27 junho 2006

Egberto Gismonti Group - Música de Sobrevivência (1993)

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Egberto GismontiO multi-instrumentista, compositor e arranjador brasileiro Egberto Amin Gismonti é certamente dono de uma das obras mais vastas e coerentes dentro da música brasileira. Nascido no Rio de Janeiro, numa família bastante musical, começou seus estudos aos cinco anos de idade. Estudou flauta, clarinete, violão e piano - este último, inclusive tendo como professor o renomado Jacques Klein. Em 1968 chamou a atenção do público e da crítica com sua composição “O Sonho”. De 1968 a 1971 residiu na França, onde estudou com os expoentes da música erudita contemporânea Jean Barraqué e Nadia Boulanger. Esta o encorajou a se voltar para as linguagens musicais brasileiras e não se deixar influenciar demasiado pela música européia. Em 1969 lançou seu primeiro disco, intitulado Egberto Gismonti. Ao voltar ao Brasil, estabeleceu-se em Teresópolis. No decorrer dos anos 70, a música de Gismonti foi se orientando para o lado instrumental e para estruturas mais complexas, o que dificultou seu relacionamento com o selo EMI/Odeon, para o qual gravava.

Em 1976 gravou, com o grande percussionista Naná Vasconcelos, o seu primeiro disco para a ECM, o hoje clássico Dança das Cabeças. Nesse trabalho, internacionalmente elogiado, o virtuosismo violonístico de Gismonti aparece em toda a sua plenitude. É interessante notar que Gismonti só começou a tocar seriamente o violão em 1968, após muitos anos de estudo sistemático de piano. Em busca de um veículo mais adequado à sua música e à sua técnica, Gismonti migrou, ao longo dos anos, do violão de seis cordas sucessivamente para instrumentos de 8, 10, 12 e 14 cordas. Paralelamente, nunca deixou de ser um virtuose do piano.

De volta ao Brasil, Gismonti passou um mês entre os índios Yawaiapiti do Alto Xingú, tendo conhecido o chefe Sapaim. A comunicação entre Gismonti e os integrantes da tribo se dava principalmente através da linguagem da música. A experiência foi determinante na elaboração de seu trabalho seguinte, Sol do Meio-Dia, com a participação de astros em ascensão no selo ECM, o saxofonista Jan Garbarek, o percussionista Colin Walcott e o violonista Ralph Towner. A partir do final dos anos 70, Gismonti se tornou uma unanimidade entre os apreciadores da música instrumental brasileira. Realizou turnês pela Europa e tocou com grandes nomes do jazz e da world music: além de Naná, Garbarek, Walcott e Towner, podemos mencionar também Herbie Hancock, Airto Moreira, Flora Purim e Charlie Haden (que participou de seus discos Folk Songs e Mágico, de 1979). Em 1985 gravou Sanfona, um notável disco duplo: em um dos CDs, Gismonti toca sozinho, e no outro é acompanhado pelo grupo Academia de Danças, formado pelo saxofonista e flautista Mauro Senise, o baterista Nenê e o contrabaixista Zeca Assumpção. Em 1995 gravou com a Orquestra Sinfônica Estatal da Lituânia o disco Meeting Point, consagrando-se como compositor erudito.

A música de Egberto Gismonti abrange uma vasta gama de paletas sonoras, texturas, dialetos musicais e estados de espírito. Pode soar grandiosa ou introspectiva, dramática ou lúdica, nostálgica ou futurista, brasileira ou oriental. Suas composições são concebidas para os mais variados efetivos instrumentais, desde o violão solo até a orquestra sinfônica, passando pelos instrumentos étnicos e os teclados eletrônicos. Entre as principais influências de sua linguagem musical, podemos citar Heitor Villa-Lobos, Maurice Ravel, Django Reinhardt, John McLaughlin, Baden Powell, Astor Piazzolla, o folclore nordestino e do centro-oeste brasileiro, a música indígena e a música indiana, entre outras.

V.A. Bezerra - extraído do site Ejazz

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Egberto GismontiEgberto Gismonti was born in 1947 in Carmo, Brazil. He began his formal music studies at the age of six on piano. After studying classical music for 15 years, he went to Paris to study with Nadia Boulanger (orchestration and analysis), and composer Jean Barraqué, a disciple of Schönberg and Webern. Returning to Brazil, Gismonti began to glimpse a reality broader than the classical world of music. He was attracted by Ravel's ideas of orchestration and chord voicings, as well as by "choro", a Brazilian instrumental popular music where varied kinds of guitars are featured. To play this music he made the transition from piano to guitar, beginning on the 6-string classical instrument and switching to the 8-string guitar in 1973.

He spent two years experimenting with different tunings and searching for new sounds, which is also reflected in his use of flutes, kalimbas, sho, voice, bells, etc. By the early '70s, he had laid the groundwork for his current conception was listening to musicians as wide-ranging as Django Reinhardt and Jimi Hendrix... For him, Hendrix's achievements were proof that "popular" and "serious" idioms need not remain opposite poles: "There's no difference between the two kinds of music...".

Gismonti's first ECM record Dance Das Cabecas (ECM 1089), and a duet set featuring percussionist Nana Vasconcelos, dating from 1977, was nominated Album Of The Year by Stereo Review and received the "Großer Deutscher Schallplattenpreis". Sol Do Meio Dia (ECM 1116) found the duo augmented by saxophonist Jan Garbarek, percussionist Collin Walcott and guitarist Ralph Towner; the session following on a tour featuring Gismonti, the Belonging Quartet and Oregon. Gismonti dedicated this album to the Xingu Indians of the Amazon, with whom he had lived for a period of time in the jungle. On his following 1979 ECM recording "Solo" (ECM 1136), he plays 8-string guitar, piano and bells, expressing a pure and comprehensive view of his music.

The next album to present Gismonti was a trio recording entitled Magico (ECM 1151) with bassist Charlie Haden and saxophonist Jan Garbarek, recorded in 1979. The same year, the trio toured Europe, including a concert at the Berlin Jazz Festival, and recorded a second Magico album, entitled Folksongs (ECM 1170). In 1981, Gismonti again toured with Haden and Garbarek, performing throughout Europe.

The album Sanfona (ECM 1203/04), is related to the Brazilian roots of his music. It features both group and solo work within the context of a single release. On the first record of his two-disc set, Gismonti is joined by his Brazilian group Academia De Danças: Mauro Senise (saxophone and flutes), Zeca Assumpçao (bass) and Nene (drums and percussion). On the solo disc, the emphasis is more decidedly on his guitar playing and on Indian organ improvisation. In his liner notes for Sanfona, Geraldo Carneiro characterizes Gismonti's offeirng as "a trip through Brazilian rhythms, musical forms and popular festivals... symbolizing Brazilian culture in all its breadth from solemn to burlesque".

Duas Vozes (ECM 1279) with Nana Vasconcelos appeared in 1984. Today Gismonti strives to bring two influences together, Western Europe music and the music from Brazil. Dança Dos Escravos (ECM 1387), released in 1989, takes him a step further in the direction where the distinction between "serious" and "popular" music doesn't play any role. His melodic lines have a special, cantible uniqueness. In harmonic terms, Gismonti has found a way of combining two cultures, such as one might also find in the music of Villa-Lobos, Baden Powell or Joao Gilberto. His rhythms, also extremely fragile and carefully constructed, never suffer from a lack of pulsating energy.

Extracted from Europe Jazz Network

23 junho 2006

No Olho da Rua - No Olho da Rua (1999)

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No Olho da Rua - foto de Dilvar CavalherstranaNuma tarde de 1928, o grande cantor Mário Reis recebeu um telefonema inesperado. Do outro lado da linha, uma voz desconhecida dizia: "Meu nome é Ary Barroso e tenho um samba chamado Vou a Penha. Gostaria que escutasse para ver se poderia gravá-lo". Mário achou esquisito, mas decidiu ouvir o tal samba. Começa aí a carreira daquele que viria a ser o mais importante compositor brasileiro da velha-guarda. Setenta e um anos depois, o quarteto carioca No Olho da Rua, formado por Fernando Rosa (baixo), Paulo Rego (sax), Roberto Alves (piano) e Theomar Ferreira (bateria), fazia uma de suas rotineiras apresentações matinais na Praia de Ipanema, na altura do Posto 10, quando foi abordado por uma senhora. Ela tinha nas mãos um pilha de songbooks de Ary Barroso. Entregou o material ao saxofonista Paulo Rego e disse que gostaria que o conjunto incrementasse o repertório com algumas pérolas do velho gênio. No domingo seguinte, lá estava a desconhecida de novo. Desta vez se apresentou. Era a filha mais velha do compositor, Mariúza Barroso. O encontro inusitado rendeu à banda mambembe um disco - lançado há três semanas no Paço Imperial - recheado com a belíssima valsa inédita Sombra e Luz, do autor de Aquarela do Brasil.

O grupo instrumental No Olho da Rua é um velho conhecido dos freqüentadores das praias de Ipanema e Leblon. A primeira apresentação do quarteto foi no verão de 1997, na altura da rua Bartholomeu Mitre. Formada por músicos com longa estrada na noite carioca, a banda não tinha nome. Rapidamente ganhou um apelido dos fãs: Bartô Onze e Meia (referência ao local e horário do show). Para a tristeza da galera que batia ponto para assistir à jam, a temporada foi curta. Alguns meses depois da estréia, a prefeitura proibiu as apresentações alegando que o barulho incomodava os moradores da região. Nem mesmo um abaixo-assinado com 1000 assinaturas conseguiu derrubar a proibição. No início deste ano, depois de uma tentativa frustrada de retorno em 1998, os quatro vestiram a cara de pau e, mesmo sem licença, começaram a tocar no Posto 10, sempre no final das manhas de domingo. "Adoramos tocar juntos e não temos lugar. O jeito é fazer o nosso som na cara grande mesmo", diz Paulo Rego. O som, uma mistura de jazz, samba e bossa-nova, atrai a quem passeia por ali. Já rendeu até um fã-clube. "Sou habitué. É a minha diversão no domingo", conta a publicitária Paula Dutra Ximenes. "Deveria haver bandas como essa em cada esquina do Rio. É a cara da cidade".

Com apresentações na praia - num domingo ensolarado eles chegam a embolsar 150 reais -, o quarteto conseguiu juntar dinheiro para gravar o primeiro disco. O repertório é composto de sete composições próprias, duas músicas de Ary Barroso (Sombra e Luz e Na Baixa do Sapateiro) e uma de Heitor Villa-Lobos (O Trenzinho Caipira). Na noite de lançamento, conseguiu vender 120 discos da tiragem inicial de 1000. A cada domingo na praia, vende, em média, 25 cópias. O CD é exatamente o que se vê ao vivo: muita improvisação. Com pouco dinheiro, o grupo gravou em quinze horas de estúdio, sem direito a repetição. "Não existe erro. Música é igual a filho. Se nascer com três orelhas, é isso mesmo. É nosso, e é lindo", argumenta o baterista Theomar Ferreira. Esse jeito espontâneo e feliz de encarar a música foi exatamente o que encantou a filha do mestre Ary Barroso. Acostumada a ouvir o melhor desde o berço, ela se apaixonou pelo grupo a primeira vista. "Esses rapazes tocam com o coração, como meu pai. Percebi a sonoridade deles de longe", elogia Mariúza.

Karla Monteiro - extraído da Revista Veja Rio - 15/09/1999
Para mais informações, visite o site do No Olho da Rua

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No Olho da Rua - current line-upNo Olho da Rua is a brazilian instrumental jazz quartet which is taking the street as their critic and public for their own compositions & interpretation of de Villa-Lobos, Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim. Eternal celebration of the music, the people and the streets of Rio de Janeiro.

If you have been hanging out on a lazy "carioca" sunday around the beach of Ipanema or Rodrigo de Freitas lake, you probably have seen them.

Since March 1997, the band No Olho da Rua performs live on the streets of Rio, initially in Leblon, Ipanema, Lagoa Rodrigo de Freitas, Tom Jobim Park, but lately also in different suburbs such as Bangu, Royal, Véu Alegre and Campo Grande through communities cultural projects.

The idea originates from the desire of putting together music and the landscape of Rio de Janeiro.

In 1999, the quartet recorded their first album "No Olho Da Rua" including own titles and interpretations from Villa-Lobos ('O Trenzinho do Caipira'), Ary Barroso ('Sombra e Luz','Na Baixa do Sapateiro').

Following several live performances in the streets of Rio, the band was invited by TV Globo to play during the Millenium new year's eve show on Copacabana in
2000. Since then, their popularity is constantly growing around the country.

In 2002, No Olho Da Rua signs with the label "Ethos" and releases their second album 'O Feijão da Brê' including songs from Baden Powell, Vinícius de Moraes
('Berimbau'), unpublished titles from Ary Barroso ('Ubá') and Victor Assis Brasil ('Julita').

In 2004, the quartet recorded their 3rd album with a CD jacket from Eduardo Camões, a fan.

Today, the band has gained recognition from the public in the streets as much as from brazilian famous artists such as Zezé Motta, Carlos Lyra, Leila Sapin, Maurício Maestro & Cláudio Nucci, Elói & Neil, Idriss Boudrioua, Marcos Suzano, and Miúcha.

Extracted from AnotherTrack.Com
For more info, check out No Olho da Rua's site

21 junho 2006

Rogério Botter Maio - Aprendiz (2000)

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Rogério Botter MaioElogios rasgados do violonista Guinga e do pianista Dom Salvador, reproduzidos na contracapa deste Aprendiz, já dizem quase tudo: Rogério Botter Maio é um daqueles casos típicos de instrumentistas bastante respeitados no meio musical, mas pouco conhecidos pelo grande público. A criatividade e o rigor artístico desse contrabaixista e compositor são predicados que não parecem interessar mais ao mercadão musical comandado pelas majors, as grandes gravadoras. O que não tem impedido Rogério, felizmente, de desenvolver sua carreira de forma alternativa, sem concessões ao sucesso fácil e descartável.

Gravado ao vivo no clube paulistano Supremo Musical, em outubro de 99, seu segundo álbum é uma demonstração brilhante de como tocar jazz sem abandonar a melhor tradição da música popular brasileira, ou vice-versa. Tradição à qual Rogério passou a valorizar mais ainda, ao viver 11 anos na Europa e nos EUA. Um exemplo perfeito é a composição Baião Means, que começa com um improviso vocal tipicamente jazzístico (participação especial do cantor e violonista Filó Machado, outro brasileiro que passou anos na França) e desemboca em um sofisticado baião.

Ritmos brasileiros também se fundem com o jazz, em faixas como Primeiro Choro (destaque para a flauta de Léa Freire), o samba Setembro, o afoxé que vira xaxado Só Pra Variar, a balada Muito Prazer (com participação especial do saxofonista Teco Cardoso), ou ainda a delicada canção que dá título ao disco, com o próprio contrabaixista nos vocais. Bem acompanhado por Tiago Costa (piano) e Eduardo Ribeiro (bateria), Rogério Botter Maio prova que a música instrumental brasileira pode andar afastada da mídia, mas segue decidida, sem dever nada em criatividade às melhores do mundo.

Carlos Calado - extraído do site CliqueMusic
Para mais info, MP3 e partituras, visite o site do Rogério Botter Maio

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Rogério Botter MaioLabeling can be misleading sometimes. When you look at Aprendiz and read the first line in the notes, you are likely to be confused. It says:

Aprendiz - aquele que busca o caminho.
[Apprentice - the one who seeks the path.]
(Benvinda D'Angelo)

Further reading the liner notes, one realizes Maio's intention. Aprendiz is reverence to life and nature, and as such, it does make listeners and artists apprentices.

Recently I heard Cesar Camargo Mariano saying that Brazilian instrumental music is alive and well in Brazil. We know that is true outside of Brazil. Now Aprendiz, though recorded back in 1999, proves that Mariano is not wrong. Mixing live recordings done at Supremo Musical in São Paulo (October 1999) with studio tracks, Aprendiz is far from being the work of a beginner. Maio, who wrote all 11 tracks and plays both electric and acoustic bass - and sometimes the flute - divides the performances with Tiago Costa (piano) and Eduardo Ribeiro (drums). In addition to this accomplished trio of musicians, special guests Teco Cardoso (saxes), Léa Freire (flutes), Daniel Alcântara (flugelhorn), Alexandre Foo Silvério (bassoon), Silvana Rangel Teixeira (cello) and Filó Machado add a whole new depth to this beautifully produced recording.

Enhancing the fine listening experience that Aprendiz creates, the carefully designed liner notes serve as a good companion for each track. Maio shares with the listener the source of his inspiration. I personally find that an interesting piece of information. Many times it places us in the composer's mind and allows us to understand the feelings or emotions he created through music. That is the case of "Belluno," a melancholic song highlighted by Silvério's soothing bassoon solo. Listening to the song and looking at the photo of Belluno, one cannot help but be transported to those narrow and charismatic streets of that northern Italian city. The same is true about "Bolerito (Bolero para Paquito)," dedicated to Paquito d'Rivera. Alcântara's flugelhorn solo is passionate and provides a beautiful contrast to Maio's five-string vertical bass lines.

The musical variety here, in addition to Maio's musicianship, is a major force in Aprendiz. Sometimes slow and tender as in "Muito Prazer," sometimes exhilarating and playful as in "Primeiro Choro," Aprendiz leaves the listener satisfied. In closing the album, Maio uses his fretless five-string bass in "By All Means" as a short introduction to "Baião Means...," with the astonishing vocal and guitar solos by Filó Machado. Besides the clever word play in the song titles, the infectious baião rhythm and Machado's vocals close the album with high energy.

Egídio Leitão - extracted from Música Brasileira: A-Z
For more info, MP3, and music sheets visit Rogério Botter Maio's site

11 junho 2006

Lupa Santiago & Carlos Ezequiel - Images (2001)

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Lupa Santiago e Carlos Ezequiel começaram a desenvolver uma carreira em parceria no início de 1996, nos Estados Unidos. Ambos já tendo iniciado seus respectivos projetos solo, a idéia de assinarem um trabalho a duas mãos surgiu por compartilharem um mesmo conceito como compositores: o de uma música com fortes raízes no Brasil mas sob influência do jazz norte-americano e europeu, da música erudita contemporânea, e de movimentos artísticos pós-modernos.

Lupa Santiago e Carlos Ezequiel no estúdioDesde então, o grupo sob liderança de Lupa e Carlos realizou extensas apresentações nos EUA tendo muitas vezes músicos renomados como convidados, tais como Greg Badolato (Vice-Presidente Assistente, Berklee College of Music), Larry Baione (Diretor do Depto. de Guitarra, Berklee College of Music), e o violonista venezuelano Aquiles Baez (Danillo Perez). Alguns destes concertos ocorreram em palcos consagrados como o Berklee Performance Center (que recebe frequentemente artistas como Chick Corea, Pat Metheny, entre outros), Ryle's Jazz Club (John Scofield, Jerry Bergonzi), e o Best of Berklee Festival in Rhode Island.

Após quatro anos de desenvolvimento, o trabalho da dupla moveu-se naturalmente em direção à concepção de seu primeiro CD, images. Com o objetivo de expandir não somente fronteiras musicais (ao fluir de sonoridades brasileiras para jazzísticas e eruditas), mas artísticas de um modo geral, o título deste projeto faz mencão à visualidade da música - uma idéia já propagada por compositores como Wagner, Debussy e Villa-Lobos, mas agora integrada a movimentos musicais contemporâneos como os estabelecidos por Egberto Gismonti, Keith Jarret e Dave Holland.

images foi gravado em abril de 2000, no BlueJay Studio em Carlisle, Massachusetts. O disco conta com a participação dos saxofonistas americanos Jaleel Shaw (que já atuou com Jeff Tain Watts e Nicholas Payton), Robert Stillmann (Kurt Rosenwinkle, Jamie Haddad), do pianista armênio Vardan Ovsepian (músico premiado em diversos festivais europeus), e dos músicos brasileiros radicados nos EUA Fernando Brandão (flautista que, além de manter uma carreira solo, atua com orquestras, grupos de jazz, e é professor da Berklee College of Music) e Gustavo Amarante (contrabaixista atuante em Nova Iorque e Boston que já trabalhou com o lendário baterista Bob Moses, entre outros). Além de atuarem como instrumentistas, Carlos Ezequiel e Lupa Santiago também assinam a produção tendo como co-produtor Larry Baione.

De volta ao Brasil desde agosto de 2000, a dupla tem se apresentado intensamente em todo o país acompanhados dos músicos Guto Brambilla (contrabaixo acústico) e Vítor Alcântara (saxofones/flauta) em casas como o Teatro Crowne Plaza, Supremo Musical e SESC Ipiranga em São Paulo (SP), Teatro Zélia Gattai em Salvador (BA), além de Aracaju (SE), Campinas (SP) e Florianópolis (SC). Em outubro, serão um dos destaques do Festival de Jazz de Cascavel (PR).

Lançado em abril de 2001 pelo selo Mix House, Images é um disco de composições instrumentais e arranjos originais que busca levar o ouvinte a escutar cada faixa através de múltiplas perspectivas culturais. Assim como uma paisagem pode ser observada a partir de inúmeros pontos de vista, cada um destes sendo uma experiência igualmente inovadora.


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Show do disco ImagesGuitarist and composer Lupa Santiago earned a master's degree from The Boston Conservatory and Berklee College Of Music (Boston, USA – 2000), graduated from the Berklee College Of Music (98) and graduated from the Musicians Institute (GIT/Los Angeles, USA- 95). Private studies with: Mick Goodrick, Hal Crook, Scott Henderson, Joe Diorio, Wayne Krantz and Jamie Haddad.

From 96 to 98, performed regulary with the Lupa Santiago Group in the East Coast (USA) and touring Brazil.

In 2001, MixHouse Records released Images, with his partner Carlos Ezequiel, a CD indicated for the Latin Grammy and various prizes: Itaú Cultural and VISA. During 2001 and 2002 performed in many cities of all regions in Brazil promoting the CD.

Member of the IAJE (International Association of Jazz Educators), since 2000, Lupa Santiago is the Coordinator of the Souza Lima Conservatory, a major educational institution in Brazil, also doing workshops, regularly promoting his new instructional videos, Modern Improvistation I and II, around Brazil.

In 2004, Lupa Santiago has released two CD's. The first one is a guitar duo with Pollaco, one of the biggest names in Brazilian jazz guitar, called Jazz em Dobro (MixHouse/Trama), the second CD, and also the name of the quartet, Sinequanon (Trattore Records), is a continuation of Images, with new compositions by Lupa Santiago and Carlos Ezequiel. But now in collaboration with Guto Brambilla in the double bass and Vitor Alcântara in the saxophones. In 2006 Lupa Santiago release a new CD, called "Telescópio", with the group Sinequanon.

10 junho 2006

Meireles e Sua Orquestra - Brasilian Explosion (1974)

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J.T. MeirellesDepois de meia hora de conversa por telefone, o desabafo. "Estou cansado dessas entrevistas do tipo 'essa é minha vida'". Então está certo, papo encerrado. Mas, João Theodoro Meirelles, convenhamos, essa é sua vida:

*Aos 20 anos, montou um grupo para abrir as apresentações do trumpetista norte-americano Dizzy Gillespie na TV Record.

*Em 1963, construiu os arranjos de sopros para metade das músicas de um disco considerado, por muitos, um dos melhores da história da música brasileira -- "Samba Esquema Novo", o primeiro álbum da inspirada discografia de Jorge Ben. Entre suas jóias, a ultra-conhecida (e nem por isso desgastada) introdução vibrante do clássico "Mas Que Nada".

*Nos dois anos seguintes, mais um PEQUENO feito: à frente do grupo Copa 5, lançou, respectivamente, os instrumentais "O Som" e "O Novo Som", dois álbuns essenciais para entender o gênero conhecido atualmente como samba-jazz. O primeiro, com seis faixas, apresenta o CLÁSSICO "Quintessência" -- adotado por outros músicos como uma espécie de cartão de visitas de toda uma geração e regravado pelos grupos Os Cobras (em 1964), Zumba 5 (no mesmo ano) e pelo baterista Edison Machado em "Edison Machado é Samba Novo" (em 63, em versão, portanto, anterior à concebida por seu próprio compositor). Aqui, deve-se acrescentar:

1) O Copa 5 era uma verdadeira seleção de músicos, que em sua primeira formação, reunia Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Hum Romão (bateria), Manoel Gusmão (baixo) e Pedro Paulo (trumpete). Para gravar "O Novo Som", o grupo se recompôs com outro escrete de craques, além da permanência de Gusmão: Eumir Deodato (piano), Edison Machado (bateria), Roberto Menescal (violão) e Waltel Branco (guitarra). Só gente grande -- embora, na época, todos eles não passassem de "moleques" com seus vinte e poucos anos.

2) Os Cobras também não eram brincadeira: Milton Banana (bateria), Tenório Jr. (piano), Raul de Souza (trombone), Zezinho (baixo) e Hamilton Cruz (piston), com participações do próprio Meirelles (sax) e Paulo Moura (sax).

3) E o grupo de Edison Machado? Além do pulso do próprio no comando das baquetas, arranjos de Moacir Santos e Paulo Moura, sopros de Meirelles, Raul de Souza, Edson Maciel (trombone) e Pedro Paulo (piston), além do piano de Tenório Jr. e o baixo de Tião Neto.

Meirelles regendo orquestra em programa de TV* Depois de gravar a dobradinha, o saxofonista debruçou-se em outros projetos menos inspirados em sofisticação mas igualmente instigantes, apenas com versões para músicas de outros compositores: "Meirelles e os Copa 7" (1969) e "Brasillian Explosion" (1974). ´

* Desistiu da carreira solo, tornou-se arranjador contratado, não compôs absolutamente nada entre 1965 e 2000 e, de quebra, decidiu abandonar definitivamente a música em 1995. Vendeu o sax para estudar informática.

* Embalado por uma onda de relançamentos em CDs dos discos mais emblemáticos do samba-jazz, Meirelles se convence em voltar à música, voltar ao sax, voltar à composição. Ufa. Lança "Samba-Jazz" pelo selo Dubas, em 2002, com uma outra formação do Copa 5 e dez músicas novas.

* Para não perder o costume, reformula totalmente mais uma vez o Copa 5 para gravar o recém-lançado "Esquema Novo". O repertório apresenta quatro faixas inéditas, quatro regravações para músicas do compositor (entre elas, "Quintessência") e quatro versões para algumas de suas músicas preferidas -- "Naima" (John Coltrane), "Casa Forte" (Edu Lobo), "Vera Cruz" (Milton Nascimento e Márcio Borges) e "Céu e Mar" (Johnny Alf). Entre suas composições novas, a faixa-título recupera o fraseado clássico da introdução de "Mas Que Nada" e o transporta para um novo contexto, outro arranjo.

Aos 64 anos, o músico sente-se cansado de falar sobre tudo isso mais uma vez. Quer olhar para frente, conversar sobre o presente. Mas os parágrafos acima contam uma história impossível de se ignorar. Além de deixar sua marca como arranjador e compositor, Meirelles é protagonista de um épico de ascensão-queda-ascensão no mínimo intrigante. A Radiola Urbana armou uma escuta telefônica para tentar desvendar mais esse caso instigante da música brasileira mas esbarrou na resistência do entrevistado.

Excêntrico? Talvez. Em show realizado recentemente no Teatro do Sesc Pompéia, Meirelles demonstrou alguns traços de um certo excesso de profissionalismo. Enclausurou a apresentação no repertório de "Esquema Novo", negou-se com argumento meio rabugento em fazer um bis (mesmo diante da sincera insistência do público) e não permitiu à sua banda muitos improvisos livres das amarras da partitura. Fez um show frio. Cuidadoso, preciosista, perfeccionista até. Mas frio. Diferente do que se viu, por exemplo, na performance de seu contemporâneo Raul de Souza na mesma semana, na Galeria Olido. Mais solto, desceu a lenha no trombone para um público pequeno e deixou seus músicos acompanhantes à vontade (mesmo) para solar, improvisar, criar.

MeirellesEmbora o compositor goste de falar que nos anos 60 não havia palco para sua geração fazer show, sua apresentação no Sesc bateu aquele saudosismo que ele tanto evita. Deu vontade de ouvi-lo nas sessões de improviso do Beco das Garrafas -- onde os temas do samba-jazz foram ensaiados e experimentados antes de chegarem às gravações definitivas. Por causa do fascínio e curiosidade pela atmosfera que circulava naquele ambiente, a entrevista a seguir insiste na recuperação das memórias do mestre até ele se cansar. E a conversa parou justamente na hora da revelação de que gravações inéditas, de shows realizados nos meados dos anos 70, podem reservar um tesouro secreto do samba-jazz. Mas nem adianta insistir, o músico não quer falar disso.

Por que recriar parte do fraseado do arranjo original de “Mas Que Nada” para “Esquema Novo”?
Foi uma idéia que me ocorreu porque a música e o arranjo ficaram muito conhecidos e as frases são minhas, não do Jorge Ben. Fiz uma música com as mesmas frases em outro arranjo, criei uma segunda parte e ficou legal. Quis reaproveitar um trabalho meu antigo, acho legal.

Por que regravar “Quintessência”?
Fiz uma releitura, o arranjo é diferente. Passei a usar nos meus shows novos arranjos tanto de “Quintessência” como de “Solo”, depois achei legal gravar. São quatro músicas minhas antigas, quatro novas e quatro regravações de composições de outros artistas.

Você concorda que “Quintessência” pode ser considerado um dos maiores clássicos do samba-jazz?
Eu não sei, os outros é que acham. Eu brinco, digo que é o meu hit. As pessoas é que sabem. Quem gosta do que eu faço sempre identifica essa faixa, que foi a primeira que eu gravei.

Você se lembra como surgiu esse tema?
Quando gravei “O Som”, já tinha composto os temas do disco, a gente já vinha tocando em apresentações. Não me lembro exatamente, foi no finalzinho de 1963. Eu tinha voltado para o Rio depois de tocar em São Paulo na Orquestra do Sylvio Mazzuca. Voltei para o Rio, formei o Copa 5 e o Jorge Ben nos chamou para gravar. Aproveitamos e já gravamos o disco do Copa 5 também. Com a gravação do Jorge, a gravadora nos conheceu e nos convidou para fazer um disco nosso. Perguntaram se a gente tinha material próprio e já estava tudo ensaiado, gravamos as músicas que a gente já tocava no Beco das Garrafas. Foi só marcar a gravação, mais ou menos um mês depois.

Quando você criou o tema, pressentiu que tinha surgido um clássico?
Não, ninguém pensa nisso. Era somente uma das minhas composições daquela época. Quando fiz a música eu nem pensava em gravar, aliás.

Você gravou o “Neurótico” também, que o Sérgio Mendes já tinha gravado em "Você Ainda Não Ouviu Nada" (outro disco do fértil 1964, com o baixista Tião Neto, o baterista Edison Machado, os trombonistas Edson Maciel e Raul de Souza, os saxofonistas Hector Costita e Aurino Ferreira e o pianista Sérgio Mendes). Você acha que sua versão está mais perto da versão ideal? A do Sérgio Mendes é bem mais curta...
Aquele arranjo fui eu que fiz para o Sérgio Mendes. Ele me ouviu ensaiando e pediu o arranjo. Não toco no disco mas o arranjo é meu. Tudo que o Sérgio Mendes fazia era meio assim, com uma proposta comercial. Naquele disco, que é muito bom por sinal, todas as faixas são curtas por dois motivos. Primeiro porque ele queria gravar toda aquela quantidade de músicas e o disco em vinil tinha uma limitação de tempo. E ele sempre pensou de um jeito diferente do meu, fazia músicas para tocar no rádio. Eu toco mais à vontade, sem esse tipo de preocupação. E a versão que está no disco é a mesma que eu vou tocar no show do Sesc. Será o repertório inteiro do disco novo.

E algumas antigas, também?
Não, nem bis eu vou fazer.

Sério? Por quê?
Porque é um show de lançamento desse disco, é só o repertório dele, que já tem uma hora e meia de show.

Bom, voltando ao Jorge Ben... Ele tinha uma batida diferente no violão e a pegada do Copa 5 se encaixa direitinho...
As coisas se encaixam porque a gente já vinha tocando essa música (“Mas Que Nada”) no Beco das Garrafas. Ele já aparecia para dar canja e a gente já gostava da música. Quando chegamos no estúdio só fiz a composição dos arranjos. Gravamos o compacto, com “Mas Que Nada” e “Por Causa de Você, Menina”. Devido ao sucesso dessas duas músicas, a gravadora acabou se interessando em fazer o LP. Participamos nos três primeiros discos do Jorge Ben. Arranjei mais ou menos a metade das músicas dos três.

Engraçado pensar que tanto você como o Jorge Ben apareceram para a música brasileira com “Mas Que Nada”, mas cada um foi para um lado...
Eram coisas diferentes a minha música, instrumental, e a do Jorge. Ele tinha as idéias dele, sempre gostou de pop e rock. Partiu para um som com mais energia, mais pesado.

Mais comercial também.
Lógico, esse era o negócio dele.

Seu primeiro disco traz seis músicas suas e o segundo tem algumas versões...
Porque, em "O Novo Som", eu tive comigo alguns músicos que têm muito a ver com bossa nova: o Menescal, o Deodato... Em vez do samba-jazz, quis fazer um disco de bossa-jazz. Até minhas composições, nesse disco, iam mais para esse lado.

E como apareceu essa batida do samba-jazz?
Nos últimos anos é que a mídia começou a rotular o tipo de música instrumental que a gente fazia nos anos 60. Naquela época não tinha nome nenhum. Toda época tem isso: vários músicos com a mesma maneira de tocar, com as mesmas influências, isso é muito natural. Não tinha nada a ver com a bossa nova, era uma coisa daquela época, do final dos anos 50. Eu comecei em 1958 no Rio -- porque em São Paulo não tinha isso, era só o jazz norte-americano. No Rio isso já existia com músicos mais velhos que eu, que tocavam samba com improvisação. Era a Turma da Gafieira, com Sivuca, Edison Machado, Zé Bodega. Nos anos 50 eles já tinham essa pegada.

O João Donato foi importante nesse cenário?
Sim porque ele tinha as composições dele com muita improvisação, estilo próprio. Ele participava disso, eu mesmo comecei tocando com ele. Depois, foi para os Estados Unidos e ficou muitos anos lá. No período que ficou no Rio, participava disso, sempre improvisou muito bem.

E o Charlie Parker? É uma influência para você?
Acho que depois do Charlie Parker, a maior parte dos saxofonistas sofreram de alguma forma influência do estilo dele. Ele tinha uma linguagem muito própria de saxofone. Se bem que ele tocava sax alto, eu toco tenor. No tenor, minha influência era de um sujeito do bebop, o Sonny Rollins, também do Johnny Griffin e muita coisa do Stan Getz. Minha influência no tenor mistura coisas dos três. O Parker foi uma influência pela maneira que colocava uma linguagem própria a partir do bebop, diferente do que existiu antes dele.

Entre 1965 e 2000, você parou de compor. Por quê?
Depois daqueles discos, percebi que não tinha espaço para se viver de música instrumental. Eu era muito novo, tinha 23 anos, quis continuar minha carreira como profissional, arranjador, produtor, instrumentista. E nunca acreditei que retomaria o projeto inicial dos Copa 5. Só atualmente que aqueles discos se tornaram cult, fui procurado para relançá-los pela gravadora do Ronaldo Bastos. Daí gravei dois discos novos, “Samba Jazz!” (de 2002) e “Esquema Novo” (2005). É bom porque na época de “O Som” e “O Novo Som”, eles só existiam em disco, não tinha palco para a gente tocar. A gente fazia jam sessions no Beco das Garrafas (boate carioca) mas não fazíamos shows dos nossos discos. Sou do palco ao vivo há uns três anos. Sou dos mais novos e dos mais antigos ao mesmo tempo.

Recentemente foram encontradas gravações inéditas do João Donato. Você acha que pode acontecer o mesmo com você?
Não, acho que não. Tenho só alguma coisa de umas apresentações que eu e um grupo meu fazíamos todas as noites, em um mesmo lugar. São coisas de 1976, sem muita qualidade de gravação. Era um grupo muito bom. Mas eu não quero falar disso.

Por quê?
Porque isso não tem importância para mim, estou interessado em falar do meu trabalho atual, eu estou no hoje. Essa coisa do passado parte muito mais de fora para dentro do que de dentro para fora. Estou cansado dessas entrevistas tipo “essa é minha vida”. Desculpe mas estou sendo franco com você.

Ramiro Zwetsch - extraído do site Radiola Urbana

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MeirellesFounder (in 1963) and leader of the memorable samba-jazz group Copa 5, (Manuel Gusmão, bass; Luís Carlos Vinhas, piano; Dom Um Romão, drums; and Pedro Paulo, bass), J. T. Meirelles recorded with the group in 1964 the landmark LP O Som, signing the arrangements for the tracks "Quintessência," "Solitude," "Blue Bottle's," "Nordeste," "Comtemplação," and "Tânia," all written by himself. The next album, O Novo Som, brought a new formation with Eumir Deodato (piano), Edson Machado (drums), Roberto Menescal (guitar), Waltel Branco (electric guitar) and Manoel Gusmão (bass), with the originals "O Novo Som," "Solo" and "Serelepe." Meirelles worked throughout his career with instrumental groups like Azymuth, Hermeto Pascoal's, Helvius Vilela's, Antônio Adolfo's and João Donato's, having also backed vocalists/instrumentalists Jorge Ben, Agostinho dos Santos, Silvinha Telles, Edu Lobo, Rosinha de Valença, Maria Bethânia, Simone, Francis Hime, Fafá de Belém, Miúcha, Roberto Carlos, Flora Purim, Wagner Tiso, Leny Andrade, Os Cariocas, Fagner, Clara Nunes, Emílio Santiago, Alcione, Maria Bethânia, Pery Ribeiro, Nara Leão, Gilberto Gil, Tito Madi, Wilson Simonal, Geraldo Vandré, Taiguara, Dóris Monteiro, Chico Buarque, and Lisa Ono, among others. As a producer he worked for Gonzaguinha, Peri Ribeiro, Tito Madi, Ed Maciel, Rosa Maria, Severino Araújo's Orquestra Tabajara and Sexteto Radamés Gnattali. In ostracism in the 80s and 90s, he was rediscovered by journalist José Domingos Raffaelli in 2000, who invited him for the jazz sessions held at the bar of the Hotel Novo Mundo (Rio de janeiro), which brought him to the instrumental music forefront again. In 2001 the LP O Som was reissued in CD by Dubas Música and O Novo Som was re-masterized.

MeirellesHaving started in music at eight, J. T. Meirelles studied composition and arranging at Berklee School of Music (Boston, Mass.). His professional debut was at 17 as João Donato's saxophonist. Next he moved to São Paulo, where he worked with Luís Loy. Returning to Rio in 1963 Meirelles formed the Copa 5, which debuted at the Bottle's Bar, at the Beco das Garrafas (Rio). In that same year he wrote the arrangement for the original recording of "Mas Que Nada," Jorge Ben Jor's first hit. From 1964 to 1975 he worked as an instrumentalist, conductor, arranger and producer at Odeon. In 1965 and 1967 he wrote several arrangements for different editions of the historic Festival Internacional da Canção (International Song Festival, TV Globo), having performed in 1966 in the Berlin Jazz Festival (Germany), with Edu Lobo, Rosinha de Valença, Dom Salvador and Sérgio Barroso. In 1967 he participated in the inauguration of the Canecão room (Rio), working there during the entire year. From 1969 to 1971 Meirelles was EMI-Odeon's (São Paulo) A&R, where he performed regularly with the Luís Loy Quinteto. Back to Rio in 1971 he resumed his work at EMI-Odeon until 1975. Moving then to Mexico, he was hired by the Gimmicks of Sweden, with which he moved to Europe, where he lived for several years (France, Sweden and Monte Carlo), working with several orchestras (like Aimée Barelli's).

Alvaro Neder - extracted from All Music Guide

09 junho 2006

Vários Artistas - Novelas de 1970 - Temas Instrumentais (1970)

Capas das trilhas sonoras
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Tarcísio Meira (João Coragem) e Claudio Cavalcanti (Jerônimo) em cena da novela 'Irmãos Coragem' (1970)Em 1970, o "milagre econômico" enchia os olhos dos consumidores de norte a sul e a televisão começava a fazer parte do dia a dia do povo. A novela já aglutinava o brasileiro em volta da sala. Vizinhos curiosos se aglomeravam na janela dos mais afortunados, para ver Irmãos Coragem. Os discos de trilhas de novelas eram bem diferentes dos de hoje. A Som Livre estava pra nascer, como um selo distribuído pela Odeon. Até aí os discos de trilhas da Globo saíam pela Philips.

E são desses discos que saíram as músicas que compõem essa coletânea, que reúne os temas instrumentais das trilhas sonoras das novelas da Globo de 1970 (Pigmalião 70, Verão Vermelho, Irmãos Coragem, A Próxima Atração e Assim na Terra Como no Céu), todas produzidas por Nelson Motta. Com músicas de Egberto Gismonti, Dory Caymmi, Marcos Valle, José Briamonte e Roberto Menescal, essas trilhas, produzidas especialmente para as telenovelas, traziam diversas surpresas, como a interpretação de Joyce da "Bachiana nº5", de Villa-Lobos, ou Elis Regina fazendo vocalises no tema da novela Verão Vermelho e a banda The Youngsters (ex-The Angels), uma das pioneiras do rock instrumental no Brasil, numa interpretação cheia de groove (que lembra muito The Meters) da música "Tema de Kiko", música de autoria de Roberto e Erasmo.

1º parágrafo extraído do site Loucos por vinil
Para mais informação, visite:
Teledramaturgia
Teledramaturgia.zip.net
Wikipedia

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Paulo Goulart (Tomás) e Armando Bógus (Pardal) em cena da novela 'A Próxima Atração' (1970)In 1970, the "economic miracle" fulfilled the hopes of Brazilian society and the television started to play an important role in people's lives. Soap operas already gathered Brazilians in the living-room. Some neighbors would gather in the window of the most fortunate families, just to watch Irmãos Coragem. The soap operas soundtracks were well different of the ones produced nowadays. Som Livre (Globo's record company) would soon be created, as a label distributed by Odeon. Until then, Globo's soundtracks were released by Philips.

The tracks that compose the collection presented here were taken from those records. They are all Brazilian instrumental tracks of Globo's soap operas broadcasted in the year of 1970 (Pigmalião 70, Verão Vermelho, Irmãos Coragem, A Próxima Atração e Assim na Terra Como no Céu), all produced by Nelson Motta (the soundtracks). With compositions of Egberto Gismonti, Dory Caymmi, Marcos Valle, José Briamonte and Roberto Menescal, these tracks, created especially for the soap operas, brought many surprising moments, as the interpretation of Joyce for the "Bachiana nº5", of Villa-Lobos, or Elis Regina making vocalisations in the main theme of the soap opera Verão Vermelho, and the band The Youngsters (former The Angels), one of the pioneers of the instrumental rock in Brazil, in a groovy interpretation (that vaguely resembles The Meters) of the music "Tema de Kiko", composed by Roberto Carlos and Erasmo Carlos.

1st paragraph extracted from Loucos por vinil
Poorly and quickly translated, from Portuguese to English, with Babel Fish, with some fast and lazy corrections by myself.
For more info (in Portuguese), visit:
Teledramaturgia
Teledramaturgia.zip.net
Wikipedia
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