Não esquecer que eles são os professores da maioria das escolas da cidade.

Mas você acha que isso não sensibiliza nem o Ministro que é um músico?
NO- Olhando de longe, a impressão que dá é que o Gilberto Gil está com muitos problemas. Em um país em que faltam recursos em áreas básicas como educação e saúde, não há como investir mais em cultura. Na verdade, nós músicos só falamos de música. Mas é preciso lembrar da arte como um todo: música, artes plásticas, teatro, literatura, cinema e vai por aí afora. No caso do Ministro, ele tem que pensar em tudo isso ao mesmo tempo, não é fácil.

E Nivaldo Ornelas ouve o quê? Quem o Nivaldo ouve hoje?
NO- Na verdade eu não tenho muito tempo para ouvir, pois sendo compositor, passo o dia inteiro ao piano fazendo música...Mas eu ouço música erudita, além da MPB e do jazz, é claro. Atualmente estou ouvindo dois compositores - um é o Richard Strauss, o outro é o Vaughn Williams, um compositor inglês que influenciou a música do faroeste americano, no princípio do século passado.

Eu pude observar, nesse seu recente trabalho, "Reciclagem", tem alguma coisa de alguma tribo ali. Do Xingu, de onde é isso? Onde é que você foi buscar isso?
NO- São trechos tirados de coisas que realmente ouvi, e mais o clima do momento. A gente improvisa muito. Falando das influências, tem a música indígena, africana, impressionismo e da Broadway. É muito forte, quando se tem eu e Robertinho Silva juntos. É tudo absolutamente improvisado. Cada dia é diferente do outro. A gente vai buscar tudo lá do fundo do baú, é uma viagem pra dentro. É tudo o que eu vi, vivi e ouvi.

E novos trabalhos, alguma coisa?
NO- Eu vou lançar um disco esse ano que se chama "Viagem em Direção ao Oco do Tôco". Eu e o pianista André Dequech. Um som como se fosse uma conversa, que nem a gente aqui agora, não tem nada prévio. É como uma conversa que acerta, depois desacerta, questiona, briga. E retoma no final.

Você falou em 88 - dois anos depois você faz a "Colheita do Trigo". Aquilo é um belo disco e eu lamento muito não terem re-editado isso.
NO- Mas eu tenho uma notícia boa. Fui lá na Som Livre, não sei se te falei.

Não, está sendo em primeira mão.
NO- É que era da Som Livre (selo Chorus). Eles não vão continuar com o selo e me deram o master - agora sou dono.

Maravilha!
NO- Será lançado em CD. E tem aquela música que te falei. "Nova Lima Inglesa"

E já tem um tempo para isso?
NO- Tá faltando só o dinheiro para a prensagem. Como eu tenho dois discos, vou ver qual que vou lançar primeiro. Mas ele certamente está vindo por aí.

Entrevista por Aloizio Jordão - extraída do site Alô Música
Para mais informação, visite o site do Nivaldo Ornelas

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Nivaldo OrnelasNivaldo Ornelas is an important musician with a solo career and a solid resumé as sideman, performing, recording, and/or touring with such names as Gary Peacock, Jack DeJohnette, Egberto Gismonti, Wagner Tiso, Milton Nascimento, and many others.

Ornelas began to play accordion very early. At 16, he was already playing clarinet and was a member of the Orquestra Sinfônica Mineira. Soon he was playing saxophone at dance parties, when he created the Berimbau bar, where he played with those who would be known as the Clube da Esquina: Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, the Borges brothers, and others. In 1967, he formed the Quarteto Contemporâneo with pianist Jairo Moura, bassist Tibério César, and drummer Paulo Braga. In 1970, he moved to Rio and joined the Som Imaginário group. With Wagner Tiso (keyboards), Robertinho (drums), Tavito (12-string violão), Luís Alves (bass), Laudir (percussion), Zé Rodrix (organ, voice, percussion, flutes), and Toninho Horta (guitar), the group was formed to accompany Milton Nascimento in the show Milton Nascimento e o Som Imaginário at the Teatro Opinião (1970, Rio). In 1970, the show moved to Teatro da Praia and Naná Vasconcelos replaced Laudir. Moving again to the Sucata nightclub, the group was joined by Frederiko on guitar.

That year, the group also performed in São Paulo and recorded their first LP, Som Imaginário (Odeon). In 1971, the group accompanied Gal Costa at the Teatro Opinião and also recorded their second album. In 1971, the group wrote and recorded the soundtrack to the movie Nova Estrela; the band also went on accompanying Milton Nascimento. With Novelli (bass) and Paulo Braga (drums), the group recorded a third LP, A Matança do Porco, whose title track had been written as the theme song to the film Os Deuses s os Mortos (Ruy Guerra, 1970). They also backed Macalé, Carlinhos Vergueiro, and Sueli Costa.

During all of his stint with Som Imaginário, Ornelas also worked with such talents as Hermeto Pascoal, Paulo Moura, and others. With Flora Purim and Airto Moreira, he toured the U.S. coast to coast in 1978, performing at the Newport Jazz Festival and the Festival Intemacional de Jazz de São Paulo. He also then recording his first solo album, Portal Dos Anjos, which earned him the Villa-Lobos award for the Best Instrumental Album of the Year. As a sideman for Hermeto Pascoal, Ornelas performed at the Montreux and Tokyo Jazz Festivals. With his band BR1, he performed at the Rio Jazz Festival. As sideman for Egberto Gismonti, he recorded Trem Caipira and Academia de Danças. His soundtrack for the movie João Rosa (Helvécio Ratton) was awarded as the Best Soundtrack at the Festival de Cinema de Brasília. In 1982, he again received the prize for his soundtrack for Dança dos Bonecos (same director). His soundtrack for Fernando Sabino's Encontro Marcado also was awarded twice. That year, he toured Europe as sideman for Milton Nascimento. In France, he recorded his solo album A Tarde. In 1983, he performed at the Festival de Jazz de Brasília and also released his LP Viagem Através de um Sonho, which he was awarded by APCA as the Best Reed Player of the Year. This LP would be awarded in 1984 with the Chiquinha Gonzaga prize, a year in which he released the album Som e Fantasia with keyboardist Marcos Resende. Planeta Terra was another of his lauded albums by the specialized critics. In 1994, he participated on the album Songbook Antônio Carlos Jobim Instrumental (Lumiar) and at the Festival Banco do Brasil Mundial, when he recorded another CD, shared with pianist Amilson Godoy, which was also released in the ten-CD box set released by Tom Brasil. As a sideman, he participated in 1997 on the CD Paradiso by the composers Celso Foseca/Ronaldo Bastos. In 1998, he participated as sideman on Dom Um Romão's CD Rhythm Traveller, a year in which he released his CD of live shows, Arredores. In 1999, commemorating his 55 years, he invited for live shows such talents as Oswaldinho do Acordeon, bassist Arismar do Espírito Santo, Hermeto Pascoal, pianist Nelson Aires, and singer Vânia Bastos. In 1999, he performed at the Heineken Concerts with Toninho Horta, Gary Peacock, and Jack DeJohnette.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
For more info, visit Nivaldo Ornelas' site

30 maio 2008

ChamberlainDuarteFidelis - Êxodo (2005)

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ChamberlainDuarteFidelisO que acontecerá com a cabeça das pessoas quando os vôos para o Espaço tornarem-se rotina? Uma resposta é sugerida pelo grupo ChamberlainDuarteFidelis em seu CD, acompanhado de conto ilustrado, Êxodo. Os três instrumentistas chegaram à resposta musical para os vôos inter-planetários após seis meses de jam-sessions gravadas e posteriormente editadas. O resultado foram 13 faixas de climas instrumentais compostos coletivamente, com toques de eletrônica, rock alternativo e jazz europeu. Tudo acompanhado, ou acompanhando, o conto Êxodo escrito por Du Moreira e ilustrado por Rodrigo Fonseca. Lê-se sobre os insights e desesperos da humanidade na era espacial enquanto se ouve uma música cheia de climas e espaço. Musica Instrumental de Ficção Científica.

extraído do site da Baticum Produtora de Som
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A new-jazz meets post-rock atmospheric concept album. What will happen to our heads when space travel becomes an everyday thing? An instrumental tour de force of these brilliant musicians: Du Moreira (bass), Ricardo Mosca (drums) and Rodrigo Fonseca (guitar). Science fiction literature in musical form.

extracted from Tratore
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17 dezembro 2007

MC4+ - 3 faixas de / 3 tracks from "Colagens" (2007)

Capa do disco

Clique aqui para baixar 3 faixas do disco /Download 3 tracks from the album - Badongo
ou/or
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O disco já começa quebrando tudo com a faixa "I Juca Pirama". Bateria e baixo suingados fazem a cama para uma melodia torta, que depois entra numa jam maravilhosa. E segue entortando.

É o progresso da música instrumental brasileira. Um passo adiante. O que o MC4+ faz é música universal e contemporânea. Elementos da escola Jabour são usados como referência, alcançando um resultado surpreendentemente inovador no cenário brasileiro. Com Marcelo Coelho (sax tenor), Vincent Gardner e Paulinho Malheiros (revesando no trombone), Lupa Santiago (guitarra), Guto Brambilla (baixo acústico) e Carlos Ezequiel (bateria), o grupo demonstra um entrosamento impecável.

MC4+ - foto de Patrícia PattahNo encarte do disco, o primeiro do grupo, Marcelo dá uma pista das influências do trabalho, que partem de Ron Miller, José Eduardo Gramani, Coltrane, Dave Holland passando por Tide Hellmeister (artista plástico paulistano que ilustrava a coluna de Paulo Francis no Estadão) e Gonçalves Dias. O grupo explora a polirritimia e a polifonia em todas as composições, que são de autoria de Marcelo Coelho (responsável, também, pelos arranjos), músico com um talento surpreendente e extremamente generoso, por ser imparcial na distribuição dos espaços para improvisos por todos os instrumentistas.

O trabalho, todo permeado por improvisos coletivos, não se encaixa em nenhuma tentativa de rotulação. É um disco extremamente corajoso e instigante, feito para ser ouvido com muita atenção. A segunda faixa, "Tormenta", é introduzida por um tema tocado em uníssono por Marcelo e Lupa, que é explorado e revirado durante a música, para ser retomado no final, justificando o título do trabalho. Todos os músicos merecem destaque. Lupa e Carlos Ezequiel fazem uma introdução surpreendente para a próxima música, "Jota-Pê", que, conforme entrevista de Marcelo ao blog Jazzseen, é uma variação de "Garota de Ipanema".

Na faixa-título, "Colagens", é impressionante o entrosamento do sax com o trombone na execução do tema e na conversa dos dois instrumentistas a partir do segundo minuto da música, que depois é enriquecida pelo guitarrista.

Todas as faixas do disco seguem por caminhos inesperados e são dignas de nota. A todo momento o ouvinte é surpreendido, seja pela linha do baixo, ou pelas escalas e timbres da guitarra, pela sonoridade do trombone, os andamentos quebrados da bateria e a liberdade do sax, ou vice-versa.

Além de compositor, Marcelo Coelho também é professor da Faculdade Internacional de Música Souza Lima, em São Paulo, escreveu dois livros ("Análise da Linguagem Saxofonística Brasileira" e "As Concepções Harmônicas do Bebop") e é um dos idealizadores da CAIS (Criação e Administração de Idéias Sonoras), associação educacional e cultural, inspirada no Jazz Composers Collective, do baixista Ben Allison, que tem por objetivo apresentar a produção musical contemporânea através de shows, workshops e produções fonográficas.

Deixo três faixas para download, com o objetivo de apresentar o disco. As músicas são "Tormenta", "Sono" e "Papalegua" (as duas primeiras com Vincent Gardner no trombone e a última com Paulinho Malheiros). O álbum pode ser adquirido diretamente com o músico através do e-mail: muzikness@gmail.com.

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english translation soon...

mensagenzinha / little message

Estou voltando aos poucos. Agora é de verdade. Vai ser até resolução de ano novo.

Aos poucos vou consertando os links quebrados e tentando atender aos pedidos e sugestões.

Valeu pela paciência e por todos os comentários.

Feliz Natal e ótimo ano novo. Música sempre.

p.s.: deixo, acima, uma dica de presente para o natal.

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Coming back again. Now is for real. I'll make it a new year's resolution.

I'll be fixing broken links and taking care of all requests and suggestions.

Thanks for your patience and for all comments.

Merry Christmas and a great new year. Musicalways.

p.s.: i'll leave, on the next post, a great idea for a Christmas gift.
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