16 junho 2009

Duo Caramuru/Baldanza - Bossa In The Shadows (2007)

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Duo Caramuru/BaldanzaPaulistano, Fábio Caramuru se iniciou na música pelo piano, estudou todo o repertório, do tradicional ao contemporâneo, se aperfeiçoou com Magda Tagliaferro. Já Pedro Baldanza aprendeu a tocar violão, guitarra e baixo “na marra”, ainda no interior do Rio Grande do Sul, começando cedo uma carreira que anos depois o levaria a se apresentar ao lado de Gal Costa, Elis Regina, Ney Matogrosso. Talvez por tudo isso soe estranho à primeira vista que os dois tenham se reunido, levando a amizade à colaboração nos palcos, desenvolvendo um trabalho interessante, que resulta agora no CD Bossa in the Shadows (selo Labors).

É o próprio Caramuru que, conversando com o Estado, ressalta a diferença na formação dos dois. E, se ele faz isso, é porque de certa forma é essa diferença - ou a busca pelo diálogo e a aproximação - que está no cerne do disco, que traz composições criadas da colaboração dos dois músicos e que conversam com um rico universo, de Duke Ellington a Inezita Barroso, passando por Villa-Lobos, Thelonious Monk ou Camargo Guarnieri. “Quando nos conhecemos, houve uma empatia imediata. O mundo musical de Baldanza me atraiu muito e vice-versa. Ele estabelece uma rica condução, um terreno fértil para que eu possa me libertar do rigor da música erudita. Do meu lado, posso ampliar suas referências a partir de minha formação erudita. Nessa dinâmica, há uma rica troca de signos entre esses dois mundos musicais tão distintos. O resultado é que conseguimos prescindir de clichês. Arrisco-me a dizer, até mesmo, que o nosso procedimento composicional se aproxima muito mais do rock progressivo que do jazz, que é normalmente atrelado a padrões mais previsíveis e decifráveis”, diz Caramuru.

É possível articular diferentes leituras a partir do trabalho do duo Caramuru/Baldanza. A mais evidente talvez seja aquela que insere o disco em uma linhagem antiga, bastante característica da música brasileira, que é a interseção constante e espontânea entre o clássico e popular. Villa-Lobos, Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Guarnieri, Tom Jobim são apenas alguns dos nomes que transitaram entre esses dois mundos - e, não por acaso, Bossa in the Shadows ecoa muito do trabalho deles, dando uma unidade às faixas. “Acho sim que há um elemento que unifica o disco. Trata-se da nossa poética, representada pelo livre exercício da imaginação musical. Se analisarmos mais objetivamente, acredito que um dos aspectos mais marcantes seja a presença da politonalidade. Eu diria ainda que nosso tecido musical se fundamenta quase sempre em estruturas de contraponto, forte influência de Guarnieri. Exploramos muito também os silêncios, o que torna nossa música assimétrica e a faz respirar. Como pianista, sou particularmente fascinado pelos baixos. Isso pode ser facilmente percebido em muitas das faixas do CD. Em alguns momentos, praticamente não se distingue o piano do baixo de Baldanza, pois eles se fundem completamente. Uma particularidade do Pedro é a sua capacidade de reproduzir inúmeros timbres, do mais delicado ao percussivo, sendo que esse fator é decisivo para a riqueza de nosso timbre. Acho importante também mencionar que ensaiamos semanalmente, fazendo questão de não nos atrelar a um roteiro preestabelecido. Nessas ocasiões, e também nos concertos ao vivo e nas gravações, procuramos fazer com que a música brote diretamente de nossa percepção conjunta do momento que estamos vivenciando, buscando sempre um canal direto com o momento presente”, diz Caramuru.

João Luiz Sampaio - extraído do jornal O Estado de S. Paulo
Para mais informação, visite o Duo Caramuru/Baldanza no Conexão Vivo

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Duo Caramuru/BaldanzaAnything, and I mean anything recorded by Brazilian pianist and composer Fabio Caramuru is a treat. Team him with bass guitarist Pedro Baldanza and it's going to be a good time. This Sao Paolo based duo blends Brazilian Classical and popular musical styles to create musical magic, and also interpret songs from Brazilian and North American artists along the way. Drawing on American Jazz traditions and styles, Duo Caramuru/Baldanza add in dashes of Brazilian musical culture to create a sound that is both foreign and familiar; familiar yet new.

One of the reasons that Brazilian Jazz draws so many devotees is that there is still a view of Jazz as an art form instead of platform in Brazil. The focus here is still on making great music, rather than seeing how many notes an instrumentalist can fit into a run. There is an understanding that there are times for such polyphonic spree, but also times when more said when less is spoken. Fabio Caramuru is a master at knowing what to say with his piano, and when to say it. He understands when a moment of silence is more musical than any notes he might choose to play, and Pedro Baldanza is the ultimate foil to Caramuru's artistry. Bossa In The Shadows is an on-going discussion between these two great artists that should have tongues wagging from New Orleans to New York to wherever Jazz finds a home.

There are too many highlights - passages even, to mention specific songs or moments. If you are an aficionado of great jazz, or if you are a neophyte who wants to experience and understand the artistry of the form, then Bossa In The Shadows is essential listening for you.

Extracted from Wildy's World
For more info, visit Duo Caramuru/Baldanza's site

01 junho 2009

The Jordans - A Vida Sorri Assim!... (1962)

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The JordansEm 1955, os jovens Romeu Mantovani Sobrinho (Aladim) e Olímpio Sinval Drago (Sinval) aprenderam a tocar guitarra juntos. Em 1958, sobre a influência do Elvis Presley, o grupo The Jordanaires convidaram um amigo (Português) para tocar bateria. Começaram a tocar rock em 1961, em uma transmissão da Rádio Nacional de São Paulo, com a participação do DJ Antônio Aguillar, e começaram o programa Ritmos para a Juventude, todos os sábados a tarde. Uma nova geração de músicos e cantores foram revelados, como Waldemar Botelho Jr. (Foguinho), que foi chamado no lugar do Português, mas ficou nervoso durante a transmissão e acabou saindo do ritmo. Foguinho então começou a estudar música em sua casa e aprendeu sozinho, escutando Elvis, Little Richards, Cliff Richard, Johny Holliday e também os grupos The Shadows, The Ventures, Les Fantômes.

Depois de duas semanas, os Jordans convidaram José de Andrade (Toni) para tocar baixo e depois Irupê Teixeira Rodrigues para tocar saxofone. Com esta formação os Jordans gravaram pela Copacabana Discos o seu 1º disco - "A Vida Sorri Assim", em 1962.

Foram contratados por vários cantores para sessões em estúdio. Em 1963 gravaram "Suspense", o segundo álbum, e a canção "Blue Star" ficou seis meses nas paradas de todo Brasil. Em 1964, terceiro disco, "Surfin' with The Jordans", uma celebração da surf music. Os Jordans assinaram com a TV Record (São Paulo) para fazerem vários programas. Em 1965 lançaram o quarto disco, "Os Alucinantes The Jordans".

Nessa época, foram também convidados para fazerem um programa com Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, "Jovem Guarda".

Em 1966, o disco "Studio 17", com a canção "Tema de Lara" (filme Dr. Jivago) foi campeão de vendas. Em 1996, também receberam o prêmio Roquete Pinto, o maior do Brasil, pelo seu trabalho de música instrumental. Em 1967, o disco "Edição Extra", com a canção "Midnight Moscow", foi muito bem aceita nas paradas de sucesso. Em outubro/novembro, os Jordans foram tocar na Itália e depois em Londres onde encontraram os Beatles. Foguinho então ensinou Ringo Star a tocar samba na bateria. Entre 1968, 69 e 70, os Jordans gravaram os discos "Edição Extra". Em 1970 gravaram o último disco, "The Jordans", mas tocaram até 1973. Foguinho tinha uma bateria Ludwig, que vendeu para seu primo e virou fabricante de óculos, Toni seguiu no piano, Sinval abriu uma churrascaria, Aladin foi trabalhar com frigorífico e Irupê virou maestro da banda Raça Negra até os dias de hoje. Em 1993, o Mingo, um amigo nosso da banda Os Incríveis, conseguiu juntar quase todos os músicos e cantores(as) da Jovem Guarda que fizeram um show na televisão Gazeta, canal 11 de SP.

Os Jordans compraram novos instrumentos, bateria, guitarra, e se encontraram novamente em estúdio fascinados pela nova tecnologia. Gravaram vários CD's como "Geração Surf", e depois, em 2006 gravaram "Studio 5" e o DVD que conta a história da banda. Em março de 2007, os Jordans fizeram shows com Prini Lores, Wanderlei Cardoso, Carlos Gonzaga, Ari Sanchez, Martinha, Vanuza e Renato e Seus Blue Caps. Apesar de estar em 2007, estou sempre escutando as músicas dos anos 60, porque as considero mais bonitas e com mais harmonias. Eu tenho um Karman Ghia vermelho, carro esportivo produzido em 1968 pela Volks.

Foguinho - extraído do site NoCabo.com

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The JordansFormed in the pre-Jovem Guarda times, in 1956, with other groups that would only find success in the '60s like the Golden Boys and Renato e Seus Blue Caps, the instrumental group the Jordans, like the Jet Black's, Os Incríveis, the Fellows, the Avalons, and others, were influenced by the Shadows and the Ventures. Their greatest difference, though, was their own understanding of the revolutionary character of English rock, which brought them the idea of using instruments like the balalaika, the mandolin, the bandola, the clavichord, the vibraphone, and the Portuguese guitar, when the most fashionable instruments of that period in Brazil were the electric ones, notably the bass and the guitar. Their first TV performance was in 1958 on a TV Record show hosted by Tony Campelo and Celly Campelo. Their first single, Boudah, was launched in 1961. Manito and Mingo, who later would form the Clevers, were revealed in the Jordans. In 1964, the group had a hit with "Blue Star" (Victor Young) and two years later another one with "Lara's Theme" (Maurice Jarre). In 1965, they toured Europe, performing in France, Belgium, Holland, Luxembourg, Italy, Yugoslavia, and Sweden. Returning to Brazil, they were invited to participate in the TV show Jovem Guarda, the most important of that movement. Soon after Aladdin's departure in 1968, the group was dissolved. In 1995, Aladdin, Sinval, Tony, Foguinho, and Manito teamed together to realize the album Bons Tempos, continuing to perform and record.

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide
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